segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

um festival de poesia


Todos convidados a ir, de 21 a 24 de Março. :)

O cartaz do evento está um pouco farrusco, se calhar  os senhores poetas escusavam de pousar-lhe chávenas de café ou imperiais em cima depois do print.

Eu gosto muito de poesia, é um dos meus hobbits. Se calhar gostava de participar neste festival com os meus poemas. Este aqui foi o último que fiz, depois de um passeio de 40km de btt.

Eu gostava de ser poeta
e de fazer muitos versos
eu cá tenho essa uma meta
entre outros objectivos diversos

entre os quais se incluem
ir de lisboa a torres vedras
de bicicleta perto das nuvens
em caminhos cheios de pedras

começa na subida ao cabeço de montachique
é lixado, sobe mesmo a pique
comigo mesmo vou ao despique
e pelo caminho faço um pique-nique.

e vou pensar muito em poemas
em coisas que tenho para dizer
lá no alto hei de arranjar temas
que a musa me vai oferecer.

e depois quando chegar
todo enlameado e a tremer
um banhinho vou tomar
e upa, toca a escrever

não vão ser palermices amadoras
mas sim coisas belas e românticas
com um qb de sofredoras
e muito altamente semânticas.

quero deixar a plateia emudecida
depois de fazer a minha declamação
a fila da frente estarrecida
silêncio e espanto, que emoção!

depois começam a falar
na plateia, a cochichar:

que poeta é este? foi magnífico!
diz que se inspirou em Montachique
ena, mas isso é terrífico
é mas é muita chique! 

eu estou ali por amor à arte
quero ir aonde o poeta vai
 não é por motivos de engate
pois mulher tenho e vou ser pai.

depois do show terminar
vem a minha parte predilecta
vou pro camarim relaxar
dói as pernas da bicicleta.

recuso as massagistas tailandesas
que nos camarins dão assistência
com óleos perfumados e velas acesas
poetas pedem final feliz com frequência.

8 comentários:

Mal Dito disse...

Bom dia, Tolan,

Vimos, por este meio, informá-lo que passou à fase seguinte das audições para o Mal Dito :)

Um abraço

Tiago disse...

É desconcertante aquele verso em que estamos à espera de 'humedecida' e tu sais-te com um inesperado e genial 'estarrecida'. Bravo!

Tolan disse...

:)) nãaaaao, tenho vergonha, não pensem que me apanham lá ó senhor Mal Dito! :)

Mal Dito disse...

Vá, anda daí
traz a Plaft
e um amigo
(ou mais)
também ;)

pássaro viajeiro disse...

Também acho que devia ir.
Não só escreve muito bem com faz boa e bonita poesia.

chapeau! disse...

senão escrevi, podia ter escrito. (a melhor litratura assiste ao leitor a ilusão "que simples e verdadeiro e, contudo, ainda ninguém se tinha lembrado de o escrever..."
com a música é igual.




ESTE TÓQUIO

Paz, guerra, religião,
Revolução, não servem de nada.
Estas sementes de horror no ágil
Polegar e cérebrozinho avarento
Que aprendeu a apanhar bananas
Com um pau.
Os milhões de nós inúteis
Uns para os outros ou para o mundo
Ou para nós próprios, os sofredores do real
Ou da mente – este mundo
Não passa de um sonho? ou a vida humana
Um pesadelo enxertado em solidez
De planeta – mental, mental,
Tremor de sol – louva
O mal, despreza a liberdade com De Sade
Ou o mais alto dantesco esplendor do Deus
Ou Luz infinita ou Vida ou Amor
Ou simples anjo de ouropel no
Céu de candy dos pobres –
Divindade mental ou beleza, todos,
Platão, Aquinas, Buda,
Dionísio da Cruz, todas
As dores ou prazeres infernos ou
O que em razão ou carne
Lógica, visão, música, ou
Concocção de todas as faculdades
& pensamento tende – tende – para isto:
Este vistoso apartamento dos ricos.
O conforto dos E.U. Por si mesmo.
As duas raparigas tímidas e trémulas
Que se acariciavam em espectáculo
Por mil yen à nossa frente homens
- Num quarto gelado – para comprar à família
Uma refeição. Este baldio de
Arame sujidade carris chapas de estanho blocos
Bebés, estudantes, velhos corruptos.
Vivemos
No encontro do sol e da terra.
Vivemos – vivemos – e todas as nossas vidas
Levaram a isto, a esta cidade,
Que em breve é o mundo, esta
Impotência onde o amor do homem
Ou o ódio do homem a ninguém
Importa, ama se queres ou
Contempla ou escreve ou ensina
Mas sabe no teu tutano humano tu
Que lês, que tudo o que pisas
É terramoto podridão e matéria mental
Trémula, liberdade é um vazio,
Paz guerra religião revolução
Não servem de nada.

Tradução de Manuel de Seabra.

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