Pode-me estar a escapar qualquer coisa, mas não consigo entender a lógica subjacente às feministas de maminhas à mostra que se atiram a Berlusconi um pouco por todo o mundo. Consigo pensar numa ou noutra forma de protesto que fosse efectivamente incómoda para Berlusconi, já nem digo indiferente, mas jovens zangadas a mostrar o corpo é um pouco o mesmo que o movimento Occupy atirar lingotes de ouro aos judeus de Wallstreet. Numa perspectiva mais ampla, nestes protestos feministas, seja pelos direitos dos animais ou contra cimeiras do G8, a única mensagem que grande parte dos homens recebe é "maminhas à mostra eheheh :)", mesmo que haja um corpo de texto debaixo da foto. Os homens resumem a sua atenção à fotografia da notícia e a reflexão a comparar maminhas e caras, no intuito de escolher as melhores. Podem dizer-me que despirem-se é uma forma de ganhar impacto mediático para propagar as mensagens relevantes, mas o que é isso se não a aceitação e reforço dos estereótipos da mulher objecto, especialmente no caso de manifestantes que parecem saídas de um casting de modelos? Enquanto precisarem das maminhas para serem ouvidas, estamos longe da essência de um feminismo que consagre a mulher.
5 comentários:
Agora falaste bem Tolan.
Dá cá mais cinco!
R.
Pelo contrário, até imagino que o homem fique contente.
R.
Maminhas à mostra. Como se elas não o soubessem.
Toda a exigência feminina só vai até onde lhes convém.
A essência do feminismo termina onde o interesse prevalece. Nenhuma é burra!
Spot on!
Eu posso ficar já com a quarta a contar da esquerda. Se bem que os seios da quinta também exercem um certo poder atractivo( ai o animal, sofisticado, que há em nós).
E obrigado pelo serviço público.
A pintura e a escultura perderam-se quando se deixaram disto(olhó de novo a emergir).
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