Quando eu, jovem provinciano a viver em Lisba há 3 anos, comecei a trabalhar no meu primeiro emprego, ainda no 4º ano de universidade, num instituto pipi, a minha chefe, com péssima pronúncia a inglês, explicou-me que sexta feira era o casual day.
Percebi 'queijo da aldeia' e não casual day, ela tinha uma pronúncia miserável e eu, néscio, não fazia a menor ideia que no mundo dos adultos houvesse uma coisa tão absurda como um casual day.
A minha timidez e insegurança típica de novato, impedia-me de perguntar que dia era aquele do queijo da aldeia. Pensei naturalmente que se tratasse do queijo de um restaurante típico das redondezas, um queijinho saloio bom, e fosse ritual do depertamento fazer o frete de ir lá com a chefe e satisfazer-lhe a obsessão por queijo da aldeia. Ou então uma das administrativas trazia um queijinho da aldeia e tínhamos de trazer pão e talvez vinho e se calhar lanchávamos na deprimente sala de convívio.Ou então, pior, o novato tinha de trazer um queijo.
Tendo em conta a minha ambição profissional (que se esgotou ao fim de 2 ou 3 meses e para sempre), levei aquilo a sério. Na sexta feira todos a apareceram com roupa causal. E eu apareci de fato. E com um queijinho dentro da pasta que ali ficou até ao fim do dia, triste. Comi-o sossegado em casa.
Outra confusão fonética que tive, não sei se já a disse neste blogue, era acreditar piamente que o hino português dizia:
Nação valente e mortal em vez de Nação valente, imortal*
A minha versão do hino fazia-me imaginar os portugueses dos tempos antigos como uma espécie de ninjas fodidos, com quem os espanhóis e os mouros não faziam farinha. Mas pronto, é imortal. Bah.
*e não 'nação valente e imortal' como cantam as pessoas que não sabem
17 comentários:
hmmm, tenho as minhas dúvidas quanto à veracidade desta história. como tenho com quase tudo o que escreves, aliás :)
mas se realmente for verdade, é um pouco triste. não do tipo triste-mau, mas do tipo triste-fofo.
eu, apesar de nem sequer gostar de queijo, preferia um dia queijo da aldeia a um casual day. para mim, todos os dias são casuais, basta querermos ;)
Eu também já trabalhei num sítio onde havia o dia do queijo da aldeia. Mas, que me lembre, nunca ninguém trouxe queijo. Limitavam-se a trazer jeans em vez de fato. Que falta de imaginação! :)
A história continua errada, o hino de Portugal diz na verdade
"Nação valente, imortal,"
O que faz engraçado nos jogos de futebol ver milhares (por vezes um par de milhões ) dizer "Nação valente e imortal" no que deve ser um record do guiness de pessoas a dizerem um erro ao mesmo tempo. O ponto é claro que o hino português está mal escrito porque quando lido como deve ser soa exactamente a "nação valente e mortal" pelo que Tolan até nem estavas tão longe.
CAro Lester, tens razão de certeza, googlei e deu-me 'e imortal'! vou corrigir.
Juro que, na minha ingenuidade, cantava "nação valente e imoral". :S
E de onde vem o Tolan então?
Da transilvânia muahahahaah
Lol Lol Lol.
Oh...vá lá!!
Vou fazer birra como as criancinhas.
Alentejo?
muahahaha
Like to bite?
Tenho medo :(
Eu ganho-te! A minha mãe obrigava-me a ir à missa e numa altura qualquer do "Credo" (credo, senhores, aquilo era longo!) em que se reza algo semelhante aos "pelos que hão-de vir" eu rezava e "pelo Renaul Trafic"!
Ainda hoje quando vou a uma missa (casamentos ou funerais!) e oiço aquilo me dá vontade de rir!
Pára tudo!
Medo de quê?
muahahahaha
Por falar em confusões, sempre que vejo o link deste blog em algum lado na minha mente soa sempre: Tolan, o Rapaz do Futuro. Nada mau, tendo em conta que também existe Conan o Homem Rã.
Maria
Lá pelo início dos anos 80, afundou-se um barco no Tejo junto ao Terreiro do Paço. Durante anos o barco esteve de casco para o ar e os Lisboetas, ao domingo, faziam uma romaria para ir ver o Tolan. Juro que isto é verdade
eheh e não seria mais útil que todos levassem um queijo da aldeia em vez de um casual outfit? eu acho que sim
Na primeira semana de trabalho na empresa onde estou actualmente também a chefia me deu essa conversa too cool for school da sexta casual. Houve quem aparecesse de calça de ganga no melhor estilo fim-de-semana. O chefezinho não fez mais nada, chamou tudo à sala de reuniões e perguntou quem tinha sugerido tão infame ideia de um casual day. E este foi o meu primeiro contacto com a esquizofrenia corporativa.
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