terça-feira, 9 de julho de 2013
nota 2, telejornais
Deixei de ver telejornais há cerca de ano e meio. Parece-me que os telejornais conseguem ser mais imbecis, sensacionalistas e aleatórios que as minhas divagações no youtube às 2 da manhã depois de chegar com os copos a casa. É o puto chinoca que ficou preso numa varanda, é a velha que tem humidades na parede e a casa está em risco de derrocada, são 20-30 minutos de futebol (eu que gosto mesmo de futebol tenho vergonha) e com o futebol a ser puxado para todo lado (juro que assisti a uma peça de 5 minutos sobre a opinião de Pinto da Costa sobre a crise governamental). O cúmulo da decadência, o uso de imagens do youtube, com a definição nos 240p. E o centro de saúde da santa terrinha que tem velhos a madrugar para ter as senhas porque ainda não instalaram a merda do sistema de marcação de telefone? Não era sempre assim antes, com os correspondentes. Ainda sou do tempo em que havia jornalistas nos sítios e depois falavam em directo com eles pelo telefone e aparecia uma foto tipo passe deles no canto superior esquerdo, por cima de um mapa a dizer Washington ou Bruxelas ou Moscovo. Ou então apareciam em directo, com a bela da Torre Eiffel ou Capitólio ou a Praça Vermelha, lá atrás. E o jornalista falava, muitas vezes com o uma pronúncia esquisita e o pivot fazia perguntas, mas o som demorava imenso a chegar lá e o correspondente calava-se a meio da frase entusiasmado, agarrado ao auricular e dizia "desculpa, não ouvi a tua pergunta podes repetir" e o pivot perguntava de novo, só que o som demorava imenso tempo a chegar e o correspondente recomeçava a falar e depois era interrompido pela pergunta idiota do pivot e ficávamos nisto. Depois perdia a ligação por satélite ou o auricular caía do ouvido e eles desistiam. Não raras vezes, cortavam a imagem com eles ainda a falar. Bem, contado assim até parece que não eram grande coisa, mas eram muito melhores do que agora, os telejornais.
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3 comentários:
Só vejo noticiários televisivos quando algum acontecimento me aguça a curiosidade. Não vejo os noticiários, nem os programas que os antecedem, seja em que canal for. O Marido, que tudo vê e tudo sabe, depois faz o briefing. Os noticiários são enfadonhos, deprimentes , e angustiantes. Nunca vos aconteceu passaram imagens de crianças em campos de refugiados, e encherem-se-vos os olhos de lágrimas, não de pesar ou de raiva, mas de vergonha por não conseguirem sentir NADA? É o bombardear sistemático com todas as desgraças do mundo que nos torna cada vez mais insensíveis. ao que nos rodeia...
Esses bons velhos tempos do "Carlos Fino. RTP. Moscovo.".
Eu nunca VI de verdade. Mas deixar de ver realmente (dar importância) já faz mais de 15 anos. Desde que o preconceito era acentuado e ficava MAL, muito mal mesmo afirmar em público que não se via o telejornal, ao ponto de se correr o risco de ser linchado.
Como?? Não queres ser uma pessoa culta? Para saber o que se passa lá fora? (ou pensamento padronizado) - e hoje em dia vejam só quem estava já vanguarda dos comportamentos ehehe.
Raramente hoje um telejornal surge com pés e cabeça. E quando começou a existir concorrência entre estações a coisa começou rapidamente a deteriorar-se. Notícias sobre a própria emissora, blhac! Coisas mal feitas, camufladas, ocas! Gostar gosto de ver os que não são às 20h - um horário que nunca me foi prático. Gosto de ver quando calha, à meia-noite, uma da manhã - os compactos, aqueles que dão as notícias e retiram o folclore.
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