segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia dos Namorados

Calha bem ser numa 2ª, é um dia em que nunca ponho os pés em restaurantes porque muitos estão fechados. Em anos anteriores já me aconteceu ir jantar sozinho, com um livrinho do tio Dostoiévski, no Dia dos Namorados e só me aperceber que é dia dos namorados meia hora mais tarde, pela profusão de casais jovens. Normalmente janto cedo e os namorados jantam tarde porque as namoradas demoram tempo a arranjar-se. E trocam prendas fofinhas. O problema é que não importa o restaurante onde se vá, é sempre a mesma coisa em todo lado. Vamos ao Gambrinus e estão lá a Pituxa e o Tomé, a trocarem vouchers de férias em Chamonix. Vamos à tasca do Tolan em alfama, e estão lá o Fanecas e a Soraia, a fazerem contas à vida para ver como vão sustentar o filho e o alcoolismo dos pais. Vamos ao McDonalds e o Joãozinho está a partilhar um happy meal com a Teresinha sob o olhar embevecido dos respectivos pais, divorciados ou a caminho disso.

Já me passou aquele ressabiamento que veio da adolescência, quando fazia uma espécie de maratona de procura de namorada nas semanas antes do dia de S.Valentim (eu levava o desafio a sério), delineava um plano, com prioridades e metodologias: urso de peluche para a Carina, poemas para Inês, ganhar campeonato escolar de basketball 3x3 da Coca-Cola Converse para impressionar Patrícia etc. Inevitavelmente redundavam em fracassos catastróficos e concentrados em muito pouco espaço de tempo. As raparigas têm tendência a contar tudo umas às outras. E se tu não és bom que chegue para a Carina, não são a Inês ou a Patrícia que vão ficar contigo. É assim que funciona. Tudo o que é preciso é a aquela 1ª, depois é sempre a rolar, até se pode ter as 3 ao mesmo tempo ou em ciclos curtos, uma semana uma, outra semana outra, outra semana outra etc.

A noite mais ridícula do dia dos namorados foi uma em que fui jantar com o meu melhor amigo (nem eu nem ele nos apercebemos que era dia dos namorados) e fomos a um restaurante pimpineli e o empregado, um brasileiro abichanado, acendeu-nos a puta da velinha na mesa e piscou-nos o olho.

10 comentários:

Jade disse...

Ah ah ah :) Essa do jantar com o amigo e da velinha deve ter sido engraçada :)

Cat disse...

E a velinha era de cheiro? :D:D:D

Tolan disse...

Não, e mal ele se foi embora apagámos a vela e ficámos um bocado calados, nem comentámos.

tenho de fazer um post só sobre cenas assim, tenho várias. Por exemplo, ir ao IKEA com um amigo e um de nós ir ver camas de casal e pedir a opinião ao outro.

Anna disse...

Não dá mesmo para se viver um dia normal hoje, pois não?!... Pelo menos em público. Se não são os equívocos pela companhia "errada" (como o caso do teu jantar-equívoco), será pelos olhares piedosos de "oh, está sozinho".

Poetic Girl disse...

Essa da velinha está boa :) realmente toda a gente parte do príncipio que neste dia só os pares vao jantar, e as outras pessoas não podem jantar? bjs

Anónimo disse...

HAHAHAHAHAHA
Então veja lá aonde vai hoje, não vá o episódio da velinha repetir-se.

Anónimo disse...

Eu acho que devia ter deixado a velinha acesa, imagine se faltava a luz?


Maria Amaral

P.S Quanto ao dia de S.Valentim , nada a acrescentar tirando o facto curioso de também hoje, se comemorar o dia da disfunção eréctil.Haverá alguma ligação?



Maria Amaral

Anónimo disse...

Conheço uma historia de dia de namorados semelhante...
Um primo meu estava a fazer uma maratona de estudo com um amigo e fizeram um interregno para jantar
resolveram ir a um restaurante
Nenhum deles se recordou que era dia dos namorados ate que chegou a sobremesa... que era um doce qualquer cor de rosa e em forma de coração
Colocado na mesa com o devido piscar de olhos a acompanhar
A melhor parte da historia tem a ver com a descrição feita pelo meu primo das reacções do amigo
Simplesmente hilariante, mas impossivel de reproduzir

Cumps
J

Tolan disse...

:)) pelos vistos é uma armadilha comum!

Anónimo disse...

Parece que sim
Afinal o Tolan não está só

:))
J