O Tim Burton é o pior realizador da história do cinema. Faltam-me palavras para descrever a náusea crescente que sinto a cada novo cartaz com o Jonhy Depp com maquilhagem gótica e a Bonham Carter nos créditos. Desde a Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999), ver filmes do Tim Burton começou a ser cada vez menos agradável e neste momento, um filme como aquele das sombras, ameaça tornar-se numa experiência semelhante à do visionamento do filme do Castelo Branco no menage com o empresário do norte e a saca de batatas, uma espécie de "porque é que eu estou a ver isto? já estou de novo naquela parte da internet, foda-se"
Ao contrário de Ed Wood, o "pior realizador de sempre" e por quem o Tim Burton nutre um fascínio que resultou no excelente filme homónimo, Tim Burton foi um génio nos finais de 80e durante a década de 90 e o mau nele acabava por ser bom porque era o mau dele.
Depois, desde que se amancebou com a Bonham Carter aí em 2002, arranjou filhos etc, acabou-se. Está no seu direito,mas podia ser só um bocadinho menos mau, como o Spielberg que até faz umas coisas fixes de vez em quando e compensa e, sobretudo, diferentes foda-se, diferentes. Cada filme do Tim Burton parece uma versão estúpida de um filme melhor que fez antes, é uma espécie de Margarida Rebelo Pinto dos filmes alternativos. Como vive dos louros de ser um tipo que fez cenas de culto e muita
fixes, e tem o Jonhy Depp que é fixe e indie, consegue ainda o extra de
não ser considerado assim tão mau e até fixe e até artístico, que não é, pois desapareceu completamente o lado experimental do seu cinema, triturado por uma mentalidade de estúdio fábrica de efeitos digitais. É deprimente ver toda aquela matéria prima a ser destruída, a sensação de "isto podia ser um bom filme de entretenimento" e não, fica tudo transformado numa espécie de cruzamento de Filipe La Féria com Disney financiado por um Rui Rio que descobriu petróleo nos jardins de Serralves.
E é por estes motivos que ele é o pior realizador de sempre, lembra-nos a pior coisa que nos pode acontecer na vida: a perda de curiosidade. É nesse momento que se fica velho.
Em breve volto a escrever sobre os The National. Estou a brincar... estou?
39 comentários:
Tudo verdade mas o Spielberg? O spielberg Tolan?
O Spielberg, gosto muito dele.
Choro lágrimas de sangue ao dizer isto: tens tanta razão. Chuif. Uma das piores crises de meia idade, a par do Brad Pitt, Markl, e, espero estar enganada, o Ribeiro (que fala no filho, o filho, o filho em todas as entrevistas).
Mas a Rita tem razão: O Spielberg está uma noja. Dois argumentos: tintim e Indiana Jones IV (primeira e última vez que sequer admito que este filme existe).
Quem é o Ribeiro? O Ribeirinho?
(eu não acho que o Spielberg está uma noja, eu acho que ele é uma noja. Já vi muitas telenovelas da TVI com personagens e argumentos mais complexos que os dele. Argumentos: todos os filmes dramáticos que fez)
O Ribeiro dos Moonspell. Espero que não se torne um chato de galochas, mas prenuncia.
Vou ali pensar num bom filme do Spielberg - ah, já tá. os Indiana Jones. Bom cinema pipoca, que era o que ele sempre fez bem, e agora nem isso.
Eu sou esperta, escrevi "filmes dramáticos" :)
Eu sei que a nossa relação musical n se pauta por pacatez mas... se falas (bem) nos The National, desisto de ser teu amigo.
Pá... vamos esperar pelo próximo só para ver se ele atina...
o.o'
sou insuspeito, casquei violentamente no spielberg naquilo do tintin e do indiana jones IV. E sim, o Spielberg maneja o drama com a sensibilidade de novela. O "fim à Spielberg", quando entra a música lamechas e vem o final feliz, é uma daquelas coisas que faz parte da experiência Spielberg. Conseguiu destruir o A.I. do Kubrick, o que foi obra.
