quinta-feira, 29 de julho de 2010

boa, este blogue vai acabar, encontrei a tal

From:
"juliet benson"
To:
undisclosed-recipients
my name is juliet i seek for a honest partner i hope you don't mind
if you don't mind please reply my mail so i can tell
you more about myself and we can exchange picture too

mulheres do sporting

O meu texto, aqui no BRNB.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

facebook menu

Não há dúvida que o facebook se tornou uma espécie de menu. Agora todos os meus amigos casados ou com namoradas projectam em mim aquilo que eles gostariam de poder fazer. Então dizem-me "Tolan, tenho uma amiga que tu ficavas maluco! e eu Quem? e eles a Luísa e eu não sei quem é e eles, liga aí o pc e a internet... facebook... deixa cá ver... não, esta foto não é muito boa, espera... e eu epá, isso não é nada comparado com a minha ex e eles calma Tolan calma... olha esta foto e eu oláaa... e eles hã... não te dizia? e eu quem é aquele gajo? o namorado? e eles foda-se Tolan, isso nunca foi problema para ti, vais-te armar em esquisito agora? e eu não mas nessa foto estão abraçadinhos e parecem felizes, mesmo, olha os comentários dos amigos a elogiar a foto e como são o casal perfeito, 12 likes, viste? e eles tábem, então vê aqui esta outra amiga minha, a Marlene, onde é que está...

"na boa, tudo controlado..."

terça-feira, 27 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A gente também tem sentimentos

Não deixa de ser curioso que quando uma mulher casada e com filhos resolve separar-se do marido e seguir a sua vida, normalmente isso é visto como um acto de emancipação. Quando é o homem que deixa uma mulher e dois filhos, é visto como um cobarde ou um traste.

podcast

Preparem-se que estou a congeminar um podcast. Tenho de partilhar com o mundo aquilo que sei. A mim já não me faz muita diferença mas posso mudar a vida das 3 pessoas que lêem este blogue.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

É possível uma pessoa voltar a apaixonar-se completamente? (remake)

Penso que uma pessoa apaixonar-se, depende muito do outro existir ou não. Há mulheres e homens que nunca conheceram uma paixão intensa porque nunca conheceram ninguém que lhes provocasse isso. Não tem a ver com algo de errado que tenham, como serem frios, demasiado exigentes ou estarem numa fase de ressaca de relação. Isso é indiferente. É uma questão de probabilidades e, claro, de estar atento e procurar. Podemos admitir que alguém que está sem confiança (como aquele meu amigo do online dating) tem muito menos probabilidades de se apaixonar porque não conhece quase ninguém e é muito pouco social ou extrovertido. Mas quanto à facilidade de se apaixonar, essa ele deve ter e, como o exemplo que contei, até demais. O que também não depende de nós é a capacidade para deixarmos que gostem de nós a sério, que se apaixonem por nós e que isso contribua para a nossa felicidade. Para mim, costumava ser-me bastante indiferente.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

cartas de amor

Esta história é real. Um amigo meu que está a atrofiar há mais de 8 anos desde que a namorada o trocou por outro e até teve depressões e ataques de pânico mas é um tipo impecável, inteligente, tímido, só que as gajas gostam é de quem as trate mal como eu, meteu-se num site de encontros on-line, gratuito. Andou ali a ver profiles, mandava umas mensagens mas nunca recebia resposta. Até que um dia uma bela ucraniana meteu conversa com ele. Apresentou-se, em inglês, disse que não conhecia ninguém em Portugal. Ele ficou todo maluco. Eu topei logo o esquema mas esperei até que ele acabasse a história. Então ele respondeu e ela respondeu de volta, a falar da vida dela, de onde vinha, o que fazia. E ele respondeu. E ela respondeu de novo. Só que ele começou a estranhar que ela nunca lhe respondia a perguntas directas e, na cabeça dele, isto acontecia porque ela não falava bem em inglês e como tal, talvez não o compreendesse. Mas um dia (foda-se, um dia, isto em 5 segundo topava-se...) resolveu fazer uma busca do corpo de um dos mails da bela ucraniana no google e zás, deu de caras com as suas cartas em vários sites a avisar para esquemas de trafulhice. Era um bot que respondia automaticamente, o objectivo era chegar a um ponto em que lhe pediam dinheiro. Sim, todos os mails que ele enviou, foi para uma caixa vazia ou então para a de um tipo suado num quarto decrépito, a beber cerveja e a rir-se com todas aquelas cartas. Esteve o tempo todo a falar com uma máquina automática que ia enviando e-mails, independentemente do que ele dissesse. E mesmo assim, ele ficou meio apaixonado. Isto diz muito das mulheres e dos homens. Eu, por outro lado, achei que o melhor deste esquema eram mesmo as cartas. Que cartas é que o meu amigo enviou ao bot ucraniano? Deviam ser bonitas e tudo, esforçadas (ele não gosta de escrever). Entretanto desistiu dos sites de encontros on-line.

