quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

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Às vezes penso que o momento que estamos a viver pode ser um daqueles que antecedeu aquelas coisas que nos livros de história já estão totalmente mastigadas e digeridas pelo tempo e estudo e é facílimo percebermos o que se fez mal e encolhemos os ombros e pensamos "se eu fosse judeu tinha-me pirado dali logo quando quando Hitler foi eleito". Todos os dias, como um agarrado, procuro mais e mais notícias económicas, leio artigos, entrevistas, reportagens e analiso dados, tento formar o meu puzzle mental sobre o que vai acontecer no futuro e qual a opção objectivamente mais correcta para mim (emigrar? levantar o dinheiro e meter num cofre? consumir? abrir conta na suiça? desistir do Meo?) Não chego propriamente a conclusão nenhuma. Depois, como naturalmente sucede a propósito de qualquer assunto complexo, oiço opiniões de quem literalmente já nasceu com opinião, a começar pelo inevitável Cavaco Silva que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Se calha ler comentários a notícias então, fico deprimido durante horas e fico sem sentido de humor e sem inspiração. Se for em doses pequenas isso não acontece, até pode servir de incentivo, mas agora fiquei soterrado na minha própria mente com os ecos das opiniões dos outros.
Limito-me a jogar Battlefield 3 nas poucas horas vagas, a beber cerveja, a fumar e a comer pizza congelada. Tudo isto levanta grandes reservas à minha fé na humanidade em geral, a propósito de tudo. Acho que não gosto de vocês, da imagem que tenho de vocês em geral. Sei que é injusto e estúpido, afinal, vocês não são comentadores de jornais e o meu leitor ideal não é o Cavaco Silva ou o Carvalho da Silva. Vou tentar abstrair-me o mais possível da novela em que vivemos e mergulhar de novo nos livros com histórias e esperar que todos se transformem em bonecos de peluche outra vez. É tempo de dizer chega às notícias.

5 comentários:

Anónimo disse...

isso é irrelevante. nós goztamos de ti, isso é que importa. o blog é teu.

Anónimo disse...

Será gostamos ou gozamos?

Anónimo disse...

Eu escrevo por mim e continuo a gostar de ti. De ti, não do autor, ãh.. Do autor tenho uma imagem estereotipada e costumo detestá-los

bulletproof disse...

As pizzas congeladas sempre foram subvalorizadas. Metafisicamente falando, claro.

Maria Flausina disse...

E já conseguiste descobrir quem é o teu leitor ideal? Ou é por isso que do teu livro ainda não sei nada?
Ah, se calhar é de mim, também não sou a leitora ideal... mas estou muuuuito curiosa! Vá lá, vá lá, vá lá...