quinta-feira, 28 de outubro de 2010
cães
Tive um gato e mudou a minha forma de ver os gatos, gosto muito de gatos, a minha maior desilusão foi não serem como eu esperava que os gatos fossem, nomeadamente, independentes da minha disponibilidade física e mental para lhes dar mimos. Descobri que os gatos são carentes de atenção afinal de contas, mas a dona da ninhada de 10 gatos vendeu-me a ideia de que aquilo era como um tamagochi, bastava o caixote de areia limpo e comida e eram felizes. Os gatos são como aquelas mulheres que dizem que são independentes e que têm a vida delas e depois um dia ficamos sem bateria no telemóvel a meio de um jantar para ver a bola e quando chegamos a casa estão as luzes acesas, ela está de trombas a ver televisão, rasgou-nos os cortinados e desfez um rolo de papel higiénico. Costumo dizer (sozinho, no carro, em voz alta) que a qualidade de vida se mede pela possibilidade de ter um cão ou uma cadela, um canídeo. Nada se compara a um amor de cão. Um amor de cão é tudo o que um homem precisa. Com um cão ou uma cadela e encontros românticos com mulheres, eu seria um homem equilibrado em vez do farrapo que sou. E o mesmo se aplica às mulheres, esqueçam a idiotice de terem um homem permanentemente a lixar-vos o juízo, reservem-nos para o romance e isso e tenham um bom cão, um cão fiel, um cão que vos ama e não quer saber se ganharam 2 quilos no último mês ou se depilaram as pernas e que só se preocupa se eventualmente gostarem de The National ou José Luis Peixoto. Devíamos viver com cães, cada um com o seu, e não cometer esse disparate de vivermos juntos , de nos irritarmos com os cremes e cosméticos que enchem 80% das prateleiras ao lado do espelho do wc e de embirrarmos com as garrafas de cerveja vazias no chão da sala amparadas por pilhas de boxers e meias usadas. O meu problema é não ter vida para ter um cão, uma coisa com um coração que bate depressa de tão angustiado de amor que está e que me diz "está tudo bem, estás em casa, agora está tudo bem, tenho fome, podes fazer-me o jantar doninho?" e eu faço o jantar e ponho mesa para os dois, o cão sentado à minha frente, com um guardanapo ao pescoço, a tv sintonizada no telejornal que ele ignora porque o importante é a comida e a companhia. O problema das sociedades modernas não é a desagregação da família, como disse o Bagão Felix na antena 1 no outro dia, o problema é haver pessoas que não têm vida onde encaixe o melhor amigo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
17 comentários:
Não diria melhor. Quando tiver dinheiro para uma casa com jardim, ou uma varanda que seja, arranjo um cão.
Acho que esta imagem é perfeita pra este teu post (que assino e subscrevo): http://andorinhaquevoa.blogspot.com/2010/10/nada-se-compara-um-amor-de-cao.html
Esta é a minha Petzi e a caminho vêm mais cães porque tenho muita qualidade de vida.
Tenho 2 cães e 3 gatos. Somos todos felizes juntos e a minha vida não faria sentido sem eles.
http://naogostodeervilhas.blogspot.com/2010/06/dia-de-banho.html
Este post está tão simples mas tão bom.
Concordo em absoluto com a sua análise em relação aos gatos (e em relação às mulheres, por associação, também).
Muito bom.
Não tens vida para ter um cão, por isso arranjaste uma cadela, ups, uma mulher. Valha-me todos os santinhos para ter paciência para merdas destas.
Funny shit.:)
Um cão é uma extensão de ti. Adquire os teus hábitos. E o melhor de tudo, ama-te as rugas desinteressadamente.
"Vida para ter um cão" é a versão beta da vida?
Somos animais resilientes. Temos vida para ter um cão quando queremos ter um.
Não acredito que estás equiparar The National ao Peixoto o.O
É só a cena mais totó que já li a seguir àquela que tentava sobreavaliar um cão face a um gato. Um cão precisa de, no mínimo, séculos de evolução para se poder equiparar ao génio do gato; até lá, continua a ser só o totó, dentro da categoria dos domesticados. Mas, adiante, concordo em absoluto com a comparação do gato à mulher, categoria pseudo-independente. Já um cão tentar almejar o nível de um gato, é só o equiparável à velha tentativa de um homem tentar perceber as mulheres. Como o meu prof. JB diz, "estamos a 500 anos-luz, não vale a pena". E eu concordo. Essa vossa tentativa é o equivalente a um gajo subir escalas rolantes em contra-mão. Sobe 1, desce 4. Ainda ontem tive oportunidade de o comprovar, desta vez em estrangeiro (e nem vi nenhum energúmeno a subir escadas rolantes em contra-mão, atenção).
ahahaha muito bom!
Ó Camile, cala-se. Não diga tantas asneiras.
Caramba!, Bom!.
(a coabitação fode tudo, sempre!)
Amei :)
Nem sequer um pincher anão?
Maaaaauuuu.....
;)
:D :D gostei muito! Eu é mais gatos, mas não tenho condições para ter bichinhos em casa.
Eu tenho uma gata e uma cadela e gosto das duas igualmente. A gata veio primeiro, a cadela depois.
Nunca fui muito dada a cães, gosto da minha só :) São exactamente o que eu achava deles, mais dependentes. Claro que tanto cães e gatos gostam de atenção. Notei, no entanto, que desde que a cadela chegou a nossa casa, a gata ficou com alguns tiques de cão, como seguir-nos para todo o lado, talvez por já não ser o centro exclusivo das atenções.
Definitivamente, as mulheres são como os gatos, mais independentes, um bocado matreiras,mas também com as suas birras.
Os homens são como os cães, dependentes, acatam bem as ordens e o seu dono (a mulher, claro) gosta de enumerar as habilidades que ele sabe fazer.
Lembro-me de ter pressa de chegar a casa só para lhe ver o focinho arfante e a fita toda em torno da minha aparição.
Era giro se agora dissesse "E nunca tive um cão". Mas tive.
Enviar um comentário