segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Take Shelter, ou como dar cabo de um filme em 10 segundos

Então vi o Take Shelter. Grande filme com um final um bocado desconcertante de mau. Para a Plaft foi fatal, diz que não gostou do filme. Eu tendo a pensar que um filme que é 98% muito bom e tem 2% muito maus é no mínimo bom. Independentemente do fim poder ou não ser levado à letra, de existir uma ambiguidade e um contraste interessante entre uma obra hiper-realista que de repente abre a porta para o fantástico, de questionar o espectador ou qualquer outra teoria que justifique um final tão imbecil, o facto é que aqueles últimos segundos geram uma discussão completamente desnecessária e injusta para um filme excelente. O espectador, em vez de sair do cinema com o entusiasmo de quem deu o seu tempo por bem empregue, sai com a dúvida do “percebeste o final? O gajo era mesmo esquizofrénico ou afinal tinha premonições?” que era completamente inútil. É pena que naquele que me parecia um dos melhores filmes de 2011, não tenha havido mais um bocadinho de contenção e sensibilidade no fim. No Martha Marcy May Marlene, o melhor filme de 2011 que vi até agora (eu vejo-os com 1 ano de atraso) cria-se ambiguidade no final pela contenção ao terminar abruptamente uma cena a meio. Mantém-se o realismo que dominou o filme mas a ambiguidade e angústia é gerada pelo ecrã negro da "fita" que acabou. Sem truques, só algum egoísmo e requinte de malvadez para com o espectador.

1 comentário:

Tiago disse...

para mim são os dois muito bons!