como programado

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Isto é que é publicidade segmentada para o target certo

"Enough of your local feminist women? Date women from Ukrania & Russia for serious relations. Free registration. www.2gether-russia.com" - anúncio na minha homepage do facebook.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

let her go into the darkness

o pequeno dinossauro

O que gosto na postura do Alan Vega e outros do género, o Iggy Pop, o Morrissey, o Jim Morrison, o Axl Rose, os Stone Roses, o Jonhy Rotten etc. é que esses gajos, apesar de estarem num palco não estão propriamente em comunhão com as pessoas do público, não estão ali para que gostem deles naquele sentido primitivo do termo, de serem simpáticos e humildes, são uns filhos da mãe desequilibrados e, em palco, arrogantes. Gostarão deles indirectamente, mas por respeito e não por empatia. É até diferente da postura fria de uns Sonic Youth ou outros grandes deuses distantes. Estes que falei demonstraram que eram susceptíveis e temperamentais, se não estivessem no feeling certo, abandonavam o palco, insultavam o público ou faziam performances desastrosas. Há algo especial nisso porque o público (sensível) valoriza mais a "performance" sabendo que aquilo é instável e resultado da conjugação de coisas boas, é como jogar poker, pode correr bem, pode correr mal, não é um dado adquirido como um concerto em que tudo está programado, incluindo a simpatia extrema dos artistas que se derretem demais e começam a dizer coisas como "we love Portugal" ou "obrigado" ou o caralho que os fodam. No futebol, o Cantona era para mim o exemplo supremo dessa postura. Lembrei-me dele assim de repente.

Ora, quem tiver o cuidado, como eu tenho, de estudar como estes gajos eram na vida privada, descobre um alan vega simpático e discreto, um jim morrison tímido etc. uma coisa era a performance e ali preferiam viver as coisa num estado cru, à procura de uma verdade, por vezes caindo em ridículos motivados pela ilusão de que realmente o público está ali para viver uma coisa assim.

Não digo que isto seja a postura obrigatória, mas o oposto é mais difícil de conseguir com risco. Nesse campo, o Jonathan Ritchamn é provavelmente o gajo mais querido, espontâneo e simpático do mundo quando está em palco.

paleolítico

Gosto muito de situações que me remetem para aquele período do Paleolítico, há uns 200 mil anos, quando temos de resolver um problema prático e não temos a ferramenta moderna para o fazer.

Por exemplo, o meu saca-rolhas desapareceu misteriosamente. É um objecto simples, de metal, tem um abre-caricas, um ferrinho pontiagudo em espiral para furar e duas asinhas de lado para fazer alavanca e retirar a rolha. Parece que o saca-rolhas foi inventado algures no final do século XVII, é uma coisa simples, mas na hora de abrir uma garrafa de vinho tinto, é mais útil que o portátil HP intel centrino2 com placa nvidia hd de 2009 que uso para fazer este post. Por outro lado, seria impossível fazer este post com o saca-rolhas.

O problema de abrir garrafas sem saca-rolhas não é novidade para mim e experimentei vários métodos. Um deles envolve martelar a rolha para dentro da garrafa, o que tem vários inconvenientes. Para além do barulho, a rolha bloqueia parcialmente o gargalo enquanto a garrafa não está meio vazia e sai muito vinho em repuxo quando se dá a martelada final, o que pode criar padrões interessantes na bancada da cozinha, tecto e roupa que estivermos a usar (tenho várias t-shirts com nódoas de vinho o que é bastante sexy). Outro método envolve desfazer a rolha, escavá-la com uma faca. Este é muito mau, deixa o vinho cheio de pedaços de rolha e requer paciência chinesa. Outro método envolve uma espada de samurai afiada, pontaria e perícia e alguém que se predisponha a segurar na garrafa, agachado, enquanto se dá o golpe que deve corar o gargalo de uma só vez, sem o partir, porque beber um pedaço de vidro pode ser fatal. O último que funcionou e que me parece o melhor, é pegar num ferro de espetadas e enfiar aquilo com a ajuda de um martelo. Se o ferro estiver bem espetado, a rolha fica-lhe agarrada e quando se puxa, vem atrás. O problema é puxar sem a ajuda das alavancas do prático saca-rolhas. Como o meu ferro de espetadas tem uma forma de gancho numa das pontas, é prender um cordão ao gancho, enrolar à volta do pulso e puxar com força. Resulta e naqueles momentos sinto uma espécie de adrenalina primitiva.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"why dont you shut up!"

