quarta-feira, 21 de setembro de 2011

o funeral

Um excelente exercício que aplico invariavelmente a toda gente que conheço é o de imaginar-lhes o funeral. O que é que pensaria daquela pessoa no seu funeral? Sentiria falta dela? Perdoar-lhe-ia os defeitos? De que coisas boas me ia lembrar? É engraçado mas quando faço este exercício, vejo que o grupo de pessoas "más" se reduz muito, sobra uma coisa destilada (sublimada?) e alguns defeitos até aparecem como idiossincrasias engraçadas. Na prática não conheço ninguém verdadeiramente mau, como aquelas que vejo na TV, como o Bin Laden ou o Batatinha. E às vezes há pessoas que a gente vê que teriam um funeral mesmo comovente à brava e temos vontade de abraçar aquelas pessoas e dizemos "gosto tanto de ti!". E então fica só um amor desapegado.

Claro que isto tem um o seu quê de mórbido porque para além de imaginar o funeral em abstracto também imagino em concreto e ao detalhe. Tento perceber que tipo de funeral é que a família lhe faria, se católico ou agnóstico, se enterradinho ou tostado, se com jazigo à novo rico ou discreto e, sobretudo, o que escreveriam no seu epitáfio! Isto chega a tal ponto que tenho um word só com epitáfios para as pessoas de quem gosto. E sei que se morrerem tenho de ter calma e não mandar logo um sms aos pais ou irmãos a dizer: "Lamento muito :( Tenho aqui uns ricos epitáfios para meterem na lápide, vou mandar e escolham o que gostarem mais :)"

8 comentários:

Anónimo disse...

I ♥ Tolinhas

Fusível Ativo disse...

Sugiro venderes epitáfios na net, uma coisa feita à medida. Um negócio que ainda pode render qualquer coisinha e aproveitas esse trabalho. Além disso, podes continuar a estimular a imaginação porque os frutos serão mais do que apenas psicológicos.

Luís Carvalhão disse...

Pois eu faço o exactamente o mesmo ao contrário, imagino como seriam as pessoas quando eram crianças, como eram os seus pais, novos ou velhos, rigidos ou fléxiveis, se brincavam na rua ou em casa, se tinham amigos, como se vestiam, como eram as suas caras em criança. Nada se desvanece e muito menos se sublima neste exercício, mas aprende-se qualquer coisa, o suficiente para continuar a imaginar quem eram.

De tal modo que já me dei a pensar quem seria eu em criança se fosse observado por mim próprio, claro, seria uma criança insuportável, irritante, queixinhas, mimada e entediada. Nada a ver com o que, de facto, fui, mas muito mais real do que o de facto fui.

Anónimo disse...

E o mesmo exercício mas relativamente a nós próprios? Quem viria ao nosso funeral, e como o viveriam?

É um bocado mais mórbido, mas também dá algumas ideias relativamente a quem nos rodeia!

Tolan disse...

Eu visualizo o meu funeral muitas vezes, desde criança e depois fico cheio de pena de mim e penso " coitadinho!" e choro ._.

Anónimo disse...

Quando o meu ex-namorado me obrigava a ir correr, passava todo o tempo da corrida a imaginar o dia do meu casamento com outras pessoas... E ele chorava...

Isa disse...

eu tb, só nao fico cheia de pena de mim pq nao faço ideia de qual seria a reação das pessoas. mas que gostava de ver, isso gostava. ou de saber, melhor dizendo...

Patrícia disse...

ri as gargalhadas com este post :D