terça-feira, 15 de março de 2011

só para acrescentar que...

...se uma revista ou jornal quiser ter leitores e lucro, podem-me mandar o curriculo do editor para tolan.baranduna@gmail.com, acompanhado de texto curto, no máximo duas páginas A4, sobre o motivo pelo qual querem que eu escreva para eles e quanto estão dispostos a oferecer-me (dinheiro) por texto e em que medida planeiam adaptar a linha editorial da revista para encaixar o meu estilo e assim ter leitores e lucro. Obrigado.

o facebook disablou a minha aconta

Paciência. Não vou recomeçar tudo do zero. Era fixe porque parte da interactividade, comentários e rambóia ocorria lá. E gosto de ter os meus fãs unidos e manejáveis, porque pode ser preciso resolver o deficit do governo ou expatriar o José Luís Peixoto à custa de likes, muitos likes. Podemos resolver tudo se fizermos muitos likes.

Mas as políticas do facebook são as deles e dizem explicitamente essa questão de não poder usar heterónimos, avatares, alcunhas. Eu não sabia.

De resto, para mim não serve a misturada do profissional com o pessoal e le artistique. E acho estranho essa coisa de definir privacidades para pessoas que estão na nossa rede porque quisemos ou deixámos estar. Percebo, só acho que é um exercício que me cansa demais, pensar em que categoria arrumo pessoas e as respectivas implicações. O que é certo é que a partir do momento em que os chefes começaram a entrar em barda no facebook e passaram a exibir as suas fotos de tanga na praia do Ancão (e a fazer likes às vossas fotos em bikini) foi o primeiro passo em direcção ao fim. Há chefões que são de tal modo "censurados" pelos colaboradores amigos no facebook que devem ter a opinião que os seus subordinados têm vidas miseráveis e chatas onde não se passa nada. Mas se para os chefes é fácil, já se torna mais complicado distinguir amigos de menos amigos de menos amigos etc.

Atenção facebook, vou-te dar esta dica, eu sou especialista nisto, digo-te já que um dia podes perder tudo se aparecer uma rede que permita graus de liberdade ilimitados, uma espécie de world of warcraft meets facebook, mas bem feita. Não é que não tenham tentado...

oh, o video clipe interactivo que eu inventei agora

(é interactivo porque vocês têm de carregar aqui no play e fazer scroll down conforme o gosto)































































































(depois é ir fazendo scroll up outra vez se chegaram aqui depressa demais)

segunda-feira, 14 de março de 2011

aracnofobia, I has it

Cheguei hoje a casa a lamber os beijos de antecipação da bela sessão de PS3 com o meu novo gaming headset turtlebeach psx21, ponho o formo a 180º para a preparação do magnífico hamburguer com puré congelado iglo (não é só mac!) quando vou ao WC para despir o fato e fazer chichi e, horror, choque, espanto... uma aranha enorme em cima do cesto da roupa suja, mais precisamente, da minha bonita camisola indie benetton que, por sua vez, estava em cima das levis 501, um par de boxers e o pijama - eu sou das pessoas que arruma a roupa suja em cima da tampa do cesto vazio, é mais prático.

Uma aranha enorme, castanha, de patas arqueadas, gorda. Fiquei estático. Quando voltei a mim, tinha uma mão na boca e outra encolhida a nível do peito, pose menina de 12 anos assustada. Devo ter ficado um quarto de hora assim.

Faço desportos radicais, já fui picado cerca de 6 vezes por peixes aranha (coincidência?) e vespas negras enormes no alentejo, não tenho medos irracionais do escuro, da trovoada, de cobras, escorpiões ou pessoas de cor.

Sou apenas aracnofóbico, cortesia da minha mãe, que me passou o medo em tenra idade e do meu pai, que acentuou o medo em tenra idade. A ideia pedagógica do meu pai passava por me expor ao medo até a um ponto em que eu ficasse anestesiado de choque. Não lhe era difícil encontrar aranhas para me estender armadilhas como o truque da aranha na caixa de fósforos que "tem uma surpresa", uma vez que vivíamos no campo e não havia falta. Para terem uma ideia da minha aracnofobia, considero o SpiderMan um filme de terror e estou sempre a torcer pelos maus.

