Máximo Gorki
Com isto dos russos do século XIX é cada cavadela, uma minhoca. Para se ter noção da minha dedicação intelectual ao conhecimento da literatura, encaro a leitura de obras fundamentais como encarava as minhas cadernetas de cromos da bola em criança. Há excelentes jogadores em todas as selecções, mas só muito raramente acontece uma Alemanha de 74, uma Argentina de 86 ou uma França de 98.
E às fantasio com um jogo clássico, Russos do Século XIX vs Americanos do Século XX...
Rússia:
1-Puchkin
2- Tolstói
3- Dostoiévski
4- Leermontóv
5- Tourgueniev
6- Bakunin
7- Goncharov
8- Zukhovski
9- Gorki
10- Tcheckov
11- Gogol
USA:
1- TS Eliot
2- Hemingway
3- Steinbeck
4- Nabokov (naturalizado)
5- Dos Passos
6- Faulkner
7- Capote
8- Miller
9- Bukowski
10- Fante
11- Salinger
Parece-me que os russos venceriam o duelo, embora seja injusto comparar selecções de tempos tão diferentes.
24 comentários:
Oficialmente não tenho tempo para andar a comentar em blogs alheios. Não oficialmente, comento, e torço pelos americanos. Os russos devem tropeçar na bola como eu lhes tropeço nos patronímicos. :P
Claro que os russos ganhavam. Era uma limpeza. Se fosse caso de tropeçar, convinha lesionar o Nabokov no processo, tornando a coisa ainda mais fácil.
Demasiado romântia a equipa dos russos.
Gosto mais do jogo directo dos yankees. :|
Por amor de deus, o Lérmontov é claramente um avançado.
Meu caro Tolan, deixar Nabokov no banco e colocar Gogol a titular, é como colocar Emerson a jogar de início e deixar Luisão no banco.
Para que fiquem claras as nossas diferenças, apesar da elevação intelectual que indiscutivelmente o mundo em particular e a blogosfera em geral nos reconhece, partilho aqui também as brincadeiras com que me ia entretendo pela idade dos 8 anos:
Irlanda:
Samuel Beckett
James Joyce
Yeats
Thomas Moore
Jonathan Swift
Oscar Wilde
George Bernard Shaw
Marian Keyes
Laurence Sterne
Edna O'Brien
vs França
Jules Verne
Baudelaire
Albert Camus
Simone de Beauvoir
Marcel Proust
Stendhal
Marguerite Duras
André Malraux
Victor Hugo
Voltaire
(Curiosa, a sua sugestão de Nabokov poder jogar nas duas equipas)
Eu ainda tentei pensar na equipa nesses termos. O Tchekhov era claramente uma espécie de Witsel e devia jogar atrás do 10 e não como 10, mas enfim... Sem dúvida que o Leermontov era um herói daquele tempo.
Pipoco, eu não pus o Nabokov a jogar pelos russos, ele era do século XX e o Lolita foi um romance escrito em inglês. Naturalizou-se, portanto. E não entendo essa selecção francesa, isso é um all star, tem de ser pelo menos do mesmo século :D
Que injustiça deixarem de fora o Groucho Marx
(como de costume, não li as regras...)
(caramba, Tolan, aquilo do Nabokov jogar pelas duas equipas era uma brilhante e subliminar referência às preferências sexuais alternativas do Mestre...)
Reportando-me a factos, retiraria o Nabokov (admitamos, é uma espécie de Liedson nesta equipa, o que lhe retira coesão e jogo no miolo) e colocaria Allan Poe.
Reino Unido - século XIX (com uma ligeira batota)
Lewis Carrol
Emily Bronte
Dickens
Lord Bryon
Keats
Woolf
Jane Austen
Chesterton
Oscar Wilde
Joyce
Beckett
O McCarthy é uma alternativa ali ao Nabokov.
E o Tolstoi a lateral direito? Desperdício de talento.
Quem ganhar vai à final com os filósofos gregos:
http://youtu.be/ur5fGSBsfq8
Como líder de um conhecido movimento anti-futebol, proponho (completamente a despropoósito) José Luís Peixoto para qualquer uma das equipas. Julgo que assim dava um novo fôlego aos meus propósitos...
Um jogo muito táctico. Falta um Herzen, um Leskov, um Blok... não é equipa para ganhar aos americanos do século XX, nem aos poetas da catalunha do século XXI, embora lá jogue um argentino.
(mesmo nascido na América, faz-me uma certa alergia ver o T.S.Eliot como Americano)
Quanto às seleções, voto nos russos. E na França do Pipoco (ainda que tenha feito batota).
Por favor, até os russos da primeira metade do século XX davam uma abada a essa equipa americana:
1 - Pasternak
2 - Zamyatin
3 - Bunin
4 - Blok
5 - Mandelstam
6 - Gorki
7 - Daniil Harms
8 - Akhmatova
9 - Andrei Bely
10 - Bulgakov
11 - Grossman
Repara na fantasia do meio-campo combinada com um bom trinco, na criatividade fulminante do nº 10 e na eficácia e pontaria do 9... Isto era imbatível na época.
Nos suplentes o Maiakovski.
até se podia perdoar a exclusão do maccarthy, do roth, do vidal, do easton ellis, do foster wallace, do pynchon, titulares na lista de um treinador que se preze, mas pronto ponho-te ao nível do jesus, mas mesmo a esse nível deixar de fora a flannery o'connor é demais. Rua!
Luís
Eu adoro a Flannery, não foi por mal. Tenho aqui uns posts sobre ela. É só que é uma mulher... Apesar de não escrever como tal.
Acho que estás a fazer bluff com isso de esconder o tridente ofensivo (Tolstoi, Tchekov, Dostoievski)... :)
Claro que está.
A defesa dos americanos é por demais instável para sequer terem bases para darem luta.
Um irascível Hemingway iria para a rua na primeira meia hora, após qualquer provocação russa. Steinbeck e dos Passos muito contemplativos daqueles que ficam a ver jogar e do Nabokov neste jogo seria de esperar alguma incerteza.
Ainda por cima com um muito ausente e dado a lapsos de tempo Faulkner a jogar a trinco. Pedia-se aí uma voz de comando.
Se parte do elenco de americanos, franceses ou irlandeses se pudesse equiparar à cantera existencialista de São Petersburgo do século XIX, diria que as bancadas entrariam em delírio ao assistir às mais belas jogadas com que se cose a filigrana futebolística.
Na verdade, na verdade vos digo que, se a bola de catchum, caindo na terra, não despejar, fica ela só; mas se despejar, dá muitos golos.
1 - Zóssima
2 - Stiepan Trofímovitch
3 - Lev Míchkin
4 - Fiódor Karamázov
5 - Dmítri Karamázov
6 - Iliá Pietróvitch
7 - Piotr Verkhoviénski
8 - Ivan Karamazov
9 - Rodion Raskólnikov
10 - Aleksei Ivanovitch
11 - Aleksei Karamázov
Tal como no Subbuteo, que a imaginação seja maior que o entendimento.
ahah que bela caixa de comentários aqui vai. O Johnny Guitar disse o que eu vinha cá dizer. O meu jogo neste momento é o Proust e o Dostoievsky a jogarem xadrez, é um duelo que se arrasta
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