Eu com as mulheres e as suas belezas, é um bocado como as bandas, os filmes ou os livros, sou um bocadinho hipster. Quando uma coisa é mainstream, tenho tendência a desvalorizar ou a ignorar... mas pelos vistos é um mecanismo de defesa.
Aqui há dias houve um casting aqui por perto e então havia um ajuntamento improvável de jovens arrasadoras, dessas modelos. Fui lanchar e ainda vinha com os beiços sujos do rissol de leitão e entretido a lamber os dedos quando dei com aquele rebanho e fiquei paralisado. Estavam todas a sair do casting para a rua e encurralaram-me. Uma jovem dessas é suficiente para me causar algum mal estar e desconforto, mas só vejo uma por semana, talvez mais se passear pelo Chiado ou for ao Lux, o que é raro, mas eram aí umas 20 e apanharam-me de surpresa, ao ponto de perder o equilíbrio e ficar com tonturas. Era uma coisa surreal, excessiva, parecia que algo as tinha atraído ali como a sopa dos pobres em Santa Apolónia atrai os vagabundos e drogados.
Estavam paradas no passeio e eu pensei em mudar de passeio, mas achei que era ridículo e que ia dar mais nas vistas. Então fui em frente, penteei-me pela primeira vez nesse dia, avancei, concentrando-me em andar com um pé de cada vez e não com os dois ao mesmo tempo (o típico "síndrome do kanguru" de que sou acometido neste tipo de situação) e passei no meio delas, mas sem lhes tocar.
Cheiravam a cremes e perfumes e maquilhagem e as mini-saias sobre as pernas bronzeadas rodopiavam quando se riam. E riam-se, e era só dentes e bocas e cabelos longos e curtos, tudo cintilava como diamantes ao sol e eu só tentava demonstrar que não tinha medo.
Cheguei ao escritório pálido e a cambalear, tive de ir ao WC lavar a cara. Os meus colegas estavam todos empoleirados à janela a olhar cá para baixo. As colegas, por outro lado, não pareciam muito entusiasmadas com aquilo.
2 comentários:
O que já ri com os teus artigos. És grande! Continua!
faz-me um filho, tolan. se concordares, dou-te o numero da minha mulher.
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