Às vezes estou na rua, no metro, na Fnac ou num bar e vejo uma rapariga objectivamente bonita, uma assim no percentil 99% de beleza. Nem todas podem ser objectivamente bonitas a esse ponto. As raparigas assim enervam-me e metem-me medo. Penso sempre que é um daqueles casos em que a personalidade é construída em órbita da beleza e só por vingança, nem sequer olho para elas descaradamente, apenas as sigo da secção de culinária da Fnac até à secção de BD. O mais perigoso são raparigas bonitas que têm vidas em que supostamente a beleza não é necessária, profissões normais e discretas. Por exemplo, acho actrizes bonitas ou modelos, absolutamente insuportáveis. A culpa não é delas, toda a vida esse foi o primeiro impacto que causaram nos outros e vivem numa espécie de bolha e é normal que ganhem a vida com isso.
Mas em qualquer dos casos, eu faço apenas a minha parte, tendo medo delas e ignorando-as de forma aparente. Uma pessoa nasce assim, está nos genes. Claro que se pode trabalhar aquilo com cortes de cabelo que favorecem e roupas engraçadas, mas o básico é um dom divino, ou há ou não há e é muito injusto e passamos a vida inteira a disfarçar o implicável da natureza com justificações pífias e encontrando pormenores como os olhos ou o sorriso ou o talento para dizer que a beleza está nos olhos de quem vê e não no objecto. Mas está no objecto, os meus olhos podiam estar fechados que a rapariga bonita existiria ali, como as ondas de dois metros perfeitas no Baleal num dia em que não estou lá. Podia ser atropelado pelo 46 na av da liberdade que a beleza da rapariga à janela do mesmo autocarro continuaria a existir, talvez agora com a testa um pouco franzida pelo aborrecimento e atraso causado pelo meu atropelamento. É uma beleza autónoma de mim e não uma daquelas que eu construo com a imaginação e o afecto, sou completamente desnecessário em todos os sentidos e ela, em boa verdade, também é desnecessária porque a sua beleza é uma coisa que lhe é estranha. O desejo e a beleza, o resto são espectadores. Também costumo torcer por equipas que perdem 5 a 0. Cada um tem o que merece.
8 comentários:
e a Portman é a maravilhosa excepção desse lote de actrizes bonitas.
o 46 já não desce a avenida
Oh Tolan desculpa lá mas não quererás dizer percentil 100?
Aqui não porque é decrescente, as mais feínhas estão para mim no 99 e estas são o 1%. Mas sim, tens razão.
Merda, o 46 já não desce a avenida. É só erros, porra.
Epá, agora tenho que admitir que toda a minha vida senti isto mas relativamente aos homens. O mesmo acontece com os que têm muitas pretendentes, se interesse havia, perde-se assim que me apercebo da sua popularidade. Sou uma pessoa vergonhosa, tsk.
Falta-te então conhecer uma rapariga bonita, interessante e de bom coração porque que as há, há :) da mesma forma que há mulheres de uma fealdade física incrível e que ainda conseguem ser também desinteressantes e más...
Natalie Portman é linda. Acho que todos concordam. Ainda para mais é natural, ou seja nada de silicones. Aparenta ser inteligente pelas escolhas que faz na carreira e pelos próprios estudos que tem.
Agora, na "vida real", tambem acho interessante ver aquelas miudas que todos acham bonitas, que nem fazem por isso, ou seja, sao bonitas independentemente da roupa, estilo, maquilhagem.
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