sexta-feira, 30 de março de 2012

verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade

Sim, sim, ainda estou a ler esta merda. Como seria de esperar, o John Gardner dedica um capítulo ao papel da Verdade na ficção. É um tema extremamente interessante, mas não tenho vontade de me alongar sobre ele de forma muito estruturada. Dá trabalho alongar-me sobre coisas dessa forma,  prefiro alongar-me como um gato que tive se alongava em cima do sofá e chegava a triplicar de comprimento só para garantir que não havia espaço para eu me sentar em frente à tv quando vinha da cozinha com as mãos ocupadas pelo tabuleiro da janta.

Este tema persegue-me. Este fim de semana o Miguel Esteves Cardoso disse no Expresso que usar facto reais e autobiográficos para escrever ficção é batota.  Diz que muitos escritores bons o fazem, mas não o deviam fazer, é batota, tem de ser tudo inventado. Isto é típico do perfil "anglófilo", até a própria provocação irónica em que o MEC é mestre.

Eu noto com algum espanto que, quando quero dizer a verdade, às vezes tomam-me as coisas alegremente como sendo ficção, como me sucedeu um dia na escola em que confessei uma asneira valente de livre iniciativa e o professor simplesmente não acreditou. E quando estou a mentir, como na ironia, por vezes tomam as coisas por verdade porque minto de forma muito mais descontraída e natural. Ainda por cima isto varia de individuo para individuo, se é de manhã ou de tarde, se estava com os copos quando o escrevi ou se estava sóbrio. Também não me quero alongar sobre isto.

De facto não me quero alongar sobre nada. Quero ser como um gato que tive que, quando fazia frio, chegava a ficar três vezes mais pequeno ao enrolar-se numa bola compacta. E triplicava de peso e era impossível de retirar do local incómodo que tinha escolhido para colapsar.

5 comentários:

Anónimo disse...

ó meu caralho, votei em ti, vê lá se agradeces penhorada e deferentemente.

Acho que nunca tinha vindo aqui, não me lembro, pelo que o cumprimento do dever foi feito com toda a ponderação cívica, como é bonito que seja.

Um dia também hei-de perceber o que é isso do BILT, que a posta onde explicas aqui tem muitas letras.

piss & love
Papa Nicolau

Tolan disse...

Papa!!! :D
obrigado penhorada e deferentecentemente! :')

silvia disse...

eh eh eh !!!
Tolan
Mais um voto, quando precisares avisa :)
estava em dívida para contigo lá na causa :) afinal não era ficção o Krugman é um tótó na realidade...
como não tenho blog pedi a bloggers para votarem em ti :)

Maat disse...

deste texto todo, quero só enfatizar esta frase 'o MEC é mestre'. assim sozinha e fora de contexto.

e afinal também tiveste gatos. pensei que eras uma dog person exclusivamente.

Tolan disse...

Sílvia, não era preciso blogue para votar, mas obrigado :)

tive o Jeremias, um gato bastante peculiar, mas durou menos de um ano, a nossa relação.