domingo, 24 de julho de 2011

Amy

Nunca compreendi como era possível empurrar a Amy Winehouse para um palco em estados catastróficos de bebedeira, quando seria evidente o desastre. Ela era um freak show a explorar. As suas ocasionais humilhações em palco criavam buzz e publicidade gratuita, só isso explicava como agentes ou responsáveis pela sua carreira a deixavam expôr-se repetidamente nessas situações em vez de cancelar o concerto. Tinha o ar de ser uma pessoa totalmente à deriva do próprio talento e que este era também uma maldição. A morte dela não é uma surpresa mas talvez por isso mesmo seja mais triste ainda. Porque ninguém a salvou?

7 comentários:

Ricardo disse...

Infelizmente há vidas que só fazem sentido se terminarem assim... Fica a atormentada irreverência e obviamente as canções... Gostaríamos tanto da Amy se ela fosse uma tipa certinha? Provavelmente não...

Alix disse...

desculpa? mas como ninguém a salvou? as coisas não funcionam assim. ela teve imensas vezes internada, de todas essas vezes, voltou a ter recaídas. se ela não tivesse morrido, poder-se-ia ter salvo numa outra tentativa. assim já não há mais possibilidades de se salvar, óbvio não?

e não é porque uma pessoa vai para reabilitação que fica logo curada da dependência. e mais, depois de a pessoa se tornar dependente, não é só querer sair, não é fácil. por isso quem diz que era de prever, e que ela merecia, e que não se esperava outra coisa, estão tão, mas tão enganado.

(não vais acreditar, mas li na blogo alguém a dizer: eu não gosto de drogas nem de álcool. WTF?)

Alix disse...

p.s: sim, sempre achei mal de a deixarem ir para o palco, quando ela não tinha condições para isso!!

Diego Armés disse...

Concordo a com a tua visão, Tolan. Havia alguma crueldade cricense nesses episódios. E concordo com o fascínio pela personagem trágica que os ícones pop suscitam, que o Ricardo refere. E também me revejo em certas palavras da Alix - menos na primeira: a salvação da Amy ia bem para além da desintoxicação, parece-me. A "maldição" do talento desmesurado que a empurrava para a ribalta era um ingrediente de peso na sua tormenta. E essa tormenta não começava, seguramente, no abuso das drogas (nem na escravatura do estrelato, já agora).

Mas uma coisa é certa: tal como Joana d'Arc e Jesus (e mitos pop-rock, de um modo geral), a Amy Winehouse tinha estilo. Há muito que o universo pop-rock não se deparava com uma figura tão genuina e decadente, miserável, talentosa e glamorosa. Tudo ao mesmo tempo.

Maria Amélia disse...

Havia outros interesses por trás... infelizmente não se rodeou das melhores pessoas... e aquele pai tentou tudo... até onde pôde. O livre arbitrio da filha, sob influência de malta com uma agenda diferente da dela, imperou. Triste é ter tido uma vida tão curta com tão pouca dignidade. Merecia mais.

Sweet About Me disse...

Concordo contigo, incluindo a parte "porque ninguém a salvou?". Apesar das constantes clínicas que ela esteve é um bocado difícil sair de algo onde os agentes e se calhar a família não queria que ela saísse pois adoraram explorar o espectáculo circense que ela dava. Ou seja queriam salvá-la sem querer que ela saísse do meio onde estava... hipocrisia...

Anónimo disse...

era e continuo a ser grande fã, mas como ela própria disse : "I can't help you, if you wont help yourself"