Ser aracnofóbico é das piores fobias que se pode ter porque elas aparecem assim do nada escondem-se e vivem junto de nós, é o mesmo que ser homofóbico e ir ao piso de baixo do Lux por exemplo. Já ter medo de cães é básico, nunca encontramos um labrador retriever dentro da banheira ou um cocker spaniel no canto do tecto do quarto.

Um dos motivos (o principal) pelo qual deixei o campo e uma promissora vida de agricultor e vim para a cidade com a minha trouxa foi, precisamente, viver num sítio sem aranhas e não propriamente isso de ter um nível de vida adequado e educação.

Na minha casa, onde vivo há dois anos, nunca tinha visto uma aranha assim, os antigos moradores juraram-me que nunca tinham visto uma em 20 anos, a vizinhança que consultei também me disse que não existiam, apesar da minha desconfiança uma vez que há jardins atrás e à frente e essas putas gostam de vegetação.

Eis-me sozinho em casa, frente a frente com o meu terror de infância, 20 anos depois.

Aviso desde já as quase 300 mulheres e o Eduardo Pitta que votaram em mim para BILF, que o que se segue vos vai destruir as fantasias todas.

Infelizmente estava sozinho em casa, é para estas coisas que a namorada serve. Como se tratava da casa de banho e eu eventualmente teria de tomar banho e fazer necessidades, pus de parte a solução selar a sala com betão armado chernobyl style para sempre. Se fosse o quarto das visitas, era lógico.

Também pus de parte telefonar a alguém, é um segredo que prefiro manter no anonimato. Tinha de matar sozinho.

Então entrei no modo Sigourney Weaver no aliens, aquele momento em que há um click mental na presa e ela passa a ser o caçador e arma o lança chamas e rasga a t-shirt e faz um headband e diz coisas como "come here motherfucker" e cerra os maxilares.

Tive pena de não ter a caçadeira, aos 13 anos dei um tiro de caçadeira numa aranha que estava num canto do tecto de uma adega nossa, o meu pai ficou chateado mas ainda hoje relembro com um calorzinho de satisfação o momento em que premi o gatilho e ela se vaporizou numa nuvem de tijolo, telhas e bocados de madeira das vigas.

Fui buscar a esfregona. O taco de baseball era curto (tenho um, por causa dos pretos, é por isso que não tenho medo deles). Pareceu-me um excelente utensílio de matar aranhas. Estava molhada com água suja, o que não me demoveu. Ensaiei o gesto, calculei a distância. A puta, imóvel em cima da camisola, estaria a congeminar a forma de me matar com o seu veneno mortal. E eu dei-lhe com toda a força repetidas vezes até afundar a tampa do cesto dentro do cesto e parti-la, até salpicos de água suja, qual sangue, num cenário gore, espirrarem para todas as paredes e tecto e o meu fato, zás zás zás, tum tum tum tum, até dobrar o cabo da esfregona,. Parei ofegante. Aproximei-me cautelosamente.

Nada. A puta tinha desaparecido. Fui buscar um chapéu de chuva e com o bico fui remexendo na roupa. Examinei a esfregona durante minutos. Teria vaporizado a aranha com a pancada? Ter-se-ia desfeito? Fui tirando as peças de roupa do cesto, para o chão e cada vez que tirava uma saltava com os dois pés em cima da camisola e das calças e do pijama TUMP TUMP TUMP MORRE PUTA MORRE TUMP TUMP (os meus vizinhos deviam estar a olhar um para o outro em interrogação, costumo ser sossegado). Esta técnica de saltar em cima da roupa, aprendi-a aos 7 anos, quando um dia tinha uma aranha dentro do pijama. Dali para a frente saltava sempre em cima de qualquer peça de roupa que fosse vestir e só larguei o hábito quando tive a primeira namorada aos 21 anos porque elas achavam enervante, especialmente quando acordava mais cedo.

