segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

como matar um escritor

É complicado ser o escritor maldito quando o Autor me borrifa com perfume só porque vem cá uma miúda a casa. O Bukowski alguma vez se borrifaria com perfumes? Sinceramente, sinto-me ridículo, todo cheiroso e lavadinho. E depois esconde-me o volante e os pedais da PS3 e o headset, tudo debaixo do sofá da sala, à pressa, junto com o resto da pizza congelada do dia anterior… quem é que ele quer enganar? Porque se dá ao trabalho? É só uma rapariga! Elas não sabem jogar Battlefield sequer :P Não sabem fazer nada de jeito e depois são emocionais e dão-nos pesos na consciência por tudo e por nada, estamos sempre a fazer tudo mal e a magoar “sentimentos” só porque nos esquecemos delas na estação de serviço. Não dá para fazer meia volta rapidamente na autoestrada, mas explicar isto a uma rapariga com tpm... Estão sempre a tentar mudar-nos, começam por dizer "gosto de ti como és" mas é só até descobrir os restos de pizza e depois "como és" transforma-se no "como eu quero que tu sejas" e percebemos que sim significa não e que talvez significa não e não significa não. Uma rapariga só atrapalha um artista. Ele uma vez pôs jazz na aparelhagem quando estavam a jantar. Como se ouvisse jazz. Tem dois cds tipo best off do jazz. Nem é de um músico em particular, é do “jazz”. E tudo porque ela lhe respondeu que "gostava de jazz" quando ele lhe perguntou "gostas de jazz?" É daquelas coisas que todos dizemos não é? Até podemos dizer "gosto mas não oiço muito". E nisto nasceu um equívoco entre os dois, ela vai continuar a falar do John Davis e do Miles Coltrane e ele embevecido a dizer "perfeitamente, perfeitamente" e eu vou ter de assistir a esse espectáculo deprimente. Enquanto isso, a grande literatura adormece, perfumada.

3 comentários:

pequena doroteia disse...

O Tolan afinal é um sentimental :) Viva!

annie disse...

coitado, não consegue evitar essa condição.

Beatrix Kiddo disse...

ehehehe