sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mário Vargas Llosa, Garcia Marquez...

... venha o diabo nóbel e escolha. Escolheu os dois, por acaso. Sabíamos que era uma questão de tempo até se desfazer a idiota polémica Llosa vs Marquez que ocorreu quando este último ganhou o nóbel. Evidentemente que o Llosa é melhor que o Marquez mas isso é o mesmo que dizer que o Daniel Carriço é melhor que o Tonel. Garcia Marquez é-me intragável. Uma questão pessoal creio eu. Não vou muito à bola com literatura sul americana. Nem sei se lhes falta alguma coisa, mas são capazes de ter em excesso duas, exuberância estilística e uma lamechice melancólica. Os brasileiros, apesar de sentir sempre que estou a ler uma tradução da europa américa, gostei de alguns, só que eles deram ao mundo o Paulo Coelho e penso que pelo menos 100 bons escritores devem pagar pelo Paulo Coelho. O chileno Pablo Neruda é um work in progress, não sei ainda, é poesia, e poesia, é como levar no cú, há quem goste, há quem aprenda a gostar. Desses lados, do que li, safa-se o argentino Bioy de Casares (com os mesmos defeitos sul-americanos, infelizmente) e com grande margem o mexicano Juan Rulfo.

8 comentários:

Maat disse...

'apesar de sentir sempre que estou a ler uma tradução da europa américa' - HAHAHAHAHAHAHA É mesmo verdade.
E também não gosto de escritores brasileiros (excepção feita ao Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, do Jorge Amado, que é uma linda estória de amor).

Diego Armés disse...

Essa síntese dos sul-americanos é boa. E o Márquez e o Llosa são ambos intragáveis, para mim. Num registo diferente, menos pretensioso e mais ligeiro, talvez, o Sepúlveda ainda se safa. Mas lá está, é porreiro para edições de bolso de ler no autocarro.

Rui Dantas disse...

borges?

Tolan disse...

Não conheço ainda, vou tratar disso :)

Anónimo disse...

Se fosse a ti tratava depressa. Não conheces um dos melhores escritores de sempre.

Cate disse...

Concordo no que dizes sobre os excessos dos escritores sul-americanos. Mas a mim por acaso não me desgosta.

Anónimo disse...

arlt e onetti, por exemplo. há carradas de tipos bons e que não se enquadram no estereótipo. donoso é outro, apesar do seu (ir)realismo. e então sábato, cortázar, eduardo mallea (negro, negro)? parece-me que conheces os maus e não leste os bons...

Tolan disse...

É bem possível caro anónimo. De facto, é um bocado como um alemão dizer que não gosta de fado porque não aprecia Dulce Pontes ou Marisa. Costumo dizer (assim em voz alta e tudo, no carro, quando vou a conduzir) que os esterótipos que tenho alimentam-se da minha ignorância. Eu vou certamente investigar mais, obrigado pelas dicas.