Remexi mais na roupa com o chapéu, não é fácil, o ideal seria um gancho de polvos, tenho de arranjar um. Sacudi-a. Subitamente vejo a gaja a espreitar de debaixo de uns boxers num canto da casa de banho, estava VIVA e BEM! ERA A UMA PUTA DE UMA ARANHA FODIDA! Zás, mais marretada em cima dela com o resto da esfregona TUMP TUMP SLOP SLOSH SPLASH e nada, mas ela cometeu o erro de arremeter contra mim pelo chão, queria matar-me e eu saltei no ar, oh se saltei, parecia o Michael Jordan look mama I can fly e ipicaiei motherfucker e, com pé bem alinhado KABUUUUM aterrei-lhe em cima num estrondo que provocou um mini-sismo de grau 5 no prédio e um tsunami na piscina de plástico do vizinho. Levantei o pé... yep, morta. Mortinha, desfeita em pedaços de maldade pura.

Descalcei o sapato e abandonei o cenário de destruição do WC, fui à cozinha beber um shot de vodka e fumar um cigarro. Vi uma coisa a mexer e dei um salto e um pequeno guincho, era só um bocado de cinza.

Dei-me um estalo com força "tu és o bilf caralho, és o bilf ou não és o bilf?!?" e outro estalo SLAP.

E depois pensei... e se houvesse mais do que uma? E se a primeira tivesse escapado e aquela fosse outra que por acaso também estava ali? É improvável, sei tudo sobre elas, estudei-as porque temos de conhecer o nosso inimigo, elas são territoriais e não costumam partilhar espaços quando são deste tamanho. Nah, era a única, já está.

Vou ligar à Remax amanhã.

domingo, 13 de março de 2011

temas sérios: quem foi o melhor guitarrista do rock?

Nisto dos guitarristas, gosto de simplicidade e musicalidade, motivo pelo qual considero Frusciante um génio. Há uma boa dúzia de potenciais candidatos. O último grande guitarrista do rock foi o Slash, fazendo-me abandonar o Mark Knopfler, que marcou a minha infância. Depois do Slash, hesitei quando apareceu o Tom Morello. Nunca gostei do estilo fuzzy e sujo do Hendrix. Mas o estilo monolítico do Morello ou musculado e bluesy do Slash, têm uma origem.

Neste momento, afirmo que Jummy Page foi o melhor. E estou disposto a ir para a rua manifestar-me, com um carro todo kitado com subwoofers Kenwood a debitar riffs capazes de estilhaçar as janelas do Ministério da Educação.

o golpe final no governo de Cavaco Silva foram estas imagens

sábado, 12 de março de 2011

a frase mais imbecil de sempre

A luta é alegria.

Os Homens da Luta parecem-me um caso de (mau) humor que fazia sátira precisamente aos homens da luta, ao cliché do tipo que protesta por tudo e por nada, ao sindicalista, ao comunista farfalhudo. À falta de melhor, com um contexto de hype favorável, acabaram por ser adoptados e aproveitam, subvertendo a intenção original. Agora é vê-los surfar a onda. Desenrascaram-se.

portem-se mal foda-se

"vim ver e que acho muito bem que os jovens protestem, desde que se portem bem" - senhora que veio ver a manifestação, entrevistada pela SIC Notícias.

se não se portarem mal, não têm direito a um bloco num video destes.

sexta-feira, 11 de março de 2011

procuram abrigo

Nisto dos putos e das canções e gerações e protestos, estas coisas giras que ciclicamente acontecem com todas as gerações saudáveis, tenho visto exemplos de cinismo e maldade para com os putos e as suas manifestações.

Não gosto de ver essas personagens na minha própria geração (77), nem daí para baixo.

Admito isso nos velhos lógicos, senhores com alguma idade e com a 4ª classe, que têm uma visão do mundo formada pelo Correio da Manhã e que ligam para o Forum TSF, ou nas tiazocas que vivem em microcosmos ou no Pacheco Pereira.

Mas não em pessoal de 30 e tal anos que cresceu a ouvir rock e com o Herman José e que ainda apanhou a Internet na universidade.

É legítimo e útil criticar as reinvidicações, questionar a utilidade da manifestação, mas não o sintoma em si, não o carácter dos jovens, não o serem preguiçosos, baldas, mimados, desinteressados, decadentes, indisciplinados ou ignorantes... Pensemos antes que coisas como o eventual desinteresse de uma geração pode ser um sinal que o que existe agora é desinteressante e nós é que já estamos tão condicionados por esta merda que nem questionamos as coisas que nos obrigaram a engolir.