Mas para além dos óbvios clássicos como os indiana jones, jaws, E.T., Duelo etc. e de bons block busters como o Jurassic Park (dentro do género, era muito bom), também conseguiu bons dramas / thrillers, como o Apanha-me Se Puderes, o Minority Report ou o Munique. Mas ele nunca teve um posicionamento de cinema arty independente ou subversivo, digamos que faz entretenimento que pode posteriormente ser culto e resistir ao tempo, o que é uma postura menos consciente e mais descontraída, um bocado como o Stephen King que sem querer fez clássicos como o Misery ou o Shining na literatura. E ninguém consegue filmar como ele, mesmo nos maus filmes. Eu reconheço uma cena do Spielgerg qualquer que seja ela. A fotografia sempre a cargo do Janusz Kaminski está a quilómetros da concorrência, é outra dimensão e faz outros filmes de grande produção parecerem amadores.
Gostei do Big Fish de 2003. E ele aí já tinha casado e emprenhado a Bonham Carter, por isso não podem ser só culpas da Bellatrix Lestrange.
Ainda não vi o Sweeney Todd para eventualmente concordar contigo.
Mas sim, depois daquele remake do planet of the apes a coisa descambou um bocado.
Tiago, já te expliquei que o meu gosto "engloba" o teu, mas o teu não engloba o meu. Digamos que o teu é 1% do meu gosto. Imagina um conjunto A (que é o teu) e o conjunto B (o meu) que é 100 vezes maior que o A e intersecta os dois, o A e o B e se calhar só deixaria os Incubus de fora do meu. Os The National estão fora de A e B.
troll, sim, o Big Fish não é mau, tens razão. Vamos contudo ter em conta que um filme pode demorar 2 anos ou mais a ser feito, o que significa que provavelmente a ideia, o argumento etc. foi feito antes da Bonham Carter lá para 2001.
O Sweeney Todd vi boa parte em fast forward (2x, dá para ler legendas) e por isso não me aborreceu muito.
Não resisto a partilhar, em registo spielbergiano, que conheço e partilho cama com a única pessoa do mundo que gostou do planeta dos macacos do Burton. Já pensei (ameacei) vendê-lo ao Ripley's Believe it or Not.
Gostei mesmo muito de A noiva cadáver e de O estranho mundo de Jack. E também gostei da Alice no país das maravilhas.
Entendendo a provocação e não tenho nada a opôr em relação boa parte da argumentação.
Não sou tão cáustico em relação à apreciação da obra e ao declínio, porque a coisa não me parece tão linear.
O Planeta dos Macacos é anterior a 2002 e é mauzito (tirando para aí o Tim Roth e a Estella Warren, sem ser na vertente actriz).
O Big Fish e o Corpse Bride são interessantes. O Sweeney Todd não é bem a minha onda, pelo tipo de filme.
Do remake do Charlie não fiquei convencido e no Alice idem, dispensando a balela do 3D.
Hoje vou ter a oportunidade de ver o Dark Shadows e logo te direi se me inclino mais para o lado do abismo ou para o outro.
Uma coisa é certa, o homem criou uma noção de estética dentro do cinema, que torna possível que hoje se diga "aquilo é um bocado à Tim Burton" e afins. O problema é que um tipo depois arrisca-se a ficar preso no próprio mood que criou (ver caso do Jean Pierre Jeunet)
O Estranho Mundo de Jack é fabuloso (é de 1993). A Noiva Cadáver (2005) está muito abaixo do estranho mundo de jack, mas é giro. Do Alice não gostei e tive pena. O meu preferido é o Eduardo Mãos de Tesoura. É, aliás, um dos meus filmes preferidos.
Nota em relação ao Stephen King: o gajo não escreve os êxitos que referiste sem querer, no seu género de prosa o tipo tem muita coisa boa.
Ele foca-se é no universo do terror e do fantástico, muitas vezes desprezado em literatura e, como tal, às vezes passamos ao lado do variado número de obras (adaptadas para cinema) que têm origem no Stephen King. A juntar às duas que referiste, posso acrescentar:
Shawshank Redemption
Carrie
Stand by me
Apt pupil (a história é boa, o filme vê-se...)
Também tem muito monstrengo, alien, morto-vivo, ficção científica, etc, mas se faz parte dos gostos do senhor, o que se há de fazer.
PS - o livro de contos/histórias Different Seasons engloba alguns destes filmes num só volume. É interessante, dentro do tema.
Dei o Green Mile de borla, porque não curto o Tom Hanks.
