domingo, 27 de novembro de 2011

um post de bola

Com este, os últimos 6 Benfica - Sporting foram vencidos pelo Benfica e a diferença de golos vai em 13-2. Assisti ao jogo numa tasca com 90% de lagartos, infelizmente é a mais próxima de minha casa. O jogo decorreu exactamente como previ, excepto pela ausência do 2 a 0 (houve duas bolas ao poste, a do Gaitan merecia ser 0,5 golo e duas oportunidades, numa delas até vimos o Cardozo sentar 2 defesas, algo que nunca pensei ver). O Benfica teve um jogo de intensidade enorme em Manchester e previ que iria descer de rendimento ao longo da partida e sem um 2 a 0 no momento em que as equipas estavam equiparadas a nível físico, o Sporting iria dominar a segunda parte. A substituição adequada seria Cardozo por Rodrigo mas o palerma foi expulso e isso quase tirou a hipótese do contra-golpe, encostando o Benfica à sua área. E penso que Nolito deveria ter jogado de início, mas admiro a coragem de Jorge Jesus de ter metido Rodrigo a jogar quando estávamos com 10.

Ouvi expressões como "estas são as únicas duas equipas a jogar futebol este ano, o FCP está arrumado", mas honestamente, não acho nada disso. Não acho nem que o FCP esteja arrumado (hoje será um teste decisivo) nem que o Sporting seja uma equipa ao nível do Benfica, isso é quase um insulto aos credores do Benfica. O Sporting está melhor e tem uma atitude muito louvável, mas há um hiato de qualidade do plantel face aos rivais que virá ao de cima em jogos decisivos ou aqueles em que joga mal. O Benfica não perde há 23 jogos, é o único clube da Europa a fazê-lo (o Barcelona perdeu com o Getafe) e isto a jogar na Champions também. Obviamente que fez muitos jogos péssimos nesses 23, mas ganhou na mesma porque tem jogadores que podem, num lance, resolver a questão. Tenho visto o Benfica jogar de forma algo italiana, começa os jogos sempre com a carga toda, depois abranda e aguarda e é extremamente eficaz. A eficácia advém de um índice de confiança elevado, de maturidade e sobretudo qualidade individual. A confiança defensiva por sua vez vem de Artur que está a ser a pedra base desta época.

Acredito que a diferença do FCP da época passada face a esta se deve quase exclusivamente à ausência de Falcão, combinada com uma baixa de forma de Moutinho. Podem dizer que não é um jogador só que explica uma diferença de qualidade, mas isso não é verdade. O Benfica sem Aimar não é o mesmo. O Barcelona sem Messi ou o Madrid sem Ronaldo, não são os mesmos. No caso de Falcão falamos de um goleador e a existência de um jogador com aquelas características tem uma influência enorme na forma como a equipa joga quando tem a bola. O objectivo é fazer uma assistência para o Falcão. E antes desse último passe, o objectivo é criar uma situação em que se possa fazer uma assistência para o Falcão. Sendo que "assistência", no caso do Falcão, podia ser qualquer bola em qualquer zona próxima da área. Sem essa referência (como Jardel foi para o FCP e o SCP) a equipa fica sem saber muito bem o que fazer. Chegámos ao disparate de ver Hulk a jogar no meio à frente da baliza e hoje devemos ver isso de novo, o que só me lembra os tempos em que jogávamos com o Simão aí, porque ele marcava mais golos que os pontas de lança. É uma tentação de qualquer treinador: é preciso marcar golos, vou meter o melhor jogador o mais perto possível da baliza. É desespero.

sábado, 26 de novembro de 2011

anedotas de matemática!!!!1!


Acabei de descobrir que que tenho inúmeros fãs com conhecimentos de matemática na minha página FB. Nerds, unite!

sem tempo para escrever, ou, em inglês, timeless to write

Não sou eu que escrevo, é a mão, como diz o outro, no meu caso, as duas mãos, pois escrevo num teclado. A escrever à mão (sou canhoto), com caneta e papel, sinto-me como se estivesse num exercício de fisioterapia depois de um AVC. A minha letra assemelha-se a um electrocardiograma de um esquilo a quem roubaram a avelã. É tão ilegível que nem eu próprio percebo o que queria dizer e tem o efeito de me formatar a memória e substituir o que queria escrever por estática. É mau quando anoto um nome à mão, a meio de um telefonema para dar o recado a um colega, “Ligou o brrsSshshshhhh há bocado, quer falar contigo a propósito do brrSshshshshhh, disse que era urgente”.

