quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"as mulheres não têm opiniões, têm sentimentos e impressões"

Descobri que a forma de uma pessoa se safar com qualquer afirmação é colocá-la entre aspas. Dá a sensação que foi outra pessoa que disse aquilo, já repararam? Os jornalistas utilizam muito este truque e ainda o combinam com outro, o clássico da  fonte próxima.  Há sempre uma fonte próxima do Governo, do líder da oposição, de um gajo importante, quando na verdade a fonte próxima é mais uma espécie de amigo imaginário do jornalista. Se eu fosse jornalista divertia-me muito.

Fonte próxima do executivo de Passos Coelho considerou as palavras de Paulo Portas "uma grande filha da putice"

ou

Fonte próxima de Miguel Relvas assegura que este "padece de iliteracia grave" e acrescenta que "é a secretária que tem de lhe ler e redigir toda a documentação"

Mas depois há contradições, como a do alegado. O alegado é uma espécie de cepticismo militante do jornalismo. O jornalista não acredita em nada assim de mão beijada, a não ser nas fontes próximas entre aspas. Um homem foi encontrado morto, crivado de balas, trata-se de um alegado homicídio (pode ser apenas alguém muito desastrado).

Para além deste truque, há outro que é chegar a uma constatação e querer escrevê-la no blogue, ver que ela é eventualmente polémica e pode suscitar reacções adversas, não ter como explicá-la sem se enterrar ainda mais e então disfarçar com um texto sobre merdas que não têm nada a ver.

8 comentários:

RCA disse...

Mas a plaft não lê os títulos dos posts?

MDRoque disse...

"Ahahahahahahahah...", allegedly ...

Tolan disse...

shhiuuu!! :|

São João disse...

E também há a versão Prof. Marcelo:

- Eu conheço este ministro há muitos anos e parece me ser uma pessoa competente para a tarefas mas perante os factos que vieram a público os portugueses podem pensar: mas que diabo, este gajo é um cabrão filho da puta dum aldrabão de primeira. E é legítimo que as pessoas pensem assim.

Rabodesaia disse...

Caro Tolan, descobri no meu arquivo um texto sobre " o alegadamente". Tem 4 anos e no entanto está tão actual. Dê uma olhada: http://mariarabodesaia.blogspot.co.uk/2008/02/alegadamente.html

Rabodesaia disse...

Um excerto do post: Alegadamente deve ser a palavra da moda que se ensina nas faculdades de jornalismo e de comunicação social... o "alegadamente" está na boca deles, assim como nos broncos do “ opina tudo” está a palavra “ relativo”.

Plaft, Sílvia disse...

Quer me cá parecer que hoje alguém vai ver o Benfica ali à frangaria... Mas é só uma impressão, não sei explicar. Sinto-o.

Tolan disse...

Não fui eu que disse aquilo, está entre aspas, ó :(