Eu do Spielberg desde o Amistad não vi nada, pelo que é melhor não dizer mais nada (mentira, também vi o Apanha-me Se Puderes e era razoavelzinho reconheço). Mas também acho que há mainstream bom, não estou a compará-lo com o universo artsy intelectual.
(também não desgostei do Big Fish, embora não tenha resistido ao segundo visionamento. Mas depois da Alice não volto ao cinema nem que ele se divorcie)(e gosto muito dela)
O Tim burton só escreveu o Estranho Mundo de Jack, não realizou. Por essa ordem de ideias, o Spielberg, enquanto produtor executivo, tem o dedo em metade das coisas que saem para o mercado.
(Modo geek off)
Mas concordo com o Mak na questão da estética, farto-me de ouvir "isso é à Tim Burton".
Só li o título, Tolinhas, ng é perfeito. O Tim Burton é dos melhores realizadores do mundo, talvez só ultrapassado pelo Coppola. o scorcese perde a mão e tem demasiados erros de racord pro meu gosto, apesar do seu brilhantismo atrás da camara..
Esperava mais do Alice e o Mars Attack não é propriamente uma obra prima. Mas os argumentos são sempre pra lá de bons, sim, sei que não são dele, mas é ele quem realiza, é escolha dele. E eu que odeio musicais até comi o Sweeny todd, lá está, pq a realização é brilhante.
Pronto, Tolinhas, dá um abraço aqui, o eduardo maos de tesoura é um dos teus filmes preferidos. estamos de bem de novo.
Mak, sim, isso acontece. Nem todos podem ser como o Hitckcock que só fez obras geniais dentro da mood que criou. Mas há gajos que têm a capacidade de voltar das cinzas over and over again e apesar de uma certa intermitênciaconseguem ter picos de génio. Os irmãos Coen são um exemplo. Pensamos que estão acabados e depois aparece um No Country for Old Men que não fica muito atrás do primeiro filme deles, o genial Blood Simple feito 20 anos antes.
Mak, eu sei disso e gosto muito do Stephen King, até lhe li e consulto o seu On Writing. Concordo contigo.
Troll, ele não deve ter apenas escrito, os cenários, os bonecos, são dele e contribuem para o que o filme é, o mundo foi ele que o desenhou. Ele é também um grande artista plástico.
Isa, o Scorsese? Estás a meter o Tim Burton acima do realizador do Taxi Driver, Fora de Horas, Raging Bull, Tudo bons Rapazes, Casino, Alice não mora aqui etc.? estou em choque :O ainda por cima o Shutter Island é bom e tudo, o homem ainda mexe.
Li por alto a vossa conversa sobre pretinhas e pandeiretas.
Mas não posso deixar de me insurgir em relação ao Taxi Driver do Scorsese.
Teorizem lá o Spieblarg mas deixem o Taxi Driver do Scorsese de fora. Estão a falar de cinema pelo amor de Deus!
O vosso,
.
Não tenho dificuldade em elogiar/criticar realizadores, mas resisto a compará-los quando não são contemporâneos e ainda assim...
Por exemplo, a sério, a sério o Coppola não realiza há 20 anos (Dracula - 1992).
A obra dele é de facto genial, mas o tipo desde então não tem nada do outro mundo. Isso retira-lhe prestígio?
Tenho algumas coisas a dizer a este propósito:
1. A Eva Green entra neste filme e, segundo me parece pelo trailer, com um dos melhores decotes desde o... sei lá... do Cracks.
2. É verdade que o Tim Burton sofre do sídrome Korn. Só sabe fazer imitações de si próprio. Isto não é mau de todo, o Woody Allen, por exemplo, não anda muito longe de ser parodiar eternamente. O problema com o Burton é que o género, no seu melhor, mais não conseguia ser do que divertido.
3. Falar dos erros do Spielberg em comparação com os erros do Burton é um crime. Antes preferia ser torturado com visionamentos perpétuos da Fábrica de Chocolate ou da Noiva Cadáver que ter de ver apenas mais uns segundos do War Horse, do Indiana Jones IV, do Tintin, do Munique, da Guerra dos Mundos, do Terminal. Não vou sequer discutir a qualidade geral, porque o Spielberg dá 10 a 0 ao Burton, mas nos últimos 10 anos o Spielberg não filmou um único minuto que se aproveite. E isto para não falar das bostas que produziu.