Noto sem surpresa e comoção que o facto do Autor ter sido publicado (já não é a primeira vez, note-se) fez aumentar o cinismo e a crítica vis a vis eu, o Tolan, algo que previ que iria acontecer e que vai certamente agravar-se uma vez que ele pretende cada vez mais ter protagonismo e diz que tem pouco tempo e o tempo que tiver vai dedicá-lo ao conto para a Sul de Nenhum Norte ou para terminar a revisão da do romance. Toda a sua pessoa é extremamente enervante para o tipo de pessoas que fazem greves gerais e até a mim me causa um certo mal estar, embora no fundo, desde que tenha a cerveja ao fim do dia, não estou muito preocupado. Com nada. A não ser…. Não, nada. E logo agora quando se exige outra postura, uma humildade, enfim, temos de ser uns para os outros, como se costuma dizer.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

a selecção de discos do Tolan de 2011 (sem ordem específica) #5

Live Music, dos The Strange Boys. Nada como encaixar um piano no rock e tocá-lo como um marreta eufórico, como sucede nesta faixa e neste vídeo castiço.


(não ouvi o resto do disco ainda, é só a primeira faixa, encalhei nela, às vezes acontece, vrrrrrrr fica ali em loop)




(e desculpem o excesso de vídeos e falta de textos de jeito, já fiz uns 5 ou 6 posts e não os coloco porque o Autor diz que não têm qualidade suficiente. O do poker ali em baixo foi um acidente, foi escrito num dia em que o autor e eu não dormimos por causa do poker e então ficou assim, eu escrevi-o mal e Ele não teve capacidade de perceber isso)

Woof arf arf ':0P

sábado, 19 de novembro de 2011

green velvet

Ontem, numa cave na amadora e debaixo de uma luz neon, percebi porque motivo deixei de jogar poker regularmente. Envolto em fumo, ensopado em minis e gin, a jogada decisiva aconteceu às 7 da manhã, entre os últimos 5 resistentes. A noite nem estava a correr mal, tinha triplicado o inicial, o que já constituía um montante considerável de acções do BCP, o suficiente para ter assento na administração. Quando saiu 589 e eu tinha 67 na mão. Flopei um straight. Numa mesa normal, um board tão seco não daria acção nenhuma a não ser que alguém tivesse um par alto na mão ou um set. As minha mão era as nuts. Mas aquilo não era uma mesa normal. Em sete jogadores, apenas eu e outro temos alguma experiência de table grinders online neste jogo e uma biblioteca de poker suficiente para cobrir duas prateleiras de uma expedit do ikea. Os outros que sobraram na mesa eram, digamos assim, mais instintivos. Raises sucessivos e dois jogadores sempre a corresponder, a pagar para ver. Nem queria acreditar, o pot crescia magicamente ao ritmo de uma taxa do BPN. Saiu um 10 no turn, uma carta perigosa, caso alguém tivesse o valete Mas o comportamento deles não indicava de todo que tivessem uma mão feita, estavam em draw de qualquer coisa. Isto porque toda a noite tinham jogado como kamikazes, sempre à procura da sorte grande e jogavam sempre os draws passivamente, cobrindo relutantemente as apostas, mas incapazes de largar uma mão. Agora, às sete da manhã, a mesa estava um tanto ou quanto delirante de cansaço e ébria. Pressenti impaciência nos jogadores, vontade que acontecesse algo antes de se irem deitar e então fiz all-in para lhes fazer a vontade. Um deles foldou mas para grande alegria minha tive um call. E ele só tinha uma dama, faltava-lhe o valete. E que carta saiu no river? Exacto.

O que mais me doeu foi a convicção dele de que tinha jogado bem ao retirar as fichas todas da mesa. Expliquei-lhe que se ele fizesse aquilo 100 vezes ia perder 94 vezes, só tinha 3 outs para aquela mão. Na cabeça dele, ele jogou bem. Mas não. Ele teria jogado bem se tivesse sido ele o agressor, em semi-bluff por exemplo, representando um straight feito no turn e testando a força da minha mão. Mas fiz eu o all-in e não ele. De facto já estava pot comited porque nunca devia ter feito call aos meus raises no flop, visto que aí ainda lhe faltavam 2 cartas e tinha menos de 5% de probabilidades de ganhar porque eu tinha flopado um inside straight.
Mas tudo bem.

