sexta-feira, 17 de junho de 2011

é preciso é calma

Hoje na Calçada de Carriche, a descer, o trânsito parou de repente e à minha frente, aí dois ou três carros, um jipe e um golf encostaram lado a lado, ocupando as duas faixas. Um pretalhão saiu de dentro do golf e tentou abrir a porta do jipe e este continuou com elas trancadinhas, se fosse eu também fazia o mesmo. Mas não arrancou, para meu espanto (eu tinha fugido logo). Não, o gajo saiu do carro com ar de "foda-se, vamos lá resolver isto..." assim meio a rir. Era calmeirão, t-shirt justinha e com cabelo à escovinha, pinta de suburbano. Se eu não fosse um pretalhão também tinha fugido do senhor do jipe. Mas o pretalhão não era eu e o calmeirão também não era eu e os dois envolveram-se ali à porrada. Claro que o preto mandou logo o suburbano ao chão e dominou-o mas não lhe deu pontapés e murros com ele no chão, isso é mais as meninas adolescentes, essas é que são tramadas. E então os carros começaram a apitar, inclusive os que vinham no sentido contrário que abrandavam para ver o espectáculo. Ouvi uma mulher a gritar "parem com isso!" muito preocupada. Ninguém saiu dos carros, eu muito menos, eram os dois duas bizarmas e depois estava a dar uma música gira na M80, o Listen To Your Heart dos Roxette. Às tantas o preto soltou o gajo e com ele ainda no chão esticou-lhe o indicador do género "isto é para aprenderes mano" e voltou para o carro. O outro levantou-se, sacudiu-se e quando ia a entrar no carro, a rir-se e a compor a t-shirt toda torta, vira-se para os carros todos a buzinar e grita "calma caralho!"

5 comentários:

anatereisa disse...

Brutal!
Nos dias que correm essas cenas são óptimas para divertir carrancudos e apressados no transito!

O Calmeirão devia pensar que era o Samuel Massas!!

anouc disse...

:D ahaha

Li disse...

Aqui em Luanda vês mais isso nas motas... os carros quer-se dizer. todoas fazem tanta mas tanta asneira que nem se dão a esse trabalho...

zozô disse...

Hum... se essa história não tivesse uma pitadinha de Tolan pelo meio, eu até acreditava e achava piada...

Tolan disse...

a história é 100% real. claro que se fosse outra pessoa a fazer a descrição (por exemplo, um jornalista do Correio da Manhã) teria muito mais piada.