Mak, Tetro, Coppola ;)
Tolan, não, não estou. O Scorcese é do cacete, os filmes de que falaste, Taxi Driver, Raging Bull, Tudo bons Rapazes, são dos melhores que já vi. é por isso que não lhe perdoo erros de Raccord em gangs de Nova Iorque e tais, e olha que pra eu perceber é pq é descarado, e o facto de ter perdido a mão em Hugo. lá está, a idade havia de o ter feito mais sábio, mais contido... mas ele perdeu a mão, usou os mm recursos várias vezes, eu sei que são bons, mas basta uma, e aparece no filme. porra, ele não é o Hitchcock. e sim, eu sei, o ego é um negócio muy difícil de segurar.
o meu problema com o scorcese são o tipo de histórias. o meu amor pelo tim burton tb, let alone a forma como ele filma, o fantástico tem nome graças ao Tim Burton, as viagens de realização são sublimes e ele nunca, nunca perdeu a mão. Qto ao Alice, vi em 3D e se calhar o meu problema foi esse, detesto 3D. e acho que ele aproveitou mal o recurso. aquela cena da alice a cair no buraco era sim pra ter sido filmado como se nós estivessemos a cair no buraco. isso deixou-me p*ta.
e tem uma coisa, dá-me nos nervos que se façam filmes pra ganhar óscar ao invés de se fazerem filmes pelo amor à arte. e o scorcese cai nisso com frequência demais ;)
PS: gosto mt de te chamar Tolinhas, espero que não te incomode e não seja abuso... vou continuar, pq acho foficho :o
A Eva mostra tudo naquele filme, os principiantes ou que raio é. Belo filme.
O woody allen é um bom exemplo, mas lá está, o topo do woody allen não se compara ao topo do burton, o woody está ao nível dos scorceses.
Ah, eu gostei muito da Guerra dos Mundos, é muito bom no género, mas eu gosto desse tipo de filme. E achei piada ao Super 8, é fofinho e engraçado. Nem sequer vou ver o War Horse, não vi o terminal e recusei-me a ver o tintim apesar de escrever sobre ele (não quero, não quero ver aquilo)
O pior filme do Burton será sempre melhor que a melhor música dos The Nacional. O elenco é irresistível, vou ter que ir ver...
@ Isa - O tetro é bom (e eu gosto muito da argentina cinematográfica), mas não é épico. E isso não desculpa o Jack com o Robin Williams (filminho de domingo à tarde). Já
@ Tolan - o Super8 é tipo os Goonies do século XXI, se bem que há algum abuso dos efeitos, o papel do "pai" é dispensável e eu curtia não ver o alien. A Guerra dos Mundos é entertainment, vê-se, mas tenho de desligar a Dakota Fanning aos gritos.
Mak, concordo em absoluto com isso do Super 8. Mas pronto. O Spielberg é o realizador mais importante da minha vida, há épocas que não se voltam a viver e sensações que também dependem da idade que se tem e do grau de maturidade digamos assim. Um fim convencional para um adulto pode ser perfeito para um miúdo. Eu chorei no fim do ET quando o vi na altura e fiz desenhos do ET que colava na janela da minha casa no campo e construía merdas para tentar comunicar com ele, como ele fez no filme. E só queria uma bmx e a primeira coisa que comprei com o salário, quase 20 anos depois, foi um mega telescópio dobsoniano de 12 polegadas para observar o céu profundo e aprender astronomia. O Tubarão deixou-me traumas que ainda hoje me afectam quando faço surf e vejo uma mancha escura no fundo e afinal é só uma rocha. Etc. etc. :) Se calhar uma criança vê o Super 8 e acha-o muito fixe.
Eh pá!Vi Scorsese, vi Burton, vi Spielberg... mas agora é mais Dirk Bogarde e cinema britânico dos anos 60 e 70. Mas uma coisa te digo, Tolan: n te amancebes!!
Anda desatenta, a menina...
eh eh eh eh eh
Gosto do Tim Burton, Ponto !
quantos mais de vós dizem que não gostam dele mais me asseguro do meu bom gosto :)
cresçam e apareçam :)
gostava de ouvir a opinião sábia da Plaft
Are you talking to me, Sílvia? (perceberam? alusão ao condutor de táxi do outro? perceberam?)
Não admirar Spielberg é não perceber nada de Cinema.ele faz cinema puro.
I.Punk
Oh Tolan, tás parvo. Foda-se.
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