quarta-feira, 31 de julho de 2013

dicas para andar de bicicleta na cidade

Tinha escrito este post mais ou menos pela altura que escrevi este sobre escolher bicicletas, mas nunca cheguei terminá-lo. A leitura deste post do Mak, onde se apresenta um colarinho estilo airbag para substituir capacetes, fez-me repescar o tema e terminar o post.

Estas dicas são baseadas na minha experiência pessoal de commute em Lisboa, nas suas avenidas mais movimentadas, ao longo de quase 10 anos com intervalos pelo meio, e em estudos disponíveis. Por semana, faço cerca de 40km em Lisboa e neste momento, infelizmente, não faço nem 1 metro em ciclovia ou junto ao rio. Desde que comecei, muita coisa mudou entretanto. Existem muito mais ciclistas do que há 10 anos, o que aumenta a segurança de todos. O civismo também foi evoluindo.

Por ordem importância dou estas dicas:
  1.  Cuidado com os cruzamentos. Nos EUA, 90% dos acidentes fatais ocorre em cruzamentos ou perto de cruzamentos. Eu, pecador, confesso que passo vermelhos, mas só vermelhos em rectas (ex: passadeiras e não há peões) ou em cruzamentos pequenos sem movimento, depois de verificar várias vezes se há carros. Paradoxalmente, isto torna-me a viagem mais segura (ok, e rápida), porque deixo os carros para trás, em vez de ser forçado a fazer arranques no meio deles quando o semáforo abre para o verde. Contudo: nunca em avenidas largas e nunca com carros a vir e dando sempre prioridade a peões (eles não ouvem bicicletas a vir). E isto é uma coisa a que assisto todos os dias: ciclistas que se atiram para um cruzamento com carros a vir, às vezes dos dois lados, esperando uma aberta para se meterem.  
  2. Cuidado com as saídas para a direita. Como circulamos à direita e normalmente perto da berma (a uma distância suficientemente afastada para não levar com uma porta que se abra de repente), estamos quase sempre na faixa que permite viragens à direita. Antes de uma saída, chego a ocupar o centro da faixa momentaneamente. O objectivo é impedir que um carro "vire para cima de mim" e ter a maior visibilidade possível. . Este video de Londres, aos 35 segundos, exemplifica este tipo de acidente aqui sem consequências (como é no UK é encostado à esquerda). No video, notem que o ciclista estava num blind spot da carrinha. Apesar do condutor ter sido condenado por descuido, aquilo é um péssimo design de ciclovia porque força o ciclista a ficar na berma naquela situação e de facto o gajo do camião tem a vida bem dificultada.
  3. Atenção à vossa visibilidade.  Por um lado luzes. E não custa nada usar uma luz uma roupa com um material visível à noite ou em tempo de chuva. Mas a visibilidade não fica só por aqui. É preciso ter experiência de condutor para perceber o que nós, enquanto condutores, vemos e não vemos. Por exemplo, em andamento, é mais seguro furar pelo meio de 2 filas do que ir entre a berma e a fila da direita. Nenhum condutor se lembra de olhar pelo espelho da direita para virar à direita ou para estacionar de repente em espinha num lugar subitamente disponível. Ou para uma porta abrir para um passageiro sair a correr. Se há um acesso à estrada onde estão a circular, tentem ocupar o meio da faixa para garantir que um condutor vos veja ao entrar. Se estão a fazer razia na berma, ele só vos vê quando tiver o focinho do carro atravessado à vossa frente. Cuidado com autocarros e camiões, enfim, pensem se o tipo que vai ao volante vos viu antes de se porem em situação de serem entalados A proporção de acidentes com veículos grandes é superior por causa disto, a bicicleta, quando está ao nível da cabine do condutor e perto dela, não é visível (conforme acidente no video acima).
  4. Usar capacete. Pela minha observação, a maioria dos ciclistas de Lisboa não usa capacete. De acordo com o americano Insurance Institute for Highway Safety em 2010, 70% dos ciclistas mortos na estrada não tinha capacete, 15% tinham capacete e sobre 15% não existem dados. Só em NY, 97% dos mortos não tinham capacete e em 2007 a nível nacional, 95% dos mortos não tinha capacete. É claro que estas estatísticas só por si não dizem muito: se há muito mais ciclistas sem capacete (como sucede em Lisboa) a comparação pode estar enviesada. O ideal era comparar a % de acidentes fatais vs acidentes não fatais em ciclistas com capacete e sem capacete. Mas o facto de que 74% - 80% das mortes resulta de traumas na cabeça é esclarecedor. 
Com os pontos 1, 2 ,3 e 4 cobrimos praticamente todos os motivos de acidentes graves. A propósito, mais 20% dos mortos de bicicleta nos EUA vinham alcoolizados. Pois é. Só me aconteceu uma vez, depois de uma sessão de cervejas com o maradona e o casanova creio que na ler devagar, em 2010 ou coisa parecida. Ainda me lembro, porque me custou mesmo muito pedalar para casa. Mas "estudos recentes" (embora em contextos muito diferentes de Lisboa e com amostras ridículas) dizem que a maior parte dos acidentes são culpa do condutor. Desconfio um pouco desta conclusão. Aliás, o estudo que linkei é tão imbecil que se baseia em filmagens feitas por ciclistas. Ora bem, se dão uma câmara a um ciclista para ele filmar a sua actividade na estrada e analisar a causa dos acidentes, está tudo dito sobre o enviesamento no comportamento (e no perfil) daquele ciclista em particular.

