Tenho as ideias de repente, a meio do nada e anoto-as no telemóvel e envio por e-mail para mim. Depois, dias depois, às vezes semanas depois, leio muito por alto os e-mails que enviei a mim próprio como se fossem spam do Além.
(...)A casa dela é comprada a meias com ele e tem toneladas de livros de espionagem, fantasia, infantis, etc. Dom Quixote! A tortura a que foi submetido pode credibilizar loucura. Ele viaja, ela espera. Odisseia, Homero! Incluir o Pardal Punk na cena da esplanada e depois na conversa com o Esquilo Generoso (...)
Depois tento recuperar o entusiasmo que, nitidamente, me terá levado a achar que aquelas ideias eram merecedoras de serem apontadas. A maior parte entretanto evoluiu ou foi para o lixo.
Contudo, é em tornar plausível aquilo que é aparentemente aleatório ou contra-intuitivo que reside uma eventual originalidade, sabiam? Pensem no cabelo do Abel Xavier. Também podem ver pela nota que fico entusiasmado quando uma coisa se parece moderadamente com algo clássico. É claro que já tudo foi dito sobre os temas essenciais. É o mesmo truque do horóscopo dos jornais. É como estar a pintar experiências com perspectivas e ficar muito
satisfeito porque aquilo pode parecer uma evolução de Picasso (com alguma
boa vontade) e, depois de entornar tintas sem querer para cima do
desenho com o cotovelo ao abrir mais uma Sagres, ver algo de
Pollock naquilo. Tudo isto é benéfico, mantém a pessoa a mexer, um bocado como o Sporting que entra sempre no campeonato para ganhar.
3 comentários:
Concordo
DESBOCADO!
As ideias aparecem de repente, num curto instante, mas ainda bem que aparecem e ainda bem que as partilhas!
curtosinstantes.blogspot.com
tu és awesome! claro que já o sabias, era só para reforçar.
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