terça-feira, 23 de novembro de 2010

facebook

Criei um facebook e agora ando a tentar criar uma página, assim só precisariam de fazer "like" e podiam seguir conteúdos do meu quotidiano sem verem a vossa privacidade devassada pela minha curiosidade. No entanto, como personalidade no facebook, posso interagir de forma mais espontânea do que a que faço no meu facebook real, em que não consigo dar-me ao trabalho de regular os privacy settings. Demasiado confuso e trabalhoso. Tenho desde família, colegas, amigos, presidentes da minha empresa etc. tudo ao molho, o que me impede de fazer um status sobre ressacas, por exemplo, que já posso fazer no facebook do Tolan.

Mas este texto é sobre pessoal que não tem facebook. Isso existe. Existem pessoas com menos de 33 anos que não têm facebook, posso prová-lo.

Eu venho da província. O pessoal da minha turma do 12º ano seguiu caminhos separados. Depois, até ao 1º e 2º ano da universidade, ainda organizávamos uns jantaritos de vez em quando e era engraçado, mas depois, naturalmente, os caminhos separam-se porque conhecemos pessoas muito mais interessantes e urbanas e que, sobretudo, não nos conheceram na patética fase da adolescência em que deixámos crescer o cabelo para ficar igual do Kurt Cobain e parecíamos uma ovelha por tosquiar.

Eu não fazia questão de ser amigalhaço e recuperar essas embaraçosas amizades mas move-me uma curiosidade extrema para saber o que é feito deles. Estão vivos? Estão bem? Têm quantos filhos agora? Engordaram? A Vânia, que me trocou por outro no baile de finalistas engordou mesmo como eu vaticinei? O Diogo tornou-se toxicodependente? O Carlos casou com uma MILF? Sei é que não existe rasto destas pessoas na internet e sei os nomes completos. Nada, zero. Não existem, porque o google não as apanha. Se o google diz que não existem, é porque não existem, mas pelo menos, devia haver uma notícia qualquer da sua morte, uns comentários em facebooks ou blogs de amigos, etc, tipo "ah, o Diogo morreu de overdose, coitado".

Eu só fiz um facebook para stalkar uma namorada que tive, queria controlar essa coisa dos likes e dos friends, mas foi só por isso. Entretanto, vi-me obrigado a recomeçar a usar o facebook porque é uma ferramenta essencial para existirmos.

Não percebo que vida uma pessoa leva para não se sentir impelida a ter pelo menos um facebookzinho. Até a minha mãe está a pensar ter um, o que provavelmente significará o fim de uma era.

16 comentários:

Beatrix Kiddo disse...

a minha mãe já tem...é engraçado...os comentários dela

Tolan disse...

gosto das reticências.

Pedro Góis Nogueira disse...

Eu era o gajo mais anti-Facebook que havia... Chegava a dizer ao meu irmão que mais cedo a minha avó tinha lá uma página do que eu. Mas depois não sei bem porquê aderi e agora tenho mais de 600 "amigos" (só lá tenho 20 amigos eu sei)...

Em relação a antigos colegas vem a maior frustação. Não está lá ninguém. E as buscas que eu fiz ao grande amor platónico da minha vida ... Nada. Sónia, onde andas tu?

purpurina disse...

eu não tenho. o google apanha-me por outros pecados, mas não pelo facebook.

purpurina disse...

(está ali um mas a mais, não está? que chatice)

kiss me disse...

Por causa dessas merdas das ressacas e não sei quê tenho lá uma listinha de "amigos" com toda a gente da empresa que bloqueio a quase todos os meus posts. São uma maravilha estes privacy settings. Quem pode ver este post? Apenas amigos excepto lista XXX. Eles abrem o meu perfil e só lá vêem a minha foto a ler o Tratado da Ortografia Portuguesa de Rebelo Gonçalves com uma cara pensativa de quem "em que é que esta leitura vai melhorar o meu trabalho?".

I. disse...

Tenho feicebuque e não lhe ligo puto. O meu verdadeiro nome não aparece no google, and proud of it. E se mamãe tivesse feicebuque, jasus.