Outras dicas:
  1.  Estudem o percurso e improvisem. Se é commute diário, vão ter tempo e oportunidades para estudar o que se passa. Experimentem variantes. Todos os meus percursos se foram tornando progressivamente mais rápidos e seguros com pequenos ajustes e improvisos. Às vezes há uma rua paralela mais segura. Outras, podemos simplesmente deixar a estrada e circular uns metros pelo passeio para passar um cruzamento perigoso. Por exemplo, eu passava a Praça de Espanha sempre pelas passadeiras de peões porque os carros faziam o final da avenida de berna demasiado depressa para eu poder virar na direcção a Sete Rios (tinha de ocupar as 2 faixas da esquerda, as rápidas e havia muitos carros que iam na 3ª faixa a meterem-se à força na saída).
  2.  Percam o medo de "levar com um carro por trás". Isto é o maior medo do principiante quando na realidade este tipo de acidente é muito mais raro que outros (há estatísticas que apontam para os 3.8% do total de acidentes de bicicleta). 
  3. Estejam preparados para os taxistas. Às vezes tudo parece muito bem, estamos calmamente a pedalar a uma distância segura da berma, os carros passam, o mundo é bonito, e de repente VRRRrrMM uma razia. Três em quatro vezes, trata-se de um taxista. Há excepções, como é óbvio, mas os taxistas têm em geral baixo civismo, e isso reflecte-se na forma como lidam com todos outros condutores, incluindo bicicletas.
  4. Civismo. Sejam assim uma espécie de emblema de goodwill e civismo. Existem muitos condutores que são extremamente atenciosos e a maior parte tem civismo. Chego a sentir algum respeito por vezes, na forma como não me ultrapassam quando vêm que preciso de mudar de faixa quando há um tipo estacionado em 2ª fila na minha faixa. Não há guerra nenhuma. Aproveitem para facilitar a passagem de um carro numa rua estreita longa, saiam da estrada se vem um eléctrico atrás. Numa palavra: facilitem. Isto cria o comportamento recíproco por parte dos condutores. Não me identifico minimamente com a guerra ideológica contra os carros.
  5. Nos carris do eléctrico, caso tenham pneus finos, muito cuidado. Os carris devem ser passados na perpendicular ou quase, ou podem causar quedas feias. Em chuva são extremamente escorregadios. As opções são ocupar o lado esquerdo do carril (centro das 2 faixas) ou então ir na faixa da direita muito devagar, pois quanto mais próximo da berma, mas se habilitam a levar com portas e peões. Por regra de civismo saio sempre da estrada se vem um eléctrico e deixo-o passar.
  6.  Não andem com fones. Desculpem, mas andar em avenidas movimentadas com headphones a ouvir música consegue ser quase tão estúpido como fazer isso sem capacete e tentar furar um cruzamento com carros a vir. E não é que vejo isto todas as semanas, pelo menos uma vez?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

clube de luta

Pois é, o Autor agora até já posta videos com o Vimeo. Que grande hipster me saíste. Deves pensar que és bom demais para os 240p do youtube. Fui eu que descobri os growlers ou os man man. Ainda não percebi como vai ser a nossa relação e suspeito que tu também não, mas recuso-me a ficar com os restos. Já me lerpaste o goodreads. Queres os meus quase 1000 fãs no facebook? Optaste pelo wordpress, armado em fino. O blogger não dá? Qual é o problema do blogger? Andaste com o blogger 10 anos e agora deu-te para achar que nãaaao, tem de ser diferente, o blogger não é bom que chegue para mim... O que vem a seguir? Uma conta no instagram? Lol. Humpf, também posso.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

estas férias de futebol estão a saber-me mesmo bem






(e só por alto e sem querer vi que o Benfica na pré-época conseguiu conceder um empate nos descontos quando vencia por 3-1 aos 90 a um clube francês qualquer)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

comunicado oficial

O Autor pediu-me para anunciar que também vai brincar aos blogues. O que será de mim, Tolan, ainda não sei. Não estou exactamente tranquilo com o meu futuro, mas já vi isto acontecer no passado e ele depois voltou a delegar num heterónimo a sua própria terapia, o trabalho sujo todo. Veremos. Para já, parece estar a copiar-me o estilo em muitas coisas, o que até me deixa lisonjeado.