Fui para casa em break even, conduzindo num ic19 surpreendentemente cheio de trânsito às sete e meia da manhã. Não foi grave, em tempos este tipo de coisas eram graves devido aos montantes e ao facto de depositar algumas esperanças no poker como fonte de rendimento para criar uma família e ter um cão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

a selecção de discos do Tolan de 2011 (sem ordem específica) #4

Fun House, dos Stooges.
Por acaso é de 1970 mas calhou ouvi-lo com mais atenção em 2011 e no género rock que dá vontade de mergulhar na mais profunda decadência e emergir a voar por acima do asfalto na cidade numa noite deserta envolto numa bola de fogo niilista, diria que este é o melhor deste ano, seguido de muito perto pelo álbum Ritmo do Amor de Emanuel.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

a selecção de discos do Tolan de 2011 (sem ordem específica) #3

Parallax de Atlas Sound.

Atlas Sound é Bradford Cox. O Cox é, a par do Noah Lennox (Panda Bear, Animal Collective), um dos músicos que mais gosto na actualidade. Ambos têm em comum o facto de estarem integrados em bandas onde o seu traço pessoal criativo é potenciado em experimentalismo sónico e diluído no talento dos outros membros das bandas. Nos projectos a solo são mais intimistas. Aqui uma faixa dos dois a brincar juntos numa faixa que parece Beach Boys no século XXI.


O Parallax é novinho.O Bradford Cox tem a mania de encher os discos de músicas que não percebo mas gosto.

domingo, 13 de novembro de 2011

está decidido, poesia aqui vou eu

Vai deixar de ser um hobbit. Vou levar a poesia a sério. Sinto que tenho talento para isso, apenas nunca lhe dediquei tempo. Ando a fazer um esforço para perder preconceitos. Comprei um perfume e tudo. Sempre achei que usar perfume era uma coisa um pouco efeminada, mas pelos visto há mulheres que acham que não, de maneiras que fui à Sephora e pedi à senhora da loja o perfume mais másculo que tivesse porque eu era muito homem. A senhora olhou para mim de alto a baixo e sugeriu-me este.


Desconfiei um pouco, no início, mas a verdade é que mal me borrifei de Jean Paul Gaultier fiquei cheio de vontade de escrever poesia.

Vou tentar então escrever um poema.

Oh, que sofrimento atroz
diz o albatroz
Oh, que imenso calvário
diz o dromedário
Ai, o que será de mim
diz o guaxinim
Ai, que estou a atrofiar
diz o urso polar
É um jardim zoológico
muito muito melancólico
os animais escrevem poesia
e sonham todo o dia
seguram nas canetas com as patinhas
e escrevem muitas linhas
o tratador pede desculpa à pequenada
que veio ver a bicharada
esperavam palhaçada
uma experiência quiçá* animada
e não estes tristes animais
Olha! Olha! 

Para a frente senão cais!


*a poesia usa palavras que ninguém usa quando fala ou escreve em situações normais.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

a selecção de discos do Tolan de 2011 (sem ordem específica) #2

Tomboy de Panda Bear, aqui já falei dele. É inspirador e comovente. Por exemplo, isto é um vídeo não oficial para a faixa "Surfers Hymn". Não oficial, repito.

a selecção de discos do Tolan de 2011 (sem ordem específica) #1

Degeneration Street dos The Dears... pop rock, as good a it gets.

serviço de aluguer de prendas de Natal para as crianças

Ao tomar café tive uma ideia fixe para a Fnac, Toys R'Us, Worten,etc. neste contexto de crise em que não há dinheiro nem subsídio de Natal.

Podiam ter um serviço de aluguer de prendas. Os pais pagavam um valor reduzido, por exemplo, 5% do valor total do brinquedo ou livro, embrulhavam-lhes aquilo e podiam levar para casa mas tinham de devolver no dia 26 de Dezembro. Desta maneira as lojas faziam algum dinheiro com os seus brinquedos e as crianças podiam ter um Natal mais parecido com os anteriores. É importante que as crianças não saibam do serviço de aluguer, para a felicidade ser genuína. O pequeno Miguel teria direito à felicidade de abrir um embrulho e ver lá uma playstation e a Inês uma Barbie, ainda que só por umas horas. A fase seguinte seria um pouco delicada, o ideal é aproveitar quando estão a dormir para arrumar os brinquedos nas embalagens de origem - que convém não estragar na abertura da prenda - e colocar tudo na mala do carro para depois levar à loja cedinho antes de acordarem.

