sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

poker (update: já postei isto uma vez, mas isto não é copy paste, a piada é essa)

O poker é um grande tema literário e de conversa. Podia falar cerca de 14 horas sem interrupção, sobre poker, aliás, só não o fiz porque fiquei com sono e já não havia ninguém à minha volta na rua da rosa no bairro. Escrevi "sem interrupção" porque não consegui escrever o advérbio de modo correspondente.

Podia escrever um livro de poker. É fácil. Já li cerca de 12 livros de poker e estudo-o com afinco. Doyle, Gus Hansen, Dan Harrington, Negreanu, Ivey, foram todos meus professores. Mas um livro de poker escrito por mim seria praticamente inútil a outra pessoa. O poker é a modos que o barómetro monetário das nossas disfuncções cognitivas e comportamentais. São impacientes? Não joguem poker. São impulsivos? Não joguem poker. Não têm tomates? Não joguem poker. Não sabem mentir? Não joguem poker. Não sabem avaliar as outras pessoas? Não joguem poker. São maus em lógica e noções básicas de probabilidades porque seguiram letras? Não joguem poker. Acham que são os maiores? Não joguem. Etc.

Quase ninguém devia jogar mas as boas notícias é que jogando pessoas que não deviam jogar, vocês podem ser um pouco menos más do que elas. O objectivo, tal como nas sociedades capitalísticas, é explorar os fracos e manter-se afastado dos grandes. Eu identifico os fracos graças a dois softwares, um que me regista as jogadas todas e outro que me faz o scan de todas as mesas dos sites em que jogo. Quando apanho um fish (um tanso), marco-o e sigo-o para onde quer que ele vá, mesmo que passem semanas, meses. Não sou só eu a fazer isso. Eles, por definição de fish, nem se apercebem da improbabilidade de eu estar sempre nas mesas onde eles estão, entretidos e a fazer figas para que as cartas lhes saiam bem. A vida é lixada. Em compensação, acho que sou seguido por dois sharks a sério porque costumam aterrar nas mesas onde estou. Dizem que devemos mudar o nick regularmente por causa das coisas mas eu até me afeiçoei aos gajos e fazem-me companhia.

6 comentários:

ardinario disse...

Estás a ficar senil. Já tinhas postado esta coisa. Desta vez o 1º parágrafo ficou porreiro. Estás a ficar senil? Não jogues poker.

ardinario disse...

Afinal queria referir-me ao 2º parágrafo. Está porreiro. Estou a ficar senil, porra.

Tolan disse...

Tu és como aqueles sharks que me seguem. Se eu posto a mesma merda 2 vezes é porque é verdade! Se mentisse, nunca postava a mesma coisa duas vezes. Mas sim, estou a ficar senil :(

Tolan disse...

Ou então a minha vida está em repeat como a do Bukowski aos 70 anos. Estou pronto para morrer. Adeus a todos :*

Mariana Vital disse...

ininterruptamente.

:)

Lady D. Gene Rated disse...

"Acham que são os maiores? Não joguem." Tem de dizer isto ao Gus, ao Ivey, ao Negreanu, à Annette, ao Dwan, ao Antonius, ao Ziggy... porque todos eles acham que são os maiores. E a confiança que eles têm em si mesmos é essencial para o sucesso que têm. Mesmo o ego desmesurado e desporporcionado em relação às suas reais capacidades do Phil Hellmuth é essencial ao sucesso dele.

Então e o Slansky? Eu gosto mais de discutir no 2+2, mas para quem gosta de ler, o Slansky é essencial...