terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Poemas do Alce Perfumado - Poema #1 As bagas
As bagas
Vejo as bagas venenosas
No escuro profundo das florestas
Antídotos e injecções intra-venosas
Para quem coma uma destas
São bagas que matam rapidamente
Quem as comer assim sem critério
A lontra gulosa fez o gosto ao dente
E repousa no cemitério
São doces como um biscoito
Pois a lontra disse “isto é fantástico”
Depois de comer sete ou oito
Antes do choque anafilático
O caçador persegue-me de dia
Com os seus cães e a sua arma
De noite é a tua memó… mem…. Memoria *cof cof*
Que me persegue como um fantasma
A memória de primaveras silvestres
Em que ríamos por aí aos saltos
os dias não eram agrestes
os cascos em saltos-altos
E hoje em dia abano as hastes
Em desespero e fico tonto
Podias ficar mas não ficastes
Olha, agora azar, pronto.
Eras um belo e garboso veado
Um brutal choque apaixonal
Em São Franciso seria desposado
Ao som de Abba e The National
- Alce Perfumado, Floresta, 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
É uma hommage à lontra Eusébio?
Já The National fica bem em qualquer casório. Mesmo num casório gay em S. Francisco.
"...You get mistaken for strangers by your own friends
when you pass them at night under the silvery, silvery citibank lights
arm in arm in arm and eyes and eyes glazing under..."
Cadê o Tolan?
Já que a palavra de hoje é «alce», cito-te uma passagem que acabei de ler há minutos:
Num filme apareciam dois veados - machos - a lutar por uma fêmea. Enfaixaram as hastes um no outro e lutaram violentamente até que um deles caiu morto. O sobrevivente ficou moribundo. Durante toda a cena, a fêmea ficou parada, impávida, comendo erva como se nada se passasse com ela. Eu era uma criança - no segundo ano da escola secundária. Pensei na altura que, se Deus observa passivamente tal violência em animais inocentes então, não há esperança.
Isaac Bashevis Singer, Inimigos, Uma História de Amor
Oh, não... Também entraste na moda das adaptações modernaças dos contos de fada! O pior é que este teu Bambi fashionista-gay fica a matar com a nova Branca de Neve guerreira empedernida.
Ah poeta!
ih ih ^_^
Enviar um comentário