-Foi uma excelente ideia Jorge, estão tão felizes. Não estraguem as embalagens!
-Sim Bárbara, olha para eles... não desconfiam de nada. Inês, cuidado, não rasgues a embalagem!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

cozinha quântica

Existe este blogue que já leio há algum tempo o Debaixo do Fogão. Não quis falar dele antes mas hei, hoje sinto-me generoso para com os homens que lêem isto. Não é só das coisinhas bem escritas que se encontra por aí, também confere aos leitores algumas vantagens competitivas importantes em certos domínios como a competição sexual. Um homem que cozinhe estas coisas e perceba de livros e assim, tem boa parte do trabalho feito, só precisa de tomar banho de vez em quando (não sei se o autor toma mas fica aqui o conselho). A piada é que as receitas são daquelas da cozinha molecular, uma coisa que, evidentemente, vou começar a praticar. Fazer um caviar de vinagraitte ou uma mousse de ostras e servir um malibu com esferas de coca-cola, é daquelas coisas que, imagino, deve deixar uma mulher boquiaberta e rendida. É preciso não exagerar nisto porque pode parecer gay e o autor compensa isso indo a restaurantes onde come comida de homem, grelhados e coisas dessas.

Por enquanto eu pratico mais a cozinha biológica, cuja ciência reside em perceber se a quantidade de micro-organismos em pedaços de frango assado deixados fora do frigorífico dois dias em agosto é suficiente para causar mal estar físico aos comensais (que, evidentemente, não sabem deste facto).

agora para mudar de tema e falar de coisas sérias

Hoje, 9 de Novembro, é o Dia Internacional do Fascismo e do Anti-Semitismo. A 9 de Novembro de 1938 os Nazis partiram as janelas todas às lojas dos judeus. Essa noite ficou conhecida como "Kristallnacht" e é vista como o início simbólico do Holocausto que vitimou 6 000 000 de judeus (provavelmente um número arredondado ao milhar pelo menos).

Aos 7 anos de idade fiquei impressionado com os volumes da II Guerra Mundial que tinha em casa, especialmente com as fotografias da iconografia das SS, as caveiras e as suásticas que causavam tanto medo e que se assemelhavam aos orcos do Senhor dos Anéis, ao Greyskull do He-Man ou ao Império do Star Wars.

Não percebia bem o que eram "6 milhões de judeus". O número era absurdo e "judeu" para mim era um conceito um tanto ou quanto abstracto também. O único judeu que conhecia era o Woody Allen e achava-o engraçado e custava-me a acreditar que tinham morto seis milhões de Woody Allens, porque é que alguém havia de fazer isso?

Tanto fiquei impressionado com as suásticas que convenci dois amigos a pintarmos uma série delas nas paredes da nossa aldeia, durante a noite. Armados com um balde de tinta vermelha e trinchas, pintámos suásticas bastante tortas e a escorrer tinta, o que lhes dava um aspecto "sangrento" que até ficou fixe. Por isso, em 1984, uma pacata aldeia rural da zona oeste acordou decorada por um Joseph Goebbels de 7 anos e dois capangas da Gestapo. Para além das suásticas, o M. também pintou uma piça na paredes da garagem do tractor do senhor L.

Não deu assim grande bronca, os conhecimentos de história dos aldeões eram parcos e a indignação resumiu-se termos sujado as paredes que tiveram de ser caiadas de novo. Não havia judeus lá aldeia, imagino que se houvesse uma família judia, não teriam achado piada nenhuma.

Maior bronca deu a minha acção greenpeace radical para salvar as rãs do riacho que estava a secar no verão: tirei as rolhas dos ralos dos tanques de água para rega em todo o vale para inundar o rio. Resultou, por umas horas, o rio voltou a secar e as rãs ficaram tristes outra vez. O efeito mais significativo foi ter obrigado uma dúzia de agricultores septuagenários a acartarem canecos de água em carrinhos de mão até às primeiras chuvas de outono e eu evitar sair de casa durante quase todo o verão.

Conheci o primeiro judeu no curso de matemática (óbvio). Um judeu mesmo judeu em Portugal é muito raro porque a Igreja os converteu amavelmente há séculos. Em Portugal há mais daquelas pessoas que dizem que são judias como dizem que são liberais de direita ou anglófilas, só para chatear as pessoas do PCP. Mas este era mesmo judeu a sério, um tipo extremamente inteligente, de óculos redondos, muito agarrado ao dinheiro como eles são e que queria especializar-se em gestão de derivados nos EUA.

