Para o alf não se sentir sozinho, deixo aqui um singelo post sem, no entanto, enveredar por territórios criativos e ficcionais, de modo a reservar esses ímpetos voláteis para o magnífico segundo romance, muito solicitado pelas editoras e por diversos intermediários que temem (quiçá, com realismo, fruto de longa experiência) que a mania de escrever me passe um dia, como se fosse uma gripe forte, mas benigna. De resto, revejo-me muito no lamento do alf, ao qual me junto como uma carpideira siciliana, no que respeita ao silêncio do causa modificada e da pastoral portuguesa, dois blogues que são absolutamente necessários às minhas manhãs no período do café, quanto mais ao país.
Pensei um pouco no tema que poderá agradar ao alf. Vou limitar-me a falr de coisas que acho giras e que possam talvez, por arrasto, interessar a um ou outro leitor para além do alf. Gostava de citar uma das pessoas de quem mais gosto no mundo, o nobelizado Richard Feymnan, conhecido, entre outras coisas, por tocar muito bem bongos:
Feynman a tocar bongos, qual king of the jungle, king of the bongo bong
Então o Feynman, um dia, a meio de uma festa com colegiais e de um concurso de shots, disse assim:
Fall in love with some activity, and do it! Nobody ever figures out
what life is all about, and it doesn't matter. Explore the world. Nearly
everything is really interesting if you go into it deeply enough. Work
as hard and as much as you want to on the things you like to do the
best. Don't think about what you want to be, but what you want to do.
Keep up some kind of a minimum with other things so that society doesn't
stop you from doing anything at all.
Mas também disse:
The first principle is that you must not fool yourself and you are the easiest person to fool.
...e disse...
It doesn't matter how beautiful your theory is, it doesn't matter how smart you are. If it doesn't agree with experiment, it's wrong.
Podemos imaginar o interesse das colegiais a diminuir gradualmente, um silêncio comprometedor a instalar-se e o grupo a ameaçar dispersar e Feynman a recorrer de novo aos bongos.
Isto foi a primeira parte do post, agora vem a segunda.
A tentativa de perceber a QED (quantum electrodynamics) foi uma experiência assaz frustrante. Eu deveria ter à vontade com esses tópicos quando são apresentados nos populares livros de divulgação científica, pois dá-se o caso de ter alguns conhecimentos de matemática e dos mesmos livros serem pensados para um leitor comum com capacidades normais de abstracção, raciocínio lógico e noções rudimentares de matemática. No entanto, foi muito difícil. Existe em nós uma resistência natural a tudo o que é contra-intuitivo, mesmo as coisas mais simples, como acreditar que tenham escolhido o Diogo Morgado para fazer de Salazar numa série de televisão. Crescemos num mundo em que as laranjas crescem em árvores e são laranjas e têm sumo lá dentro. Embora possa não parecer, este facto é tão absurdo como qualquer outro que se queira inventar. Na QED, é como se o Grande Arquitecto fosse uma criança
de três anos a decidir leis do universo. Ou estivesse muito ébrio. Mas Feynman dá a solução...
... não era esta, é esta:
8 comentários:
TOLAN Voltástes
eu costumo ler os livros de divulgação do carl sagan, incentiva por namorado que também percebe dessas coisas da ciência e do universo e do quântico, e quando chego a meio desisto, mas é por ele ser muito repetitivo, parece que escreve 10 capítulos a repisar a mesma ideia.
mas o stephen hawking já não consigo ler até ao fim também , mas é por se tornar demasiado complicado para ignorante como eu.
talvez devesse existir um meio termo.
o nuno crato é que tb escreveu um livro que eu achei giro ler
O livro do Crato foi aquele... como é que era... "Eu sou um filho da puta"? Ou o "Eu hei-de morrer esmurrado por uma turba enfurecida"?
Não? Então não interessa.
Bons conselhos, esses do Feynman.
estava a falar deste, que para mim está dentro do tema do discurso divulgador
http://www.wook.pt/ficha/o-eduques-em-discurso-directo/a/id/176793
A mecânica quântica é o estudo da micro-física, caracterizada pela descontinuidade dos Quantas (tudo são partículas... e ondas-dualismo), pelo Princípio da Incerteza e pelo Princípio da Exclusão.
Trata-se do mundo do 10 elevado a -12 até -43, dos átomos e das partículas (ou ondas), como se organizam e interagem para darem origem à realidade macroscópica, objectiva.
Um livro bom para começar:
"Á Procura do Gato de Schrodinger" de Gribbin; "Um Universo Diferente" de Robert B. Laughlin, da Gradiva (e muitos outros da editoria Gradiva)
Segundo Feynman ninguém entende a mecânica Quântica e quem disser o contrário, é mentiroso...
Explicação arrancada sob tortura ao meu pai :)
esta Palmier tem talentos escondidos...:)
anotei as dicas!
ah afinal esse do gato já tenho na estante, é do meu namorado
boa!
Tolan, VOLTA!
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