terça-feira, 26 de julho de 2011

escrever com muito sono

Foi numa tarde quente de julho, tinha acabado de chegar do trabalho. Fui ao frigorífico e abri uma cerveja. Acendi um cigarro e deixei-me ficar debaixo do jacto de ar frio do ar condicionado, em frente à janela, observando a rua cá em baixo. Estava encharcado em suor e arrefeci depressa. Tocaram à campaínha. Abri a porta. Era a senhora do gás. Era bastante atraente, tinha belas orelhas, um nariz apurado, o cabelo sedoso e cheirava bem.
-- É para fazer a leitura do contador.
-- Gosto muito do teu cheiro. -- disse-lhe.
-- Também gosto do teu. Mas devias deitar fora o caixote do lixo que tens coisas estragadas lá desde ontem. -- disse-me, deitando a língua de fora e arfando um pouco
-- Gostas de coelhos? -- perguntei-lhe.
-- Sim.
-- Sei de um sítio onde há coelhos, queres vir?
-- É muito longe?
-- Não, é já ali.
-- Não me posso demorar, tenho de fazer as leituras em todas as casas desta rua.
-- A sério, é já ali.

Saímos de casa e fomos a andar até ao limite da cidade, perto de uns terrenos baldios que em breve teriam construções.
-- Dizes que há coelhos aqui? -- perguntou-me, farejando e deixando a mão suspensa no ar.
Eu cocei a orelha e farejei na mesma direcção, a do vento. De repente esticámos os dois as orelhas e abrimos muito os olhos. Nem precisámos de falar nem nada, sabíamos o que era e desatámos a correr na mesma direcção. Era um coelho, mas escapou.

Deitámo-nos no feno (agora havia feno) e cheirei-a no pescoço. Ela abanou o rabo. Era muito atraente, o nariz estava fresco e húmido.
-- Não tens de voltar ao trabalho? -- perguntei-lhe.
-- Despeço-me, quero lá saber.
Então chegaram os pinguins que tocavam acordeão em feiras e festas e começaram a tocar para nós a Cavalgada das Valquírias de Wagner. Dei-lhes dinheiro para se irem embora mas eles intepretaram mal o meu gesto e pensaram que era um incentivo para continuarem lá. Depois da Cavalgada das Valquírias tocaram o Saturday Night da Whigdiefld e depois o Wake Me Up Before yo Go Go do George Michael e por acaso tocaram bem, mas já não ouvimos o resto porque entretanto ela disse que tinha de ir.
Estávamos ao balcão do bar quando


Estou com demasiado sono. Peciso dormir.

4 comentários:

Maria Amélia disse...

vá, não fume.

Tolan disse...

Tenho tanto de fumar @_@ ArGGHHHH QUERO UM CIGARROOOO!!!!!!

Madalena disse...

Fez-me lembrar mto Boris Vian (é um elogio)

Anónimo disse...

Grande narrativa. Ao tom do Pacheco, só falta as fotos dos gatinhos.
(para a próxima põe um gatinho sem pata)

R.