quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
As pessoas devem perder amigos à medida que envelhecem porque…
… a julgar pelo que se vê no facebook, a correlação entre a idade e o número de amigos é extraordinariamente negativa. Um jovem de 15 anos tem em média 642 amigos e um sénior de 60 e muitos tem cerca de uma dúzia e normalmente são só familiares também séniors (os netos devem, naturalmente, rejeitar-lhe os pedidos de add).
Esta relação negativa não pode ser explicada apenas pela morte, natural ou acidental, dos amigos das pessoas. É possível que uma pessoa de 15 anos perca cerca de 30 a 40% dos amigos por morte antes de chegar aos 65 anos, especialmente pessoas que façam amigos em guerras ou em bairros problemáticos com toxicodependentes, alcoólicos, criminosos e/ou homossexuais. Mas não chega para justificar este desbaste. Uma explicação possível seria a de que as novas gerações fossem mais amigas do seu amigo, menos individualistas que as gerações anteriores. Uma pessoa como o Pedro Magalhães poderia observar que isto tem a ver com a média de idades das pessoas que aderem ao facebook e que no universo dos jovens quase 100% tem facebook enquanto na 3ª idade a pct rondará os 2%, mas penso que isto é falacioso e pouco imaginativo. O meu palpite é o de que as pessoas se vão simplesmente chateando ao longo da vida e acabam por ficar sozinhas e com poucos amigos, a não ser que criem um facebook para os gatos que acumulam ou então para pessoas que já morreram, só para matar as saudades e prestar homenagem. Se calhar fazem isso, criam as contas de pessoas mortas, depois fazem login e fingem que são elas e desatam a fazer likes a tudo e mais alguma coisa, especialmente aos próprios status, e deve ser algo bastante creepy de se ver.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
a minha ex sogra fez isso [mas para ter amigos para os jogos]. 17 contas falsas.
o que se passa é que as pessoas com a idade passa a ser mais selectivas de maneira a passar mais tempo - o cada vez menor tempo que lhes vai restando - com as pessoas que realmente importam. Como nota pessoal, tenho o seguinte a dizer: As pessoas aborrecem-me. É um facto. Há pessoas interessantes? Claro que sim. Sou capaz, no entanto, de enumerar todas as pessoas verdadeiramente interessantes que conheci até hoje recorrendo apenas aos dedos das minhas mãos – oxalá ter-me-ei socorrido dos pés quando estiver com os aludidos para a cova. Não há forma simpática de dizer isto: há poucos conhecidos meus com os quais eu troco (de bom grado) a minha solidão pela sua companhia. No total, fora as minhas ligações de sangue, não chegam a meia dúzia. Portanto, para que raio haveria eu de querer ter 600 ou 700 "amigos" que de amigos pouco têm?
Eu penso que acima de tudo há concepções diferentes do que é um "amigo". A geração pré-facebook tem um conceito de amigo que não é o mesmo dos mais novinhos. Um adolescente que sempre viveu na era da internet chama "amigo do facebook" a todas as pessoas que conhece e até a pessoas que não conhece. Uma pessoa mais velha só usa o facebook para os amigos a sério.
Opá não chego aos 300, já vi o que me espera por a tabela... também por o tempo que lá passo, aquilo tem tendência a piorar.
Na Era Facebook a palavra mais fofinha que tenho lido é "desamigar", agora com vossa licença que vou "desamigar" mais uns quantos!!
Abraço
acho que uma vez disse que estavas no meu top 3 de blogs masculinos, não tendo propriamente uma ordem. gostava dos 3, pronto.
creio que ficarás (um pouco, vá) feliz se eu te disser que agora és o nr 1. o meu blogger masculino preferido (isto parece graxa, mas acho que não me vais dar nada por isso. quer dizer, talvez um exemplar do teu livro, quando o editares :)) de sempre!
Ou então, e mais provável, desses 642, não são amigos, nem conhecem de lado nenhum, cerca de 600.
Maat, fico apenas confortado por ver que o universo segue o seu curso normal, estou bastante habituado a bajulação incondicional em todos as áreas da minha vida, particularmente a profissional onde sou extraordinariamente bem sucedido e é frequente terminar reuniões e apresentações em que alguém, um cliente - que acabei de conhecer na reunião - me diz exactamente isso que tu disseste depois de 125 slides de powerpoint, que tinha 3 consultores masculinos preferidos mas que agora eu passei a ser o preferido.
Como dizia o MEC, o problema das pessoas, são as pessoas
okok, percebo a tua falta de entusiasmo... ser o nr 1 é já uma rotina para ti. estás habituado ao sucesso.
tenho apenas uma má notícia: não és o meu consultor nr 1. aliás, não fazes nem parte do meu top 3. mas vistas bem as coisas, eu nem sequer tenho um top 3 de consultores. no fundo, eu nem gosto assim tanto de consultores. trabalho com eles todos os dias e odeio-os. é pena, senão eras perfeito :)
(já agora, nunca te imaginei consultor. talvez programador...)
Maat, é um bocado in between. A minha formação é matemática @_@
bem me parecia... não pareces nada dessas pessoas aborrecidas que tiram economia ou gestão (sem ofensa para eles, claro).
Enviar um comentário