quinta-feira, 14 de julho de 2011

perdido na tradução

Não estou em S.Paulo de férias mas sim em trabalho. Passo o dia em reuniões de um lado para o outro com chofer particular (sempre quis poder dizer isto) e tenho tido o privilégio de ir conhecendo detalhes da mega economia paulista e as elites que nela se movem. Aqui, é verdade, dá gozo pensar numa carreira ou ser empreendedor ou ser rico. A olhar pelas enormes janelas de um escritório high tech e sóbrio num 18º andar, sozinho, a ver o sol cair atrás dos arranha-céus e do véu de smog, com helicópteros a pousar no topo dos prédios, com as avenidas paulistas de 8 faixas todas bloqueadas de carros e as formiguinhas a correrem para os seus comboios e onibus... ah... uma pessoa sente-se com vontade de agarrar o mundo. De pertencer a isto! De ser uma peça relevante na máquina esmagadora! De não ser apenas mais um!! De ser dono da cidade!!!

Felizmente, sei que me vai passar assim que voltar ao meu bairro e for à minha tasca beber umas cervejinhas e folhear A Bola do dia anterior. Voltarei a ser português rapidamente.

3 comentários:

Isa disse...

Bem-vindo :)
que não te passe o entusiasmo. SP, e o Brasil, trazem ao de cima o que de melhor há em nós e que nós deixamos que nos castre em Portugal.
Nunca, jamais, deixarás de ser português, mas a magia brasileira, essa nunca mais ng ta tira ;)
Bjo

Diz que hoje sou anónimo disse...

"Dono da cidade"... pff! Ambição pífia. Ser dono da cidade, assim como dono seja do que for, resume-se a quê? Se queres agarrar o mundo, vai abraçar uma árvore.

Raios partam esta mania da merda da 'unidade' (não no sentido de união mas sim do um, numeral, enquanto unidade de base). Ninguém é nem mais um nem menos um, é-se mais do mesmo, seja-se Tolstoi ou o chato que me faz coçar os colhões. Nada disto importa e NENHUM sacrifício vale a pena.

Caralho, pá!! Será que mais ninguém repara que a preguiça é a unica posição conceptual e ideologicamente sã?!

RBM disse...

Eu achava que eras desempregado.