Ao pé dele sentia-me culpado não sei bem de quê, eventualmente do episódio das suásticas na minha infância. Estava-lhe sempre a pedir desculpa por tudo e por nada, ganhava-lhe uma mão à espadinha e pedia-lhe desculpa, sentava-me antes dele e pedia-lhe desculpa, apontava para qualquer coisa ao longe e temia fazer algo como uma saudação hitleriana, recolhia o braço e pedia desculpa e às tantas comecei a evitá-lo porque me fazia sentir triste e culpado. Só que isso não resolveu o problema, ainda o agravou.

Um dia, já meio bêbedo da happy hour numa quinta feira, enquanto ele contava moedas daquelas escuras dos cêntimos que tinha apanhado do chão, ganhei coragem cheguei-me ao pé dele e disse-lhe: «em nome de todas as pessoas, queria-te pedir desculpa por termos morto seis milhões dos teus». Ele não me respondeu mas tirei um enorme peso de cima. Sugiro-vos que façam o mesmo a um judeu hoje, peçam desculpa, vão ver que tiram um peso de cima. E já que estamos nisto, peçam desculpa a um comunista pelo fascismo também. Se encontrassem um judeu comunista até podiam despachar logo tudo de uma vez, mas isso não deve ser muito comum em Portugal.

Dito isto, resta-me desejar um bom dia internacional do anti-semita e do fascista a todos vós e que sejam tolerantes.

é oficial!

É oficial, informado por um comentador anónimo porque não vi o telejornal hoje, acabei de saber isto: o recorde da maior onda do mundo, jamais surfada, acabou de ser batido, não em Waimea, Mavericks ou Jaws, mas sim na Nazaré, Praia do Norte, por Garret McNamara, no ZON North Canyon Show.


The three were surfing in Praia do Norte off the coast of Nazaré, Portugal. McNamara has been spending quite some time here once he discovered the magic of the spot. The coast of Nazaré is home to one of the only deep water canyons that runs all the way to shore. He has been working with the Portuguese Hydrographic Institute to understand how the waves reach such an abnormal height.

According to the Portuguese Hydrographic Institute, “the proximity of the ‘Nazaré Canyon’ to Praia do Norte creates a situation that greatly increases the swells intensity. The conditions of the swell and wind direction observed on this day exemplify this phenomenon”. “By 9:00 AM, the monitor on the buoys registered a swell with around 8 m near Nazaré. With a WNW swell direction with favorable wind, it is reasonable to conclude that this wave had a significant swelling effect, which is characteristic of this place.”

“I feel so blessed and honored to have been invited to explore this canyon and its special town. The waves here are such a mystery”, said Garrett.


Aqui, uma entrevista da RTP ao Garret McNamara.

E aqui o video da onda no jornal da SIC.

domingo, 6 de novembro de 2011

fuuusão


Vem aí uma revista de Artes e assim, onde o autor do Autor do Tolan escreve com um pseudónimo que os pais dele inventaram, chamada, muito apropriadamente, Salazar.
O autor do Autor, quando ligou à mãe a contar, teve dificuldades em justificar o nome da revista, ela ficou horrorizada. Consta que essa revista será editada em papel a sério, não é uma coisa de brincar como este blogue do Tolan. Os seus textos serão ilustrados pelo Z que é um artista que faz fotografias a sério e não daquelas que se sacam da internet e depois se diz que fomos nós que as fizemos. O primeiro texto já está online.


sábado, 5 de novembro de 2011

o Google Buzz vai ser descontinuado (mas vai poder manter os seus artigos)

Ohhh nãaaaao. Ohhhh. Vai ser descontinuado. Como vou viver sem o Google Buzz, não sei. É isso e o Google +. Espero que não descontinuem o Google + porque se o fizerem, é o fim.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

apaixonados

Quando estamos apaixonados ficamos vulneráveis a constipações porque os nossos glóbulos brancos também ficam apaixonados pelos glóbulos brancos dela (li na Science) e então ficam aparvalhados, sentados nas margens das células, a molhar os pézinhos nos rios de plasma sanguíneo e os micróbios vão e atacam à vontade. Por isso não devemos apaixonar-nos nunca sem uma alimentação cuidada, vegetais, citrinos ou guronsan.

