quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"raparigas modernas", yeah right

Não se deixem enganar, são todas saídas de um romance da Jane Austen. Se dizem que acham um anel de noivado piroso, isso é meramente um desafio para encontrarem um que não o seja. Se desvalorizam ou rejeitam o conceito de casamento, é só para aumentar o índice de dificuldade e fazer um teste. Se defendem o direito ao trabalho e a querer ter uma carreira, o que estão a deixar implícito é que adoravam ter um homem forte e poderoso para poderem estar sossegadas a cuidar dos filhos e a dedicar-se à pintura, piano ou decoração. A maior parte das vezes não se apercebem disto e estão convictas de que são modernas. Estão naquilo que eu chamo de "estado de hibernação feminista". O mundo está cada vez mais repleto de ursas num rigoroso inverno de sibéria de romantismo. E saem da hibernação de duas formas, ou a bem ou a mal. A bem, é quando são surpreendidas pela própria reacção de agrado (ou mesmo euforia) por serem alvo de uma atitude romântica ou quando se apaixonam para lá da própria sanidade mental. É como se regredissem ao estado em que faziam vestidos para as bonecas e sonhavam com o príncipe encantado. A mal, é quando, aos 30 e poucos, a cuidar dos dois filhos do ex-companheiro que assumiu outra orientação sexual a meio de uma sessão de swing com um casal poligâmico, passam por uma loja de vestidos de noiva. Olham para um vestido e para o próprio reflexo translúcido no vidro da montra, sobreposto ao manequim sem rosto e choram. Amargamente.

13 comentários:

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Choça, que violência pázinho...! Vale a pena contraria-te? Que te aconteceu, vá, conta lá o que te fizeram.
Bem, agora a sério, sabes que as mulheres não se dividem apenas em duas categorias, bem estás a colocá-las numa mas com dois desfechos diferentes...

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Era chiça (não choça)

Surpresa disse...

Eish, agressivo.
Concordo em parte. Quando ouço uma mulher dizer essas coisas que enumeraste de boca cheia e quase em tom de desafio, acho que o que se passa por trás é precisamente o que dizes.
Mas acredito que haja um meio termo e que as mulheres que se deixam estar no meio termo são as sinceras. Essas não rejeitariam o vestido de noiva, mas também não necessitam dele, e isto é válido para tudo o resto, a meu ver.

Jelysa disse...

Na maioria das vezes, as mulheres são assim. Mas desde quando é que o modernismo é sinónimo de feminismo? As que quiserem casar hão-de casar-se, eventualmente.
Os homens não têm de as aturar se não quiserem. Há sempre um "não" pronto a ser dito.

tata disse...

Plaft, tu pronuncia-te mulher...

Edgar disse...

Não sei mas és capaz de ter razão.

Tolan disse...

A Plaft quer casar um dia, é uma moça tradicional. Ok, tem de ser em Las Vegas. E ok, o padre tem de estar vestido àElvis. Ou eu tenho de estar vestido à Elvis e ela à Marylin. Ou ao contrário. Não me recordo bem. Mas é tradicional.

Flying Solo disse...

Concordo :)

solana disse...

Este post está muito bom!!!A primeira frase diz tudo.

São João disse...

Gosto muito de anéis pirosos, sobretudo se tiverem diamantes e caveiras. Já disse que não a um pedido de casamento e continuamos a viver juntos. E agora grande astrólogo vidente Tolan, o que será de mim?

Isabel disse...

Não gostava nada de ficar sossegada, a dedicar-me à pintura, etc. Gosto muito do meu trabalho. Essas generalizações...

Anónimo disse...

Essa tua ideia Tolan de que todas a mulheres precisam de um homem está trocada, todos os homens precisam é de uma mulher, caso contrário, porque é que andas a falar constantemente da Plaf desde que ela te apareceu? Mau momento o dela quando a sua escolha recaiu sobre um homem que acha as mulheres se dividem em duas categorias...cada mulher é um caso, uns mais complexos que outros, mas cada uma é caso, uma história para ser contada de forma diferente de todas as outras. Parece-me que carros alemães e bom gosto literário não te ensinaram tudo. Espero que a Plaf te ajude nessa jornada.

Plaft, Sílvia disse...

Oh Anónima, não seja amarga. O que é isso de "precisar"? Como de ar para viver, ou como de um casaco dos Storytailors? Vá, ligeireza, ligeireza.