Vamos apenas em sete jornadas mas a tendência de polarização do campeonato espanhol entre dois grupos de equipas (Barcelona e Real Madrid vs os "pobres") que se acentuou nos últimos anos é já notória, pegando no exemplo no total de golo marcados. Em baixo está a Liga Portuguesa, também à 7ª jornada (clique para se ver melhor).
O número total de golos marcados será o indicador mais relevante para expressar diferenças abissais entre as equipas. Uma equipa sólida pode ganhar jogos "à tangente" de forma mais ou menos consistente e até sofrer poucos golos, mas são as vitórias expressivas constantes que demonstram um hiato significativo de qualidade entre duas equipas. Em 2009/2010 o Barcelona foi campeão com 98 golos, seguido do Real Madrid com 102. Em 3º lugar ficou o Valência com 59 (57% do total máximo do Real). Nos pontos a diferença foi logicamente enorme também, mas obviamente menor que a de golos: Barça com 99, Real com 96 e Valência com 71 (71% do Barça).
Nos EUA são sobejamente conhecidas, pelos amantes do desporto, as regras que tentam ao máximo fazer um reset de época para época e evitar o liberalismo total entre clubes. Desde a fórmula indy ou nascar que "força" os carros a terem os mesmos motores, passando pelo basket onde supostamente o último classificado tem o direito de preferência dos jovens universitários até (e sobretudo) um mercado de transferências e salários fortemente limitado, tabelado e regulado.
Da minha parte, não me oponho ao liberalismo total, mesmo que isso implique, para os dois grandes clubes portugueses (Benfica e Sporting (o FCP é um outlier económico, demográfico e judicial e de competência dirigente que voltará ao seu lugar real com a senilidade de Pinto da Costa)), inseridos numa economia portuguesa, tenham orçamentos ridículos no contexto de uns quartos de finais da Champions. Gosto de super equipas. Jogam melhor do que qualquer selecção, criam futebol novo, um pouco como aqueles restaurantes inacessíveis e misteriosos que inovam na gastronomia ou a Ferrari e a Lamborghini que fazem coisas bonitas, mesmo que sejam só para eu ver passar.
É curioso ouvir coisas imbecis como "Ronaldo não joga nada na selecção" ou "Messi não joga nada da selecção", como se a culpa fosse deles e não de uma descida abrupta do valor económico dos restantes companheiros e equipa técnica.
Gosto da ideia de poderem existir algumas equipas que sejam as melhores equipas possíveis com os jogadores que estão no activo em todo o mundo. Nem tudo é perfeito porque ainda há sentimentos e é impossível, a não ser no PES ou no FIFA, metermos o Messi e o Ronaldo na mesma equipa.
Acresce que a existência destas equipas concentra o prazer e a estética em ocasiões especiais: os jogos entre grandes, esse momento em que os titãs se enfrentam, em vez de uma sucessão de jogos indiferenciados em que o talento está diluído.
7 comentários:
"o FCP é um outlier económico, demográfico e judicial e de competência dirigente que voltará ao seu lugar real com a senilidade de Pinto da Costa"
Pronto, outro disparate imenso,tão grande como aquele do público vs.privado.
Mas aqui não me exalto assim tanto, afinal a bola é um assunto secundário na vida das pessoas.
(o anónimo chato, ainda com emprego)
Gostei.
era uma piadinha, vê lá o azar que tu também és do FCP :\ logo vi...
É Nascar...
corrigido ._.
oblá, tás pior???!!!
porto » outlier = elogio. "há 2 grandes, e há um clube que já venceu 3 troféus europeus de clubes no período pós-lei bosman." e juro por todas as virgens marias deste mundo que não estou a ser pedante, apenas a referir que esses títulos constituem um desvio - lá está o que referiste - à realidade do futebol nacional.
mas as dores de... ficam para os lagartões. "ah, eles ganham mas nós é que somos honestos, e sempre perseguidos pelo sistema."
o pinto da costa devia ter uma namorada que percebesse de futebol. "oblá pintinho, já biste cu lui bangál está sem quelube desde que saiu do bayern? é cu bitor pereira, aquilo é uma desgraça, carago"
ihihih :)
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