Nos momentos mais difíceis da vida de um artista, especialmente de um escritor do género "escritor maldito" como é o meu caso, a solidão é extrema perante a obra e o destino afigura-se como uma barreira intransponível. Apenas um torpor alcoólico ou mesmo o suicídio poderá aliviar o sofrimento do género de artista a que eu pertenço. Seria muito pior se fosse poeta maldito. Esses, para além destas coisas todas, ainda acumulam uma orientação sexual ambígua. Encosto a testa ao vidro da janela e, de olhos fixos no horizonte recortado de telhados e antenas sobre um céu negro de tempestade, sigo um avião a descolar até este ser engolido pelas espessas nuvens entre relâmpagos divinos que poderiam ditar o seu fim. Ou o meu. Cemitério de aeroplanos. Que relâmpagos são aqueles que fazem o teu nome em babilónia...
Mesmo nos momentos mais negros e opressivos, onde vou buscar a inspiração necessária para me consumir em prol da arte, corro o risco de receber outro e-mail da minha mãe a perguntar se eu vi o video do Mishka, the talking dog, a dizer i love you e que eu, como tudo o que ela me envia, já tinha visto há pelo menos quatro ou cinco anos. Faço uma pausa com um reconfortante chá de jasmim que a Plaft me traz. Bebo o chá, enquanto me enrosco no roupão do
bugs bunny e clico no link. I looove you diz o cão Mishka, do fundo do seu silêncio canino, a sua barreira de solidão intransponível. Ninguém, de facto me compreende, a não ser outros grandes artistas.
Nos momentos mais duros, em que preciso de uma reserva de força e de fé, é à sua sabedoria que recorro, a sua sabedoria expressa na arte, na poesia, na música... a sua solidão partilhada comigo, como um confidente. Para além de Bukowski, Dostoiévski, Luíz Pacheco, Fernando Pessoa, Nietzsche, Kafka, Schopenhauer ou Beckett, um dos artistas que reservo para os momentos mais críticos, os momentos em que é necessário carregar sobre as eólicas da dúvida e incerteza, a cavalo do Rocinante da inspiração divina, é a sábia Willow Smith.
Deixo aqui esse hino e o poema, na esperança que possa salvar vidas de outros escritores malditos. Tenham fé.
Hop up out the bed, turn my swag on
Pay no attention to them haters
Because we whip 'em off
And we ain’t doin' nothin' wrong
So don’t tell me nothin'
I’m just trying to have fun
So keep the party jumping
So what's up? (yeah)
And now they don't know what to do
We turn our back and whip our hair and just
Shake em off, shake em off
Shake em off, shake em off
Don’t let haters get me off my grind
Keep my head up, I know I’ll be fine
Keep fighting until I get there
When I’m down and I feel like giving up
I whip my hair back and forth
I whip my hair back and forth (just whip it)
17 comentários:
Não sei se já conheces isto: surisburnbook.tumblr.com
Happiness is just a hairflip away!
http://m.youtube.com/#/watch?v=wHAIVXIjRmw&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3DwHAIVXIjRmw&gl=PT
Plaft, esse link está quebrado porque veio do telemóvel :) é este aqui.
https://www.youtube.com/watch?v=wHAIVXIjRmw
Ooopsy. *hairflip*
não conhecia, Rita.
Holocausto nuclear. *hairflip*
os teus leitores nunca se queixaram, caralho, que este site do blog é tão esquisito que demora minutos e minutos e minutos a lá se cgar, sempre com merdas em baixo; "a aguardar não sei. a aguardar não sei quantos", o que me leva a pensar que isto expele vírus por todos os lados, o meu computador já está todo fodido, muda para o blogspot ou para o sapo. Agradecia
Beckett.
R.
cá está um a queixar-se *hairflip*
isso de parecer que está sempre a carregar deve ser do gif animado do pikachu. *hairflip*
e isto é blogspot *whip my hair back and forth*
R. desde o acordo ortográfico que os nomes dos autores mudaram todos. Mas muito bem, acrescentei o 't'.
Wiliam Faulkner. George Orwel. Herman Melvile. Wiliam Goldwing. Isac Asimov. Bil Bryson. Charles Dikens. Flanery Oconor. Thomas Man. Mario Vargas Losa.
Creio que o acordo é omisso em relação a nomes...
R.
não é nada.
Obrigada por me pores esta musica na cabeca. Vou andar a trautear isto o dia inteiro. Maldito sejas Tolas!
e esses nomes ficam muito melhores assim. Aliás, Thomas man tem um 'h' a mais. Tomas Man.
Como diria então, Bukowski : "Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”
e o bukow (no final da vida) tambem dirigia um carro alemão. estes malditos andam todos ao mesmo.
Eu já aprendi que não posso forçar a imaginação... acabo por fechar o blogue e não escrever nada. Os bons temas surgem nas trivialidades do dia-a-dia.
Um lema: nunca deixarmos de ser quem gostamos de ser, e se a escrita é uma dessas paixões então força!
Whip your hair and head xxxx
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