Isabel disse...

Então vamos lá: eu podia dizer que não tenho facebook, porque na verdade não ligo o mínimo àquilo. Não está actualizado, não tem nada nada, para além da foto de perfil, que por acaso até sou mesmo eu. Mas tenho! E porquê? Exactamente para seguir o rasto de algumas pessoas, confesso. Acho o máximo descobrir pessoas que não vejo há anos, saber por onde andam, se já têm filhos, se engordaram, etc. Embora depois dêem com os burros na água quando tentam saber alguma coisa sobre mim.

(Mas eu existo, o Google confirma.)

Edgar V. Novo disse...

Pude confirmar que nunca irei pertencer ao mundo em que nasci quando, após meses de relutância em abrir uma conta, recebo um convite do meu pai para visualizar o seu perfil e me juntar ao facebook.

Depois disso (que aconteceu há uns três ou quatro meses), e de eu próprio já fazer parte da corja facebooquiana, pude também constatar que a maior parte dos meus amigos que conheço de facto não tem muito de interessante a dizer ou a fazer na vida.

O pouco que vejo por lá que me interessa até é o que publicam os gajos e gajas que desconheço por completo (excepto aqui pelo mundo da bloga).

Esteves disse...

CALMA TOLAN CALMA...
O Facebook tem 500 milhões de users, enquando 1.5 mil milhões (1.5 MIL MILHÕES) não o tem.
Portanto nós (os que não tem facebook), vamos continuar a ser a estrondosa maioria...
Estava capaz de fazer um facebook só para dizer isto. :)
Ou isto:
http://aeiou.exameinformatica.pt/pai-da-web-diz-que-facebook-ameaca-fragmentar-o-espaco-cibernetico=f1007863

Pólo Norte disse...

http://quadripolaridades2.blogspot.com/2010/05/momento-nao-acredito-do-dia.html

(Toma, embrulha e leva para casa) :(

Tolan disse...

Esteves, é triste mas temos de deixar o 3º mundo fora desta análise pois há pessoas que nem têm água potável e electricidade também. No mundo desenvolvido, no qual Portugal se inclui à rasca, a maioria já é internauta. Mesmo em portugal, praticamente 100% dos menores de 18 anos utilizam internet e dentro dos utilizadores de internet, 86% utilizam o facebook. Quanto ao interessante artigo, há que dizer que já há muitos sinais do fim dessa fragmentação pelas redes de sociais abertas da próxima geração. O caminho é uma total integração da persona virtual em todas as plataformas, um único BI virtual digamos assim e que cada pessoa construa a sua rede social integrada. Já há esforços nesse campo no domínio de aplicações open source e própria google tem tido projectos nessa área. Eu tenho conteúdos no youtube, myspace, facebook, blogger e linkedin. No futuro, essas coisas estarão interligadas. Note-se que já existe forma de puxar conteúdos do facebook para a blogger por exemplo e vice-versa. Decerto, no futuro, isto levantará questões de posição dominante e monopólio e podem escrever que a Google e o Facebook sofrerão os mesmos problemas da Microsoft a nível de reputação, por nos forçarem de alguma forma a escolher tudo o que seja deles...

Esteves disse...

Tolan, na minha análise, apenas estava a contar com as pessoas que se estima que sejam utilizadores de internet (2 mil milhões), ora para estas pessoas utilizarem este meio é necessária a electricidade. Podem, porventura, não ter electricidade em casa, mas conseguem aceder em algum lado...
De resto concordo com o que dizes acerca do futuro da web. ;)
Abraço e quando tiveres tempo, ouve Avi Buffalo. É uma prendinha minha pelas vezes que me fazes rir quando te leio. :)

Tolan disse...

VOu ouvir!

mitwist disse...

credo, opiniões tão formadas!é só o facebook, malta!calma...

eu ADORO aquilo. não sei como é q sabia das coisas antes do FB.

Filipa. disse...

Loser, ainda só tens 3 fans ;)