Também se dão beijos na boca e se ela tiver uma constipação é muito provável que apanhemos também e nesta altura do ano então, significa que as probabilidades de nos constiparmos aumentam para o dobro, isto já sem contar com a debilidade do sistema imunitário descrita no ponto acima, ainda agravada com uma coisa que me esqueci de dizer que é que as pessoas quando estão apaixonadas dormem mal e isso prejudica o sistema imunitário. Mas nada disto é preocupante porque quando apanhamos a constipação dela pensamos que pelo menos ficámos com qualquer coisa e a cada espirro, sorrimos embevecidos.

Se por um lado uma pessoa fica sem defesas contra organismos patogénicos, por outro fica com uma resistência formidável contra as manchetes nos quiosques e olha indiferente para os sintomas de colapso económico do mundo, fica-lhe apenas uma pergunta: porque é que não se dão bem? porque são maus? Porque é que as cimeiras do G20 ou da UE ou a UN ou da OCDE não deviam decorrer num ambiente mais propício a um envolvimento amoroso?

Em vez daquelas alcatifas azuis devia haver tapetes aveludados, talvez vermelhos. Em vez das águas, que tal um bom vinho do Douro? Em vez dos hinos, música de pretinhos: Barry White, Stevie Wonder, Marvin Gaye... o Papandreous e a Merkel ao som do Sexual Healing, a trocar uns olhares, a Merkl a sorrir, tímida e casta e na mesa ao lado o Berlusconi e o Paulo Portas, a mão de Berlusconi a roçar a de Paulo Portas quando verifica a agenda do dia... Podia ser tudo tão mais simples e bonito.




Este texto ficou um pouco desconexo, a certa altura perdi-me e agora não me apetece rever isto e em vez de guardar em draft, vai assim.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Spielberg, por favor, se não consegues combater a senilidade, imita o George Lucas e está quieto, tu não és um Clint Eastwood

Há uma diferença fundamental entre "comics" americanos e a bd europeia. Personagens como Batman ou Superman são uma espécie de conceito que pode ser recriado por diferentes artistas, quer na BD quer no cinema, podem sempre ser reinventados, melhor (Burton) ou pior (Schumacher). Os comics são mais descontraídos nisso, é como um franchise que é emprestado a artistas. E é uma honra poder desenhar, escrever ou filmar determinado nome da mitologia de comic americano.

Outra coisa totalmente diferente é a BD de autor. Não há 242 Tintins, há 1, o de Hergê. Por isso Alan Moore sempre recusou que fizessem um filme do seu Watchmen e recusou ser associado ao filme. Por isso o Bill Waterson sempre recusou fazer um franchise a la Garfield do seu Calvin & Hobbes.

Fazer um Tintin apalhaçado em 3D está ao mesmo nível que ter o Michael Bay a fazer um filme de acção do Dom Quixote com moínhos em 3D e gigantes digitalizados e explosões (hmm... era capaz de ser giro...). Não percebo porque optou por animação, só por aí é totalmente imbecil a escolha e um erro que felizmente poucos realizadores cometem quando se metem nisto. Isto é macaquear uma obra, é uma palhaçada.

Spielberg, o cineasta da minha vida, tem-se revelado um imbecil de primeira com a idade, um pouco à semelhança de Tim Burton mas ainda mais grave (não tão grave como George Lucas que ficou senil num ápice mas ao menos não chateou muito). Ele sempre fez merda de vez em quando (Lista de Schindler, Cor Purpura etc.) mas era intermitente e nos últimos anos até fez um Minority Report, um Catch Me if you Can, ou aquele dos aliens a invadir a terra e que eu acho que está brutaaaal (a sério).

Acho que o exemplo mais flagrante da intermitência de merda que o Spielberg é capaz de fazer é o final do A.I, obra que tem uma primeira parte fabulosa (feita com o Kubrick ainda vivo) e depois um final totalmente imbecil, spielberesco, a carregar na tecla da redenção e do sentimentalismo de pacotilha até a partir. Penso que ele às vezes pensa que o espectador médio é algo com um QI próximo de um de um americano médio. No Indiana Jones e a Caveira de Cristal conseguiu a proeza de banalizar a sua própria criação sagrada e agora estende as manápulas de judeu ganancioso a tudo o que se mexe. Qualquer dia faz-me um ET - O Regresso, todo digital e em 3D e eu mato-o.

O único filme bom de adaptação de BD europeia que foi o Asterix e Cleópatra (o 2º filme de Asterix) de Alain Chabat. Mas o próprio Asterix em BD também já era um franchise desde a morte de Goscinny em 77.

é legalmente permitido tatuar uma criança de seis ou sete anos? E se formos pais dela?