Compreendo que a industrialização dos processos de fabrico do pão e dos bolos possa retirar um bocado da mística do ofício de padeiro ou pasteleiro e eventualmente padronizar os bolos - acabam por ser todos iguais em todo lado. É sempre o raio do palmier simples, com creme, pastel de nata, queque, caracol, bola de berlim etc. em qualquer porra de pastelaria da cidade (o tédio é de tal ordem que é visível que as pessoas quando têm de escolher, ficam horas a olhar para a vitrine sem se conseguirem decidir). Mas não compreendo como isso se faz à custa de uma degradação significativa da qualidade.
O croissant com chocolate é para mim o barómetro de qualidade de uma pastelaria / café. Começam por cobrir o croissant de uma nojenta camada de açucar brihante e peganhento, para o bolo ter bom aspecto na vitrine, mesmo ao 2º ou 3º dia. Depois, são ocos, a crosta é pesada, massusda e o chocolate é uma pasta açucarada que está abaixo do próprio tulicreme.
Não consigo comprar bom pão em nenhum supermercado da cidade. O chamado "Pão de Mafra" ou "Pão Saloio" é patético e fica duro ao fim de um dia. Os pães integrais ou de sementes, assemelham-se cada vez mais aos pães do tipo Panrico ou Bimbo. Espero sinceramente que o Starbucks apareça e rebente com boa parte disto. O que está abaixo do padrão que estabelecem (por exemplo, hamburguers do McDonalds) vai ao ar. Sobrevivem os que estão acima.
4 comentários:
Há uma padaria excelente, com pão que efectivamente dura, na Graça, mesmo em frente ao Quartel de Sapadores. Costuma ter fila à porta :)
E acho que é a única. Tem uns bolos e um pão de Mafra que é de bradar aos céus (pelo menos tinha há 2 anos atrás, espero que ainda tenha).
Detesto Starbucks e pão do Continente, Jumbo e afins...
A pastelaria da minha rua tem os melhores croissants de chocolate do mundo.
Também me é difícil encontrar bom pão. E bons bolos. Embora tenha tudo muito bom aspecto.
Como quase tudo o que tem muito bom ar à primeira vista, vai-se a ver e afinal...
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