Às vezes acho que as pessoas fazem isso porque se sentem ressentidas de terem tido de abdicar dos seus próprios sonhos para se encaixarem em rotinas miseráveis e massacrantes, com as vidas pessoais subjugadas a empregos claustrofóbicos, em que grande parte do problema é precisamente aturar algumas pessoas da geração anterior, a que manda em nós e define regras por vezes absurdas e irracionais.

E muito menos, nunca, jamais, never, com o disparate de se considerar uma nova geração pior que a anterior, pior do que a própria.

A única coisa que pode haver é uma preciosa ingenuidade, comove-me que os putos estejam chateados. O cinismo ácido que tenho visto por aí... É na desconfiança da geração seguinte que reside o primeiro e mais grave sintoma de estar velho.

Para um puto entalado numa vida sem perspectivas, o primeiro verso do gimme shelter dos Stones é mais do que o primeiro verso do gimme shelter dos Stones


Yeah, a storm is threatening
My very life today
If I don’t get some shelter
Lord I’m gonna fade away

e o prémio BILF 2011 vai para... Tolan!

*sobe ao palco, recebe o prémio BILF 2011 das mãos da Polo Norte*


*clap clap claps*

*cameraman faz zoom ao decote de Polo Norte e todo o discurso de agradecimento é feito com o Tolan fora do enquadramento, em voz off*

Queria agradecer às mulheres e ao Eduardo Pitta, pelos votos para BILF...

*ahahahah's*

... mas vou ser o BILF de todas as portuguesas e dos seus namorados e maridos que, tenho a certeza, também concordam com a escolha e se resignam à sua condição de não-BILFs.

*buuuhs masculinos, bravos e vivas femininos*

Queria agradecer à Pipi pela organização de uma sede de campanha espontânea e com um ímpeto apenas comparável ao das campanhas do Obama e dos dois Kennedys mortos.

Queria agradecer à minha mãe que está algures na sala... salut maman!... e que lê este blogue e não sabe o que significa BILF e não vou ser eu a explicar-lhe

 *ahahaha's e um c'est quoi ça, le BILF? do 3º camarote do balcão VIP*

A propósito, da última vez que a minha mãe tentou perceber uma coisa num sofisticado jantar de natal, aproximou-se da mesa dos doces e, depois de um diplomata alemão lhe explicar que aqueles doces fritos em português chamavam-se coscorões, não ouviu bem e perguntou 'coscolhões? c'est quoi ça coscolhões!?'

*ahahahaha's*

Queria agradecer à Julieta, à Patinhas, à Virginia Woof, à Lucy, à Garota e à Feroz por tudo que me ensinaram sobre a psicologia das fêmeas...

*ahahahs masculinos, buuus femininos e woof woof's de aprovação do 3º camarote do balcão VIP*

Alimentem-nas bem, passeiem-nas e sejam firmes! E umas boas palmadas no rabo de vez em quando não fazem mal!


*fuck yeaaahs masculinos, buuhs femininos e grrrunfs caninos*

Queria também dizer que considero uma vergonha que não tenha sido preso um único executivo da alta finança por provocar o aquecimento global que aquece o tibete globalmente. Libertem o aquecimento global do tibete!

*silêncio, ouve-se apenas 'olhó nogat e a pipoca, olhó gelado olá fresquinho' ao fundo da sala*

Por último, uma palavra aos meus adversários que tiveram algumas nomeações simbólicas de familiares e amigos e ao  Pipoco, que deu a impressão de dar luta, e a quem dedico esta bonita cena com o BILF de 1958, com o maior dos desportivismos e fair play Cavaco Silva style.



Obrigado!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Pessoas que perderam o emprego e agora tiveram de arranjar outro: Director Regional da Cultura Que Fazia Levantamento Exaustivo dos Bens Culturais Imateriais e agora é auxiliar de cabeleireiro

