Uma das coisas em que percebi o avanço inevitável da idade foi a minha progressiva vulnerabilidade física a noitadas. E a sensação de ridículo crescente em situações como estar numa fila para entrar no Lux e correr o risco de ser barrado. Nos bons tempos ia ao Lux 2 vezes por semana quase, morava muito perto. Mas depois aquilo começou a ser moda e os betos e vips que frequentavam a decadente zona de Santos, nomeadamente a Kapital e o Kremlin antes destes virarem jardim escola e antro de mitras suburbanos, começaram a migrar em bando para o Lux. Começou a suceder a típica cena de estar na fila e passar à frente um grupo de 10 pessoas porque uma Bibá qualquer conhece o irmão do primo do empregado do bar que levanta os copos das mesas. Eu conheço esse gajo, mas não vejo como seja possível que ele me ajude a entrar.
Eu próprio, admito, entrei várias vezes pela zona vip devido a certas companhias e pensava sempre, hipocritamente, "foda-se, eu valorizo infinitamente mais a boa música do Lux e o facto de ser uma das 3 melhores discotecas da europa, e gasto mais numa noite que esta pessoa num mês e ela é que consegue isto".
Nunca mais me vou esquecer de uma noite em que encontrei uma miúda num grupo, à porta do Lux, uma giraça de quem eu gostava à brava e, por distracção, não entrei no grupo dela. Sozinho, fui barrado. Tentei ligar-lhe mas ela não tinha bateria no telemóvel. Tentei explicar a situação à porteira lésbica, mas nada. Ter deitado uma garrafa de champanhe no lixo, 5 minutos antes, a poucos metros dali, não ajudou.
Fodido, sentei-me na corrente em frente ao Lux e esperei. Esperei horas, enregelado, até ser dia e o Lux fechar, sempre a chispar ódio aos porteiros. Ainda fiz uma pausa para ir comer um hamburger cheio de germes e beber umas cervejas na roulote perto da estação.
Quando ela saiu, finalmente, viu-me, ficou surpreendida e eu beijei-a em frente aos porteiros e à lésbica. Ela não ofereceu resistência. Afastámo-nos abraçados, comigo a deitar um olharzinho vitorioso por cima do ombro, pombos a levantar voo em câmera lenta e tudo.
Tudo teria corrido bem se não fosse dar-se o caso dela ter mesmo de ir para casa e foi, só esperei o autocarro com ela e adeus, eu ligo, não ligo eu etc. Da última vez que ouvi falar nela, pelo facebook, estava na índia a coser tapetes numa aldeia, virou freak. Mas pronto. Dont fuck with Tolan senhores porteiros. Sou persistente.
8 comentários:
Curiosamente, uma das coisas que mais gosto nas noites do Lux, são os pedacinhos de conversa com a Alfredo, quer à entrada quer à saída. Mas também,eu tenho um fetiche com porteiros da noite.
Então quando for ao Lux vou dizer "Eu sou amigo da Maria Fonseca senhor Alfredo. Tudo bem pá?"
Experimente e depois diga-me como correu.
Para quem esperou horas ao frio da madrugada, dar um saltinho até à India pode até nem ser má ideia. Excepto pelo facto da rapariga ter virado freak.
Que persistência, sim senhor!!... mas quem espera sempre alcança.
Abraço
Quem será a próxima vítima?
http://ups-i-did-it-again.blogspot.com/
Ahhh, essa grande estúpida de fato macaco e sotaque foleiro a olhar-te de cima a baixo e a dizer "oitenta eurrós.".
Recordo-me e entendo.
O que me chateia é ninguém neste tempo todo que permeia o momento em que este post foi postado e o momento em que eu faço este comentário ninguém tenha feito a pergunta principal e que é sem mais demora quais são as outras 2.
Agradecendo a resposta célere (caso contrário, não agradeço nada),
A Alemanha Ganhou a Guerra
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