terça-feira, 9 de julho de 2013

nota 2, telejornais

Deixei de ver telejornais há cerca de ano e meio. Parece-me que os telejornais conseguem ser mais imbecis, sensacionalistas e aleatórios que as minhas divagações no youtube às 2 da manhã depois de chegar com os copos a casa. É o puto chinoca que ficou preso numa varanda, é a velha que tem humidades na parede e a casa está em risco de derrocada, são 20-30 minutos de futebol (eu que gosto mesmo de futebol tenho vergonha) e com o futebol a ser puxado para todo lado (juro que assisti a uma peça de 5 minutos sobre a opinião de Pinto da Costa sobre a crise governamental). O cúmulo da decadência, o uso de imagens do youtube, com a definição nos 240p. E o centro de saúde da santa terrinha que tem velhos a madrugar para ter as senhas porque ainda não instalaram a merda do sistema de marcação de telefone? Não era sempre assim antes, com os correspondentes. Ainda sou do tempo em que havia jornalistas nos sítios e depois falavam em directo com eles pelo telefone e aparecia uma foto tipo passe deles no canto superior esquerdo, por cima de um mapa a dizer Washington ou Bruxelas ou Moscovo. Ou então apareciam em directo, com a bela da Torre Eiffel ou Capitólio ou a Praça Vermelha, lá atrás. E o jornalista falava, muitas vezes com o uma pronúncia esquisita e o pivot fazia perguntas, mas o som demorava imenso a chegar lá e o correspondente calava-se a meio da frase entusiasmado, agarrado ao auricular e dizia "desculpa, não ouvi a tua pergunta podes repetir" e o pivot perguntava de novo, só que o som demorava imenso tempo a chegar e o correspondente recomeçava a falar e depois era interrompido pela pergunta idiota do pivot e ficávamos nisto. Depois perdia a ligação por satélite ou o auricular caía do ouvido e eles desistiam. Não raras vezes, cortavam a imagem com eles ainda a falar. Bem, contado assim até parece que não eram grande coisa, mas eram muito melhores do que agora, os telejornais.

nota 1

Aguento bem tempo quente, não tenho chiliques ou quebras de tensão, mas detesto-o. Gosto de um dia de Verão bem quente, mas só se for compensado com um fim de tarde agradável e uma noite fresca, arejada, com vento de oeste ou de norte, a trazer mar. Não suporto noites quentes em que o ar não corre, mesmo que se abram todas as janelas. Não suporto dias quentes em sucessão interminável porque a casa começa a aquecer ao ponto de ficar indiferente ao ténue arrefecimento nocturno.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Game of Troikas

- Não Paulisandre, não vás! Anda cá! Sabes que não resisto quando usas a 'piruca' ruiva.
- Larga-me, Staniscoelho. Conta dessas a outra. Fica com a tua Lady Albuquerque, essa sopeira...

- Ela não significa nada para mim!
 - Então estás a usá-la como pensas que me podes usar a mim!
- Não vás, Paulisandre, sem ti não conseguimos aplacar os Mercados do Norte! Fica!
- Não fico, Staniscoelho.
- Ainda agora recebi mais um corvo da Merkl.
 - Pensasses nisso antes de libertar o Whitewalker Gaspar das suas funções!
-  Paulisandre, para onde quer que ele fosse, apareciam os wildlings comunas com forquilhas e archotes para o linchar... Nunca o devíamos ter invocado.
- Vê lá se te ralaste quando nomeaste aquele orco hand of the king!
- Lord Relvas?
- Lorde? Não me faças rir! Esse arraçado de orco e de porca!
- Paulisandre, só ele conseguia unir todos os lords das autarquias PSD de Westeros para combater os  wildlings de esquerda.
- E a que preço? Staniscoelho, se queres que fique, teremos de derramar o sangue do Lord of Pastel the Nate. E deixas-me a mim ser hand of the king.
- O Lord Álvaro Davos é um inocente. Está sossegado na masmorra desde que fui eleito!
- Staniscoelho, sabes bem que os Wargs Especialistas dos Mercados prevêem a subida das taxas de juro se houver eleições e que...
*Ruu ruu*
- Olha Paulisandre, um pombo correio.
- Um pombo... só pode ser do Hodor Silva, só ele continua a usar pombos em vez de corvos, como se estivesse no século XX. O que diz?
- "Hodor".
- Ora foda-se.