- Bem-vindo, espero que você se dê bem aqui no salão. Então é assim fofo, daqui a 10 minutinhos abrimos e se prepare querido, hoje é sábado, tem toda a tiazoca que vem arranjar o cabelo…
- Desculpe Ednilson, mas deve haver um equívoco. Este é o salão de cabeleireiro Ednilsus Stylus?
- Sim querido! Tem cartaz ali na porta bobão.
- Mas existe mesmo?
- Como assim? Gente, isso existe desde 1997. O Manuel Maria e a Bárbara são nossos clientes. Isso aí é fino viu?
- O quê? Quando respondi ao anúncio de emprego pensei que… pensei que não existia no plano físico isto é, não duvido que no plano metafisico a empresa esteja devidamente credenciada mas chegar aqui e ver... e ver que isto existe.... desculpe, constitui choque.
- Ué? Como eu cortava o cabelo à Agata ou à Luciana e ao Djaló? Pela Internet? Chega de bate-papo, você tem de se preparar.
- Oiça, eu não tenho experiência em trabalhar em sítios que… existem fisicamente, no plano real… Pensei que tinha deixado isso claro no meu curriculo. Até incluí a minha passagem pelo centro de coordenação de estudos culturais associativos & dissociativos de pedopsicologia aplicada, para que não houvesse dúvidas...
- Você acha que a gente leu seu curricúlo? Minha nossa, você só vai lavar cabelo e falou para nós que tinha duas mãos, o último candidato que veio cá tinha um gancho de ferro em vez da mão esquerda, ainda trabalhou aqui umas horas mas depois do segundo acidente tivemos de o botar fora, não tinha jeito.
- Mas diga-me que por enquanto não há condições e que tenho de aguardar serenamente por um despacho, uma coordenação, um desbloqueio de fundos... estou a hiperventilar.. hiiii hiii
- A sua farda está ali no cacifo, venha vou mostra pra você onde estão os produtos e os xampus…
- Wow, wow, espere, tenho de me sentar um pouco, hiii hiii estou a cabeça a andar a roda… hiiii gasp cof hiiii
- Eu preparo um chazinho de tília pra você, relaxe. Tome sua farda.
-  A farda… A farda não me serve! Eu não posso trabalhar sem farda! Veja, demasiado apertada! AH-HA!
- Oh, que bobagem, dei pra você o S, tome, tem aqui o L.
- Não! Oh santo Foucault , não, não, hiiii hiiii não! As torneiras... hiiin... já há agua? E há água quente? não pode haver já água quente, em 2003 no gabinete de coordenação das técnicas coordenativas coordenadoras dos coordenadores culturais demoraram quatro meses só para termos a cabine de chuveiro no gabinete e depois
- Oi, o Jorge Jesus, depressa, prepare o xampu extra volume sensation hidration silky effect para cabelos loiros e se lembre, seja meigo, ele fica bravo fácil!

"se te portares bem, logo à noite sacrificamos um escuteiro"

quarta-feira, 9 de março de 2011

eu danço no carro, na garagem, no elevador e depois fico muito sério e compostinho antes de entrar no escritório

astoundingly boundless

vodka

Custa-me compreender porque motivo mudam de opinião sobre mim se eu sou sempre a mesma pessoa desde que me lembro de ser. Com a morte, as opiniões sobre nós também mudam, perdoam-nos as coisas, fazem-nos elogios fúnebres, o que é um pouco inútil se pensarmos bem, os elogios fúnebres deviam ser feitos em vida, acho que deviam encenar funerais, a pessoa deitava-se num caixão e ouvia os amigos e família a falarem bem dela e depois levantava-se revigorada e toda gente ia para os copos bem disposta.

Quando era puto, antes de adormecer, por vezes imaginava o meu funeral e toda gente a chorar, incluindo o meu cão, a minha mãe, o meu pai, a Inês, a Cristina, a Paula e a Sílvia e a Luísa. E toda gente muito triste e comovia-me de tal forma com essa imagem que por vezes chorava na cama até ensopar a almofada, sem me aperceber que, na vida real, era o único que o fazia por mim, que se comovia por mim - situação que aliás se mantém, num loop de narcisismo que vou tentando controlar e fazer render com a aspiração de escritor.

A minha cadela irrompia pelo quarto adentro e focinhava-me com o nariz húmido e snifs snifs, arrancava-me da letargia e lambia-me a cara e a boca. Depois subia para cima da cama. Gostava de sentir o peso dela, quente, em cima dos lençóis, aos meus pés e o som do seu ressonar pacífico, entre-cortado por suspiros, adormecia-me em paz, eu era apenas um puto com um sabor e um cheiro que lhe era agradável e que por vezes lhe passava enchidos e cartilagens de porco do cozido à portuguesa por debaixo da mesa sem o Dono Grande ver.

