aos gritos e gritinhos

Tad era um rapaz simples de cara vermelha que nunca tinha muito para dizer. A conversa ficava a cargo de Margo a partir do momento em que ele lhe dava a mão para ela entrar no táxi que os levaria ao clube nocturno. Fazia-o rir continuamente com histórias sobre as outras raparigas e as senhora do guarda-roupa e os cantores de coro. Às vezes ele pedia-lhe para contar uma história outra vez para conseguir lembrar-se dela e contá-la aos amigos na faculdade. A história de como os cantores do coro, que eram todos invertidos, tinham rogado uma praga a um tipo novinho que era o namorado da Maise de Mar, de modo que ele também tinha ficado invertido, ia matando Tad de Medo. 
- Realmente passa-se muita coisa que as pessoas não sabem - disse.
Margo franziu o nariz.
- Não sabes da missa a metade, meu querido.
- Mas deve ser só uma história.
- Não, Tad, palavra que foi mesmo assim.... Bem os ouvíamos aos gritos e gritinhos como eles fazem lá no camarim deles. Puseram-se todos numa roda e rogaram-lhe uma praga. Digo-te que até meteu medo.
Nessa noite foram ao Columbus Circle Childs comer uns ovos com presunto.

John Dos Passos - O Grande Capital