terça-feira, 7 de agosto de 2012

é pena é a foto não apanhar o cheiro a vinagre

A minha mesa (vintage, anos 50, adquirida na Casa Almada) tansformada em laboratório de tratamento de fósseis. Aquela era a minha escova de dentes. A minha vodka, não sei o que está ali a fazer. "Tudo em nome da ciência", assegurou-me a Plaft. Então está bem.


8 comentários:

Pipoco Mais Salgado disse...

Tolan, meu caro, uma imagem destas pode destruir em segundos uma imagem que tanto custou a construir junto do público do género feminino, Classes B e C. Gostaria de deixar alguns reparos à consideração do meu caro, começando pelo perfil em alumínio da janela, que é coisa que não pode acontecer, de todo. O vinagre Cristal deveria ser substituído por um bom balsâmico de Modena e o vodka deveria ser Stolichnaya, isto para além de o Camel dever ser substituído por Cohiba Lanceros e aquilo de plástico por vidro temperado. A disposição dos fósseis está bem.
(e o padrão de um pano de cozinha diz muito sobre a vida de um homem, veja lá isso...)

Plaft, Sílvia disse...

É verdade. Assumo o Camel, que é meu, e a disposição dos fósseis, que me levou anos de estudos artísticos e de leitura da casamueble. Tudo o resto é, evidentemente, Tolan.

Tolan disse...

os tupperwares são dela! pelo menos os das pontas. O do meio acho que é meu. O pano de cozinha tem um valor sentimental. Os meus pais enxugavam-me com ele depois do banho na água da loiça (antes de lavarem a loiça, obviamente).

ó Pipoco, e não comentas a caixa de teclas de computador? Não me digas que não é um objecto de extremo bom gosto.

Pipoco Mais Salgado disse...

Meu caro Tolan, a caixa de teclado de computador projecta uma imagem urbano-reciclador que certamente colherá os respeitos do seu público, imagino-as com aqueles sacos feitos com embalagens de quilo de café Delta e é bastante coerente. Imagino que a Plaft detestará a caixa, afinal elaé um espírito livre e parece-me que escolheria uma caixa de bambu argelino, uma coisa étnica, manufacturada pelo ancião-mor de uma tribo respeitada, com raizes na Suazilândia. Parece-me mesmo que a caixa é uma provocação às convicções mais profundas da Plaft e foi por respeito à Plaft que não mencionei a caixa, tentei não levantar ondas que acabassem por prejudicar o meu caro.

(quanto ao pano, habituei-me a ver lá por casa toalhas com o monograma bordado da família, mas talvez o meu caro seja da família Oliveira e, num assomo de criatividade, tenham substituído o monograma por uma coisa mais pictórica)

Plaft, Sílvia disse...

A caixa... é minha... -_-

Pipoco Mais Salgado disse...

Plaft, vamos a organizar essas ideias, a caixa é do Tolan. A caixa está em cima da mesa que o Tolan diz ter adquirido com o suor do seu rosto, creio que o Tolan não permitiria que uma mesa deste quilate estivesse noutro local que não em propriedade sua (dele, Tolan). Neste contexto, imagine que alguém entra com uma garrafa de vinho em casa do Tolan, vamos supor um Pêra Manca, que é um clássico para essas modalidades de jantar "cada um leva qualquer coisa". A partir do momento que a garrafa transpõe o limite de propriedade, passa a ser pertença do Tolan. Aplica-se o mesmo à caixa que, erradamente, a Plaft pensa ser sua.

(naturalmente, e para que não me acusem de machismo, este princípio básico só se aplica a objectos, ou seja, não se aplica aos amigos do Tolan)

Tolan disse...

Fui eu que dei a caixa à Plaft, para ela guardar as coisas étnicas manufacturadas por anciões-mor de tribos respeitadas, com raizes na Suazilândia (como é que sabias!?)

E a casa é nossa, vivemos juntos. Reflectimos muito sobre isso antes dela se mudar para cá, ponderámos muito porque somos muito ponderados. Pensámos nos prós e nos contras, discutimos, demos um tempo, sem pressas... e ao fim de duas semanas de namoro, tomámos a decisão, com calma.

Pipoco Mais Salgado disse...

Defender a sua dama fica-lhe bem, meu caro. Embora eu saiba que o meu caro sabe que eu sei que a casa, a mesa e a caixa são suas.

Não é que seja relevante, mas aprecio jovens casais assim, ponderados, que perspectivam o futuro sem querer tudo já, com tranquilidade. Embora me pareça que duas semanas talvez seja demasiado tempo para decidir uma vida em conjunto, noto uma orientação tântrica na coisa, meu caro.

(eu sei coisas, Tolan. Eu sei coisas, tenho estudos...)