Uma boa música, durmam bem (bom dia para a maior parte de vocês)

terça-feira, 8 de março de 2011

miúdas que fazem o Tolan ficar @_@ #1 Jean Seberg




o verdadeiro artista escapa incólume às massas

John Galliano


O caso John Galliano é paradigmático do Big Brother que veio dos social media e da profusão de telemóveis com câmera de filmar. Para mim, isto resumia-se a achar o John Galliano um palhaço, como o Mel Gibson ou o Michael Richards (Kramer). Os famosos têm tendência a ter sobre si as objectivas todas e aquilo que connosco seria resolvido em privado (exemplo: seríamos julgados por ofensas verbais etc.) no caso deles, transformam-se em manifestos públicos, mesmo num país que acabou de publicar uma sondagem em que Marine Le Pen surge à frente. Até o pobre David Hasselhoff, com uma bebedeira descomunal, rastejando pelo chão da casa, filmado em privado pela filha e colocado no youtube, tem de pedir desculpas públicas ao mundo e é considerado um mau exemplo etc.

Percebo que Galliano seja despedido, o posto dele precisa de uma imagem pública decente, é bom para o negócio.  E percebo que seja julgado por ofensas racistas. Tudo dentro da lei. O que mexe comigo é a hipocrisia do linchamento global. Ele é um estilista, faz trapinhos excêntricos, enfrasca-se e tem maus vinhos e ideias políticas tão superficiais como o corte de cabelo. Mas quando algo é tão evidente assim (e associado a alcoolismo) eu não me comovo particularmente. Natalie Portman era representante de um perfume da Dior, isto diz bem do 'pouco impacto' que o antisemitismo de Galliano tinha na própria casa.

Há poucos meios mais fascistas que alguns mundos da moda, particularmente o da alta costura excêntrica e niilista. Exige uma cultura de superficialidade absoluta que se leva a sério. Desde o uso de modelos menores e anoréticas que estabelecem padrões pouco naturais para a beleza, passando pela fronteira difusa com a prostituição e pornografia e pela promiscuidade como ferramenta de ascensão (exemplo Renato Seabra), acabando no culto do luxo inacessível, volátil e descartável a cada estação, tudo polvilhado de cocaína, é um mundo feito de selecção e eugenia, de elitismo supremo. Deixa para trás uma lixeira de corpos que deixam de servir a máquina assim que surge o primeiro sinal de idade. Não é uma eugenia ou racismo mais 'real' o impor de um padrão inacessível e exclusivo para o próprio corpo humano, algo que segrega e descarta pessoas porque são fisicamente inadequadas? Mas nós gostamos e compramos. A moda em si não me causa repulsa, o lado artístico, experimental e estético. Até o acho fascinante, no mesmo sentido em que acho fascinante a tecnologia e estratégia militar. Percebo que para criar aquilo seja necessário um monstro que não é bonito. Por cada Galliano deve haver uma dúzia de monstros de um tipo ou outro, no mundo da moda. Não sejamos hipócritas, só isso.

elementar

(...)Ora, como se sabe, as massas em geral, e o povo em particular, é pouco mais do que analfabeto. E entregar o poder decisório nas mãos deste mesmo povo, facilmente influenciável por ondas mediáticas de efémera duração, destituído de conhecimentos específicos sobre a matérias, e por vezes sem um pensamento lógico-racional sedimentado, é conferir logo à partida ao concurso, seja ele de culinária, seja ele de música, um final no mínimo desprimoroso.
As escolhas, no que toca a assuntos artísticos ou criativos, têm de ser feitas, se a coisa é para ser levada minimamente a sério, por gente que perceba daquilo. No fundo, as escolhas às elites. E isto faz ainda mais sentido quando as escolhas dizem directamente respeito à representatividade artística do país num contexto internacional, onde o achincalhamento e o vexame facilmente podem surgir. (...)