A tasca

(nota prévia, isto não é a merda da tentativa de um poema, é um texto com parágrafos a mais)

Há uma tasca
na minha rua
a comida
tem sal a mais
os bolos são secos
os pasteis ocos
a sandes de panado
é igual a todas
as sandes
de panado
uma merda
o serviço
é lento
o dono
é baixo e surdo
é frequentada
por bêbados casados
e um tipo
com uma doença de pele
que o faz parecer
o freddy krueger
as iscas com ovo
vêm sem o ovo
o dono grita
para a cozinha
"falta o ovo!"
ouvem-se
protestos
da mulher
"não me disseste que era
com ovo"
mas no menu
diz
"iscas de porco
com ovo"
a tv é pequena
dá futebol
o dono traz sempre
um paposeco
miserável
em todas as refeições
o paposeco mete-me dó
tenho tanta pena dele
que o como
como se fosse
o pão de Cristo
a sopa vem com
sal a mais
as iscas nadam em óleo
todos nadam em óleo
a cerveja é boa
uma mosca observa-nos
uma rajada de ar
da porta
entra uma rapariga
bonita
de minisaia e um cu
firme
os bêbados olham
apáticos e tristes
veio comprar tabaco
vai-se embora depressa
ter com o namorado
um beto
que espera lá fora
com um cão bonito
preso pela trela
adeus adeus
mas que bonito era o cão

quinta-feira, 15 de julho de 2010

sonha querida


Quando tenho ciúmes, acusam-me de sentimento de posse. Dizem-me "tens de a deixar ir, se gostas dela" e "isso é o teu ego a falar". Claro que nunca ouvi isto de alguém que estivesse a viver a mesma coisa. Eu próprio já embalei dois amigos meus encharcados em lágrimas, roídos de raiva e ciúmes e ansiedades. Um deles nunca mais teve ninguém, já passaram 8 anos. Um tipo gosta de uma miúda ou não gosta. Não lhe peçam para aceitar que a vida dela continua. Isso é talvez naquelas sociedades evoluídas como na alta burguesia sueca ou dinamarquesa ou americana, swing de alto nível. Em tempos até pensei que esse seria o meu futuro, uma salvação para qualquer casamento e amor eterno. Quando a coisa esfriasse, recorria-se ao swing. Parecia-me uma saída evoluída, como a eutanásia por exemplo. Hoje rio-me dessa ideia.
Não gosto raparigas cuja inocência está destruída e são tão cínicas ou maduras ao ponto de perder toda a confiança e ingenuidade do amor eterno. É um pouco como uma tara que tinha (e tenho) por católicas devotas, aquela coisa fascina-me, eu não acredito porque não consigo, o que é diferente de não querer acreditar. Este disco é mesmo muito bom, é 1997 e só agora dei com ele, apesar de ser fã do Alan Vega pelos Suicide.

mas vocês as raparigas

O Solal do Albert Cohen no Bela do Senhor dizia ver a caveira de uma mulher bonita a rir-se só pelos dentes. Carne em cima de ossos e uma dose do mesmo instinto animal que encontramos numa cadela em cio permanente e temos uma mulher. As hormonas são mais presentes, as coisas da biologia manifestam-se muito mais nelas do que nos homens.

todo fodido em lisboa às 3 da manhã no verão ao volante na 24 de julho com 3 desconhecidos no carro 2 tipas e um gajo qualquer de quem me livrei na bomba da BP antes de algés quando foi comprar tabaco


quando elas perceberam que o tipo ia mesmo ficar para trás, ficaram completamente histéricas e pediram para sair do carro no semáforo. Pensei que lhes tinha feito um favor, pelo menos a mim estava a fazer mas não, ele era amigo. A música acabou e deixei-as um pouco mais adiante, na berma da marginal, já depois de Algés. Ao menos ouvissem a merda da música até ao fim.

terça-feira, 13 de julho de 2010

metal pesado


Então acabei com tudo à minha volta, incluindo o blogue, tirei férias e isolei-me. Passei um mês numa pequena casa, perto do mar, zona de Peniche, a fazer pesca submarina ilegal. 24 minis por dia, no mínimo, um maço de português por dia no mínimo, internet a 56kb no máximo, sem tv. Rapei o cabelo em Peniche. Comecei a falar sozinho ao 3º dia, a murmurar frases, como o Kurt Cobain do Gus Van Sant no Last Days. Num dia de maior preguiça de ir ao supermercado e sem peixe fresco, acabei por jantar uma das latas de whiskas que a minha mãe armazena sempre para a eventualidade de um gato vadio querer jantar. Há muitos gatos vadios em Peniche, rondam as fábricas de conservas. Foi nesse momento que achei que estava pronto para voltar para Lisboa e recomeçar o teatro, recomeçar tudo do zero. É-me indiferente o passado. Não sou um poeta, desses que cortam o dedo numa folha de papel e arranjam inspiração para um verso sobre cortar os pulsos. Prefiro cortar os pulsos a um poeta. Recomecei a sair à noite. Ando a pensar tatuar um guaxinim no braço esquerdo. Deixei de jogar poker. Recomecei a sair à noite.