sábado, 7 de julho de 2012
vamos continuar a tentar...
Decidi escrever aqui todos os dias, mesmo que não me apeteça nada. Talvez me comece a apetecer a pouco e pouco. Pode também ser interessante, para todos nós, ver o que a minha cabeça produz num estado de total ausência de inspiração. Tanto pode ser uma espécie de ruído branco indistinto como um quadro abstracto, aquelas salganhadas de salpicos do Pollock. Às vezes leio blogues de outras pessoas e fico deprimido. A culpa nem sempre é das pessoas. Estamos condenados a ficar presos num ciclo eterno, desinteressante e estéril. Como as notícias do trânsito que oiço no rádio todos os dias de manhã, informações que o locutor diz com um entusiasmo que não parece fingido, especialmente quando há um acidente num ponto específico da rede rodoviária portuguesa a quebrar a monotonia da enumeração dos engarrafamentos de Lisboa e Porto. Ontem fui beber copos para a zona do Cais do Sodré, não ia lá há anos, aquilo está muito diferente e também me deprimiu. Os bordéis que eram tão interessantes transformaram-se em bares da moda. Os chulos e traficantes à coca nas esquinas e as putas rascas foram substituídas por jovens bonitos. A rua cheia de gente, intrusa, turística, uma espécie de pastiche Las Vegas de uma zona marginal que, nos meus tempos de explorador do submundo, era a zona proibida. Tinha-se medo, porra. Medo. Era emocionante. Acho que preciso de dormir, o problema é esse.
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5 comentários:
Devias ler mais.
à coca? Não será "da"?? Anyway, eles lá continuam. Só estão com melhor aspeto.
ainda me lembro da primeira (e unica) vez que fui ao texas; levado pela mao do meu amigo f. que controlava a coisa (so mesmo assim e' que nos atreviamos a la' ir)
"cabritinho"....
podes querer: tinha-se medo
Sim, perdeu toda a mistica do submundo e do bafon...
eu percebo-te. nessas situações canto entre dentes The beautiful people do MManson
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