Mas vem isto a propósito da celeuma que está a provocar a votação pública que elegeu a canção “A luta é alegria”, com letra de Jel e música de Vasco Duarte, como vencedora, no passado sábado, do Festival RTP da Canção (e que vai ao Festival da Eurovisão 2011, em Dusseldorf, na Alemanha, em Maio, representar Portugal). É tudo tão ridículo que alguém já se encarregou de criar petições online e grupos no Facebook a pedir a suspensão e o afastamento da música vencedora. Só por causa disto, o Jel até terá todo o meu apoio (apesar de não apreciar o género politicamente incorrecto pelo politicamente incorrecto que o artista explora). Pelo menos, e ao contrário de que se viu em outros anos, este parece ter noção da figura triste que irá fazer. E a isso, parecendo que não, tem de se reconhecer algum valor.
Ega, no Metafísica do Esquecimento.

segunda-feira, 7 de março de 2011

onomatopeias

A BD não é um fenómeno português. Os nossos críticos literários não percebem um splosh de BD. É possível que críticos literários portugueses nem saibam quem foi Alan Moore e da BD europeia só terão umas luzes (a belga é a melhor, já agora). Até as séries de comics do "Tio Patinhas" eram traduções brasileiras. Mas ao menos tínhamos isso. Diria que boa parte do atraso dos portugueses e do desemprego e do deficit, prende-se com a falta de BD. Isso está a mudar, mas vem tarde. Um reflexo disto é o problema das onomatopeias. As onomatopeias devem ser uma linguagem universal e se atentarmos nos comics anglo-saxónicos ou francófonas, elas são praticamente iguais!

As nossas onomatopeias são só nossas e são miseráveis e ainda por cima limitadas a um alfabeto que não inclui letras fundamentais como W, K ou Y. Pensem em como usamos o 'wow' na linguagem informal. Um wow não é muito mais certeiro que um 'hein' ou 'uau' ou seja lá que raio for que se diz em vez de dizer 'wow'?

Um cão, para um português, faz ão ão, quando não béu béu. Que merda é esta comparada com um lógico woof? Os meus cães nunca fizeram ão ão ou béu béu, sempre ouvi woof. O som 'arf' não existe, apesar de termos o 'arfar'. E qual o equivalente para o shlep shlep do cão a lamber-nos a manteiga da torrada quando estamos distraídos?
E o miau para um gato? Os gatos fazem meaow. Miau é demasiado fechado e curto. A ideia é poder esticar e encolher o meaow com a vogal certa. Gato tímido faz 'meeeaow'. Gato impaciente faz 'meaaaaaaaow'. Gato com o cio faz MEAAAaaAOOOOOOOOOOOOOOOOOoow.

E alguém neste país, a não ser o Cláudio Ramos, grita "ai" quando dá uma martelada no dedo? O clássico 'foda-se' é bem mais realista. É muito melhor o clássico 'eeeyouch' utilizado pelo Jim Davies no Garfield por exemplo. E temos ainda o 'aarrgh', é o som que eu faço quando ligo a TV e o Cavaco Silva aparece de repente. Existe o aaarrgh em Português? Pode-se escrever? Juro que não sei as regras disso.

O som de uma explosão é 'boom' e não 'bum', porra. Que explosão faz 'bum'? Bum é curto e fechado. Boom tem prolongamento e o duplo 'o' dá-lhe a ressonância aérea própria e visualiza-se a bola de fogo a erguer-se na estação de gasolina. Como o moo da vaca, em vez do mu. Moo é mais redondo e prolongado e fofinho. Mu é uma vaca que quer pregar um susto a outra vaca.

Vaca 1: 'Mu!'

Vaca 2: 'Ai!'

Uma ambulância portuguesa faz tinóni.
Por amor de Deus....Tinóni. Acham que os carros se desviam com tinónis? Acham que vão lá com tinónis? Em BD podemos escrever weeeoooeee ou eeeoooeeeooo. O que quero dizer, no fundo, é que as onomatopeias devem ser livres. Splash, crack, kabuum, boing, clank, woosh, swiissh, grrrr... no rules!

posso ser enviesado e o meu número de sócio pode ser metade do número dele mas...

...é sempre de saudar o surgimento de um belíssimo e puro blogue de bola. Benfiquista claro.

se quiserem apanhar miúdas do género assim com pinta alternativa

Passo 1: escolher uma música e video daqueles que as miúdas com pinta gostam, como este por exemplo:


Passo 2: montar a amardilha, com recurso a um cestinho e um pau atado a um cordel. Sítios bons para colocar a armadilha são a fnac do chiado, a lx factory, o jamaica, a universidade nova (a da av. de berna) ou a de belas artes e esse tipo de sítios que elas gostam.

