terça-feira, 28 de setembro de 2010

algumas mulheres...

...têm de ser quebradas e domesticadas. Depois ficam dóceis e fiéis. Uma coisa que me fazia confusão antes era a transformação súbita. Onde está a que corria destravada pela planície? De repente, tudo aquilo que antes era força, independência e vontade própria, parecia colapsar num ser querido, amoroso e previsível. Mas é tudo ilusão. O cavalo ainda lá está, tenso, à espera de um trovão para disparar. É fácil perder um cavalo numa noite de trovoada. E é uma coisa que me chateia.

11 comentários:

Roberta Ávila disse...

Citei e creditei no meu blog.

Acho que trovões assustam, mas libertam.

lindo texto.

Anónimo disse...

eu diria mesmo que é um texto arrepiante - todo ele. há uma certa nostalgia que alcança o leitor, tocando-lhe na face com ambas as mãos, acariciando-o suavemente... até que subitamente o leitor se questiona: quem é Tolan? quem é este homem que se levanta do texto e nos oferece a beleza em estado puro? ficaremos de olhos boquiabertos e sem resposta. citando e creditando, é certo, mas sem resposta.


maria

Anónimo disse...

texto espectacular

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Maravilhoso. Sim, o cavalo selvagem continua lá, celado, mas sem esquecer que sabe correr livre. Adorei. Beijinho

Cat disse...

É mesmo uma ilusão. Ilusão pura.

Anónimo disse...

Talvez haja um um pressuposto errado em toda a história, já pensou? É que não deixa de ser divertido acompanhar as filmagens. E a história continua...

Anónimo disse...

Sem dúvida uma análise machista. Domesticar homens também me parece uma boa solução. Dar-lhes umas chibatadas de vez em quando é sempre produtivo. Muitos quebram, outros não conseguem ultrapassar o trauma. Veja que isto é útil para ambos os lados. Mas haverá sempre cavalos selvagens que nunca se deixarão domar pela força. São os puros sangue. Presumo que tenha comprado gato por lebre. Vejo que incorreu numa ilusão.

pacica disse...

Ontem, lembrei-me de uma das crónicas do Esteves Cardoso, na altura d'A Causa das Coisas, em que ele dizia assim:

"Nenhum homem quer uma mulher-galinha. Cada homem deseja uma fera para tentar domar e não conseguir, para dar a máxima luta e resistir, para lhe dar a volta e o dente e a razão de ser. Nenhuma mulher quer um homem-banana, que compreende e que aceite, que esteja sempre disposto a tentar ver o ponto de vista dela. As mulheres gostam tanto de desafios como os homens. Querem alguém que lhes crie a vontade de mudá-los. E para querer mudá-los, algo tem de estar deliciosamente errado à partida. É aquilo que está errado nas pessoas por quem nos apaixonamos - o orgulho, o egoísmo, a personalidade, a teimosia, a mania ue manda e tudo o mais - que nos faz apaixonarmo-nos por elas. Quem quer apenas um «companheiro» torna-se sócio de um Clube de Campismo ou de Bridge."

Tolan disse...

Nunca leves a sério a sabedoria de um homem que bebe ainda mais que o Tolan.

pacica disse...

Bem! Vamos discordar nisto também?! :P
Pois eu acho que se um homem que consegue, na maioria das vezes, dizer o que todos os outros queriam e simultâneamente descrever tão bem a cabeça de uma mulher, tem o seu mérito e muita sabedoria. Claro que há outros, mas neste caso era o E.C. que encaixava melhor... não?

pacica disse...

Ou temos aqui um mulher-galinha lover?! :P ahahah!