sábado, 5 de março de 2011
flogging
Afinal o Portrait Of An Artist As a Young Man do Joyce está quase a ser canja. As excepções são termos em inglês que não compreendo. A maior parte é irrelevante, suspeito que são termos que o próprio Joyce inventa, como as pessoas que dizem stander em vez de stand ou sutiões em vez de soutiens. Anos e anos de phones fizeram de mim um ser um pouco duro de ouvido, o que me leva a não compreender boa parte do que me dizem a não ser que faça um grande esforço (o que é raro) para compreender. Limito-me a dizer que "sim" e "hum hmm" e, paradoxalmente, até passo por um bom ouvinte. Acho a minha atitude condenável mas menos irritante do que estar sempre a pedir para repetir o que acabaram de dizer. Onde é que eu ia... ah, Joyce. Por vezes há termos que são importantes na história porque aparecem centenas de vezes na mesma página. O de hoje foi "flogged". Pensei na banda, os Flogged of Seaguls e nos Pink Flogged e nos Flogged of our Fathers do Clint Eastwood, po vezes por aproximação vamos lá, mas não fazia sentido nenhum. Pelo contexto, tentei adivinhar o que significava flogged. A cena em questão passa-se num colégio católico opressivo e uns putos portaram-se mal, fizeram uma traquinice, e os padres dão-lhes a escolher serem "flogged" ou expulsos do colégio. A maior parte prefere ser expulsa mas um deles prefere o "flogging". Nisto, fala-se do miúdo ter de baixar as calcinhas e por-se de bruços com o rabo à mostra e depois o padre zás, flogga-o. Pensei logo que me tinha calhado mais um daqueles livros paniscas à Sandor Marai, afinal de contas, aquilo é um colégio católico e sabemos bem a propensão que os padres católicos têm para essas coisas menos próprias quando vêem um rapazinho de rabinho para o ar. Na linha seguinte falam em 20 floggs e eu 'porra, 20, coitado do puto nunca mais se vai poder sentar' mas outro miúdo acrescenta que o padre talvez não o flogge com a força toda. Entretanto não li mais porque tenho de ir ali grelhar umas espetadinhas de peru e está a dar o Porto Guimarães por isso não sei, amanhã vejo, mas era bom que o Guimarães floggasse o Porto, que é uma coisa má de certeza, é.
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3 comentários:
os flogging molly são da terra do joyce. zupar no traseiro da molly!
Flogging... se bem me recordo tem a ver com flagelação :)
J
Há sempre uma nova perspectiva das coisas e as palavras têm um potencial de sugestão incrível! E a tua capacidade de tirar partido desse potencial é de louvar! :P
Lembro-me de ter lido excertos do Portrait para uma cadeira da faculdade e admito que não me agradou nada... Talvez devesse pegar-lhe novamente um dia destes... Recomendá-lo-ias? Flogguices à parte, claro está!!!
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