Passo 3: colocar o video a tocar num MacBook e colocar o MacBook debaixo do cestinho. Escondam-se, segurando no cordel.

Passo 4: é só esperar!

entre o céu e o inferno

é carregar-se no play e, na leitura do texto, imaginar a voz do narrador como sendo grave e profunda


Querida,
Eu sei que tu eu e eu não fomos felizes a maior parte do tempo mas tivemos os nossos momentos, como daquela vez em que eu encontrei uma nota de cinco euros boa, ou quando, ao contemplares em silêncio as estrelas, eu te explicava o que era cada constelação e os nomes das respectivas estrelas, distância em anos luz, idade, objectos do catálogo Messier que podiam ser vistos no seu enquadramento com a ajuda de um telescopio dobsoniano de 10" pelo menos e tu mandavas-me calar, que só querias ver o céu e os seus mistérios e eu pensava que estavas a brincar e continuava a explicar-te que as diferenças de cor das estrelas se devem à temperatura mas também ao efeito de doppler. Mas sempre foste assim, ignorante, como um cão que lambe uma tomada eléctrica e apanha um choque e fica com o pêlo todo em pé e a fumegar ou as pessoas que votam na eurovisão. Quando te conheci, os teus olhos tristes contemplavam o infinito à procura de algo, sonhadores, hesitantes, mas depois de começares a usar as lentes de contacto certas, também isso desapareceu. O nosso mundo ruiu como um castelo de areia à beira mar, construído por uma criança com um pai estúpido que não percebeu que a distância ideal tem de ser relativa à preia-mar e qualquer tabela de marés tem a informação disponível e até há relógios com as marés. É assim o mundo, feito de castelos de areia à beira mar, condenados a desaparecer à passagem das ondas do tempo porque foram construídos por crianças com pais que não supervisionam os locais de construção dos seus castelos. Tu hoje, em momentos de meditação solene pensas 'que atrasada mental que fui, fónix, lol XD *facepalm*' e tens razão e nunca deixarás de ser atrasada mental porque não há cura para isso, não acredites nas cenas da IURD. Eu às vezes à noite monto o tabuleiro do jogo do Monopólio e depois coloco os meus peluches a jogar comigo e jogam melhor do que tu jogavas. A zebra ganha sempre e é dona das melhores avenidas de Lisboa.

Cavaco Silva

Sempre me intriguei sobre esta questão sobre a qual me vou de seguida debruçar. Sei que as mulheres fazem chichi juntas e não se importam. Também já ouvi falar de casais em que se partilha a casa de banho com à vontade, como ela fazer chichi e ele estar a gargarejar com o elixir e conversarem sobre as compras que têm de fazer no Pingo Doce.

É uma realidade a que tento escapar sempre, uma vez que sou extraordináriamente púdico nessas coisas e a favor de casas de banho separadas (se possível, andares separados ou mesmo casas separadas).

O problema é que o destino acaba por me colocar em situações como balneários públicos, daqueles com cabines de chuveiro, com portas mínimas para outros poderem ver os nossos pés e a cabeça. Nesses chuveiros o português parece que gosta de escarrar de 2 em 2 minutos, soltar grunhidos de satisfação como um porquinho peludo a chafurdar na lama, entusiasmado pelo excelente reverb natural do balneário e assoar-se nas mãos com vigor. A ensaboar-se, só se ouvem schlock schlocks de partes íntimas a serem vigorosamente esfregadas e manuseadas.

E nas casas de banho públicas não é diferente. Quando eu era puto tinha bexiga tímida e era complicado fazer chichi nos urinóis assim ao lado de desconhecidos. O problema é que quando eles sacam da cena para fora fazem "Hrrrm", cospem, metem-se em bicos de pés, tossem outra vez, pigarreiam, cospem, e depois sacodem-na de maneira a toda gente num raio de 10 metros, incluindo pessoas de costas, perceberem que a estão a sacudir.

domingo, 6 de março de 2011

vocês sabem do que estou a falar


(assim despacho tudo num post e só com imagens)















(não sei o que está ali o Cláudio Ramos a fazer)