quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

making of

Tenho as ideias de repente, a meio do nada e anoto-as no telemóvel e envio por e-mail para mim. Depois, dias depois, às vezes semanas depois, leio muito por alto os e-mails que enviei a mim próprio como se fossem spam do Além.

 (...)A casa dela é comprada a meias com ele e tem toneladas de livros de espionagem, fantasia, infantis, etc. Dom Quixote! A tortura a que foi submetido pode credibilizar loucura. Ele viaja, ela espera. Odisseia, Homero! Incluir o Pardal Punk na cena da esplanada e depois na conversa com o Esquilo Generoso (...)

 Depois tento recuperar o entusiasmo que, nitidamente, me terá levado a achar que aquelas ideias eram merecedoras de serem apontadas. A maior parte entretanto evoluiu ou foi para o lixo. Contudo, é em tornar plausível aquilo que é aparentemente aleatório ou contra-intuitivo que reside uma eventual originalidade, sabiam? Pensem no cabelo do Abel Xavier. Também podem ver pela nota que fico entusiasmado quando uma coisa se parece moderadamente com algo clássico. É claro que já tudo foi dito sobre os temas essenciais. É o mesmo truque do horóscopo dos jornais. É como estar a pintar experiências com perspectivas e ficar muito satisfeito porque aquilo pode parecer uma evolução de Picasso (com alguma boa vontade) e, depois de entornar tintas sem querer para cima do desenho com o cotovelo ao abrir mais uma Sagres,  ver algo de Pollock naquilo. Tudo isto é benéfico, mantém a pessoa a mexer, um bocado como o Sporting que entra sempre no campeonato para ganhar.

3 comentários:

Desbocado disse...

Concordo

DESBOCADO!

curtos instantes disse...

As ideias aparecem de repente, num curto instante, mas ainda bem que aparecem e ainda bem que as partilhas!

curtosinstantes.blogspot.com

euexisto disse...

tu és awesome! claro que já o sabias, era só para reforçar.